Melhores práticas para o manejo na entressafra

Confira as melhores práticas para manejo na entressafra e veja os impactos positivos na próxima safra ou safrinha.

A agricultura de forma geral é feita de planejamento e organização das tarefas e etapas. Pois, antes de plantar uma safra é preciso analisar o solo, fazer o preparo, selecionar as sementes, plantar, adubar, irrigar e por aí vai.

E, esse preparo e planejamento, que é chamado de manejo no mundo agro, não deve ser feito apenas nos períodos de safra. O manejo entressafra também é muito importante. Afinal, é no manejo que se prepara o terreno para a plantação da próxima cultura.

Pensando nisso, abaixo separamos as principais práticas para o manejo na entressafra. O objetivo é ajudar os produtores a otimizarem o período de entressafra e assim preparar bem o solo para uma safra ou safrinha bem produtiva.

Boa leitura!

O que é o manejo na entressafra?

A entressafra é o período entre o fim das principais colheitas e o início da próxima. Ou seja, é quando os produtores preparam a lavoura para a próxima safra. Por isso, fazer o manejo nesse período é importante.

Desse modo, o manejo na entressafra é quando limpa-se o solo, controla-se as pragas e ervas daninhas que “sobraram” da safra e também é o momento de gerar adubo orgânico de qualidade para a próxima plantação. 

Nesse sentido, a produção tem maior qualidade, é mais sustentável (redução da emissão de gases do efeito estufa), rentável e evita que o solo se torne área de pousio, interrupção temporária, de cinco anos, de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais para possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo.

Aqui no Brasil, o melhor período para o manejo entressafra é após a colheita da cultura de verão. Assim, como nesse período não tem nenhuma cultura plantada ou semeada, o manuseio fica mais fácil.

Por exemplo, o uso de inseticidas e herbicidas, podem ser usados de formas mais flexíveis, pois não irá afetar a próxima plantação e também é nulo o risco de fitotoxicidade, que é quando os agrotóxicos causam danos aos órgãos vegetativos e reprodutivos das culturas. 

Assim, podemos dizer que o objetivo do manejo na entressafra é preparar a lavoura para o plantio da safrinha, ou mantê-la em boas condições até chegada da próxima safra. 

4 melhores práticas do manejo na entressafra

Para que a próxima safra seja semeada em um solo preparado para a cultura é necessário adotar algumas práticas de manejo. Abaixo separamos as principais para o período de entressafra. Confira! 

1 – Manejo pós-colheita da safra de verão

Para cuidar do solo após a safra de verão é necessário fazer a limpeza da área, mapear as pragas e ervas daninhas que podem ter ficado no solo após a colheita e usar os insumos necessários para combatê-las.

Para fazer isso de forma mais assertiva, adotar técnicas de mapeamento da agricultura de precisão é uma boa ideia. Pois, como a AP usa ferramentas tecnológicas para mapear a lavoura, fica mais fácil identificar essas pragas e eliminá-las com as dosagens certas de pesticidas. 

Vale lembrar que, fazer o manejo após a colheita de verão é importante para que a rotação de culturas tenha sucesso no inverno. 

2 – Manejo das pragas de difícil controle

Como falamos acima, após a limpeza do solo é necessário mapear quais pragas ainda estão presentes ali. Pois, como não tem tem cultura na lavoura, é possível usar vários tipos de herbicidas sem se preocupar com uma intoxicação do solo.

Desse modo, com a ajuda da AP é possível definir quais pragas são e quantidade certa de herbicidas a usar, pois há produtos utilizados na entressafra e principalmente o seu período de carência que impedem que outras culturas sejam cultivadas na sequência.

Ou seja, é necessário saber a quantidade exata e o tempo certo de aplicação desses insumos para o controle de pragas sem afetar o solo para as próximas plantações. 

Além disso, para o manejo de resistência de solos em que se planta milho ou soja esse cuidado é mais rigoroso ainda, já que essas culturas podem ser afetadas pelos agentes herbicidas utilizados antes da semeadura.

3 – Manejo de tigueras

É comum após a colheita, ficar algumas sementes no solo e elas vão se desenvolvendo com o tempo. Chamadas de plantas voluntárias, também conhecidas como tigueras, essas plantas devem ser arrancadas no período de entressafra porque podem hospedar pragas e doenças.

Desse modo, uma das práticas de manejo na entressafra é retirar as tigueras, pois quando elas são manejadas corretamente, o ciclo de desenvolvimento de insetos e pragas é interrompido.

Assim, há uma redução das pragas e doenças sem precisar usar herbicidas. Entretanto, como falamos acima, é necessário mapear a área para ver se ainda há alguma incidência de insetos e pragas no solo.  

4 – Rotação de culturas

Outra forma de garantir o manejo do solo na entressafra é fazer a rotação de culturas. Pois, na rotação o solo melhora suas características químicas, físicas, biológicas e nutricionais, e ainda gera uma renda extra.

Nesse sentido, na entressafra é possível fazer 2 tipos de rotação de culturas: a com finalidade comercial e com culturas de cobertura. Na primeira, como a prioridade é gerar retorno financeiro, são escolhidas culturas que produzem grãos e cereais e até mesmo massa verde para alimentar os animais do agricultor.

Já na segunda são escolhidas culturas que ajudam no manejo de nematoides e na descompactação do solo, e que não hospedam pragas e doenças. Nesses casos, essas plantas também podem ser vendidas comercialmente gerando um lucro para o agricultor. 

Quais são os impactos da falta de manejo na entressafra?

Culturas intensivas, como milho, soja e algodão, por exemplo, são plantas que exigem mais nutrientes para se desenvolverem e são muito suscetíveis a pragas e doenças. 

Ou seja, quando não há o manejo na entressafra é prejuízo na certa na próxima safrinha e safra. Desse modo, de acordo com a Embrapa, a falta de manejo na entressafra pode ocasionar em: 

  • Degradação dos solos e problemas como compactação e erosão;
  • Poluição e assoreamento de mananciais hídricos;
  • Ataques severos de doenças e pragas;
  • Aumento dos custos de produção;
  • Maior dependência do clima;
  • Maior dependência de insumos químicos;
  • Menor produtividade da lavoura;
  • Aumento da pressão de plantas daninhas.

Ou seja, não fazer o manejo é uma forma de boicotar a lavoura e ter prejuízos nas próximas safras, além de prejudicar o meio ambiente com o uso exacerbado de inseticidas e insumos e também na redução de carbono para o solo, que por isso, perde a qualidade e a capacidade produtiva.

Portanto, adotar as práticas de manejo na entressafra é essencial para a saúde da sua lavoura e das próximas plantações. Pense que, pequenas atitudes geram grandes produtividades no futuro e é isso que o manejo entressafra faz, prepara o solo de hoje para a plantação de amanhã.

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