Drones e agricultura: entenda o potencial revolucionário desses equipamentos em lavouras

Em meio às mudanças constantes na agricultura, o uso de drones se apresenta como grande aliado dos produtores

A utilização de drones na agricultura vem se destacando como uma ferramenta inovadora e promissora para produtores em todos os cantos do mundo. De acordo com um relatório da Allied Market Research, o valor do mercado global voltado para esse uso pode bater a marca de US$5,9 bilhões até 2030. No Brasil, não é diferente: estima-se que 25% do faturamento da indústria de drones no país sejam gerados por negócios agrícolas.

Mas você já parou para pensar como exatamente os drones são utilizados na produção agrícola sustentável? Foi parar tirar essa e outras dúvidas que criamos este artigo. Confira nossa lista para saber mais!

5 vantagens da utilização de drones na agricultura

Considerando os impressionantes números em relação à utilização de drones nas agriculturas brasileira e global, reunimos cinco pontos positivos que ela pode gerar nas lavouras. Mas não se engane: ainda há muitas outras vantagens por aí!

  1. Monitoramento de lavouras

Um dos usos mais comuns de drones na agricultura sustentável se dá no monitoramento de lavouras, que pode ser feito praticamente em tempo real. Essas aeronaves possuem sensores de alta precisão que reúnem informações sobre diversos fatores ligados à produção, como o crescimento, a presença de pragas, as necessidades nutritivas e de irrigação e afins.

Com esses dados em mãos, os produtores são capazes de tomar decisões mais certeiras quanto ao tratamento e ao cultivo. Isso aumenta o rendimento da colheita e, ao mesmo tempo, reduz a carga de trabalho humana e o uso de recursos químicos e naturais – falamos mais disso adiante!

  • Precisão na aplicação de defensivos agrícolas

Feito o mapeamento da lavoura – e com o monitoramento aéreo constante –, os drones podem ser usados na aplicação precisa de defensivos agrícolas por meio da pulverização controlada. Isso quer dizer que os produtores têm que usar quantidades menores de agrotóxicos, os quais são aplicados em pontos específicos.

A técnica também gera outros benefícios, como minimizar a exposição do ambiente e dos próprios trabalhadores rurais à ação potencialmente nociva dos defensivos e acelerar todo o processo.

  • Distribuição estratégica de inimigos naturais de pragas

Na esteira da aplicação precisa de defensivos agrícolas, o uso de drones também possibilita uma distribuição mais estratégica de inimigos naturais de pragas e doenças. Em suma, a técnica consiste na liberação de micro-organismos ou ovos ou pupas desses inimigos na área da plantação – tudo com o auxílio das aeronaves. Eles se desenvolvem já na lavoura e, na sequência, passam a combater agentes nocivos e indesejados.

Isso permite um controle biológico mais eficiente e que não gere fortes ônus para as plantações, como aconteceria após a aplicação excessiva de agrotóxicos ou invasões por pragas e doenças.

  • Redução do impacto ambiental e preservação de APPs

Outra consequência óbvia da aplicação precisa de defensivos agrícolas com o auxílio de drones é o impacto reduzido no meio ambiente. Isso também tem a ver com a agricultura de precisão, que utiliza técnicas de georreferenciamento e posicionamento para diminuir esse impacto gerado pelas lavouras.

Os drones também são muito úteis no monitoramento do desmatamento, na detecção de áreas degradadas e na manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APPs), espaços vulneráveis do ponto de vista ambiental e que podem estar presentes em propriedades públicas ou privadas (ou seja, dentro de fazendas particulares).

  • Reforço na segurança da lavoura

Talvez uma aplicação que não pareça tão óbvia quanto as anteriores, os drones podem ser grandes aliados no reforço à segurança de lavouras. Com a automatização dos sistemas de monitoramento, entre câmeras, sensores e afins, proteger a propriedade rural hoje é muito mais fácil do que antes.

Substituindo métodos de proteção tradicionais, como cães de guarda e vigias, os drones conseguem identificar invasores (tanto humanos quanto animais) à distância, além de notar falhas estruturais em torno da plantação – como uma cerca derrubada, por exemplo. Muitos sistemas são capazes até de acionar as autoridades de forma automática, reduzindo ainda mais os riscos à propriedade e à integridade física dos produtores.

Em meio a diversas vantagens, o uso de drones facilita a pulverização de fertilizantes e outros produtos na lavoura. Imagem: Reprodução/Imagem de user6702303 no Freepik.

É claro que ainda há desafios…

Apesar das vantagens que listamos (e olha que nem são todas!), a implementação de drones na agricultura ainda enfrenta alguns desafios pontuais. Um deles está na regulamentação, já que esses equipamentos ainda são uma tecnologia relativamente recente.

No Brasil, a autorização para o seu uso passa pelo crivo da Agência nacional de Aviação Civil (Anac), que criou o Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (Sisant) para ter mais controle sobre os equipamentos. Mesmo assim – e com a previsão de que a quantidade de drones aumente de forma drástica nos próximos anos –, faltam leis específicas que orientem a utilização das aeronaves.

Outro ponto frágil é o custo: além de os drones mais avançados terem valores elevados, é preciso capacitar profissionais para operar os equipamentos e interpretar seus dados, o que também implica um investimento considerável.

…Mas a eficácia do uso de drones está mais que comprovada

Existem diversos exemplos práticos da eficácia dos drones na agricultura. Podemos citar um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que comprovou que o uso desses equipamentos no combate a doenças do cafeeiro gera mais precisão do que métodos tradicionais.

Os organizadores da pesquisa fizeram a pulverização de fungicidas na região de Marechal Floriano, Espírito Santo. Eles notaram que a aplicação por drone era muito mais concentrada, a uma taxa de 10 litros por hectare (L/ha), ao passo que a aplicação por trator aplicava os defensivos a uma taxa muito maior e propensa ao desperdício: 400 L/ha.

Outros exemplos são produtores do Mato Grosso e do Paraná que trocaram a aplicação de fertilizantes via trator pela pulverização via drone, o que reduziu dois problemas sérios: o amassamento de parte da lavoura e a compactação do solo, que afetavam a produtividade e geravam outros prejuízos.

Tanto esses estudos de caso quanto as vantagens que listamos acima mostram por que o futuro (aliás, o presente também) da agricultura depende tanto da utilização de técnicas e equipamentos cada vez mais precisos e eficazes. O uso de drones comprova, mais uma vez, que unir a força humana à praticidade das tecnologias agrícolas é capaz de trazer bons frutos para todo o mundo!

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