Alternativas ao milho na rotação de cultura

A rotação de cultura se mostrou um excelente método para se obter maiores produtividades, reduzir o desgaste do solo e prevenção às pragas.  Seu emprego nas lavouras de milho se mostram eficientes quando manejada de forma a sustentar o próprio sistema e trazer o retorno benéfico ao produtor que efetuou um bom planejamento. Mas quais outras culturas podem ser alternativas viáveis ao milho segunda safra?

O conhecimento das culturas que podem ser rotacionadas com a soja (principal cultura principal) se faz importante em vista de alguns fatores como: a rotação com uma cultura que retenha mais água no solo, uma cultura que não compartilhe da mesma espécie de pragas ou ainda que deposite maior teor de matéria orgânica no solo. 

Conheça agora algumas culturas que podem ser empregadas na rotação de cultura com o soja e um pouco das suas características.

Sorgo

Plantação de Sorgo. Fonte: Rural Pecuária na rotação de cultura
Plantação de Sorgo. Fonte: Rural Pecuária

Sendo uma das principais culturas destinadas a produção de ração, o sorgo mostra-se uma alternativa ao milho na rotação de cultura. A sua produtividade média tem girado em torno de 2,8 milhões de t/ha na safrinha e além disso, o Sorgo é uma planta altamente adaptável ao clima do cerrado.

A cultura se mostrou eficiente na adaptação ao cerrado pois é tolerante a períodos mais quentes e secos, e isso auxilia na rotação cultural visto que o Sorgo proporciona maior quantidade de matéria verde em um momento de grande incidência de radiação de luz solar.

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Na safra 2020/21 o Sorgo tem uma estimativa para produção de cerca 2.618 milhões de toneladas. Dentre o grande espaço que a cultura vem ganhando ao longo dos anos, outras vantagens que podem ser vistas no emprego do Sorgo para a rotação cultural são:

  • É uma cultura que pode ser totalmente implantada mecanicamente;
  • Opção de rotação ao milho e soja, quebrando ciclos de pragas e doenças;
  • Sua palhada pode ser utilizada no plantio direto e,
  • É uma fonte de alimentação para os animais da propriedade.

Mamona

 

Plantação de Mamona. Fonte: Embrapa.

O plantio da mamona ganhou espaço no mercado devido ao seus elevados teores de óleo de ricino, que é utilizado em diversos setores, como por exemplo o de cosméticos, biocombustíveis, na indústria farmacêutica, vernizes, dentre outras oportunidades. 

A produção da planta no Brasil gira em torno de uma área de 45,6 mil hectares e a região onde é mais produzida é no Nordeste. O plantio da Mamona é beneficiado por ser uma planta que também não requer grandes níveis hídricos e adaptar-se a cenários mais quentes e secos.

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O cultivo da mamona em rotação de cultura fornece o vantagem de resistência ao nematoide das galhas (Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica). Sua tolerância a essa praga se torna um aliado ao controle de infestações deste tipo em lavouras atacadas. Tem resistência ao nematoide de cisto também e seu comportamento em relação ao Pratylenchus brachyurus é intermediário. 

Algumas outras vantagens na produção de Mamona são:

  • Melhora na estrutura do solo;
  • Aprimoramento na fertilidade do solo;
  • Aumento no teor de matéria orgânica no solo e, 
  • Redução na incidência de plantas daninhas. 

Trigo

Plantação de Trigo. Fonte: Portal Embrapa
Plantação de Trigo. Fonte: Portal Embrapa

O plantio do Trigo na rotação cultural é uma boa alternativa quando empregado em área de cultivo principal de milho ou soja. As médias produtivas observadas são maiores e quando se evita a monocultura do Trigo, assim como para outra cultura, os problemas com pragas ou fitossanitários são reduzidos. 

O emprego do Trigo em lavouras que detenham a prática de sistema direto de plantio potencializa a produção do grão em contrapartida de um sistema convencional, e com a rotação de cultura a incidência de doenças radiculares são menores.

Algumas vantagens vistas no emprego do Trigo na rotação de cultura são:

  • Menor incidência de plantas daninhas;
  • Cobertura mais eficiente para o solo, por um período maior;
  • Produção de palhada para o sistema de plantio direto e,
  • Estabilização na produção na lavoura.

Gergelim

 Plantação de Gergelim. Fonte: Canal Rural
 Plantação de Gergelim. Fonte: Canal Rural

A adaptabilidade com o clima quente, a seca e alguns solos, além da facilidade de cultivo, tornam o Gergelim um excelente opcional para a rotação cultural. Possui a características de poder ser consorciado com diversas culturas, como o milho, a soja ou mesmo o algodão. Ainda se torna uma fonte de lucro alternativa, visto a elevada qualidade de seu óleo. 

Além do cultivo com as culturas tradicionais, o Gergelim pode ser adaptado para ser cultivado em consórcio com frutíferas, o que traz uma outra fonte de renda ao produtor. Com um ciclo médio de 90 a 110 dias, se torna uma opção de retorno financeiro rápido durante a safrinha. 

Na rotação com leguminosas, há a possibilidade de economia em alguns quilos de fertilizante nitrogenado. Algumas vantagens apresentadas pelo cultivo do Gergelim na rotação à soja são: 

  • Boa produtividade por hectare;
  • Adaptação à climas secos e quentes;
  • Retorno financeiro vide o comércio do óleo e,
  • Facilidade de manejo na lavoura.

Algodão

Plantação de Algodão. Fonte: Embrapa
Plantação de Algodão. Fonte: Embrapa

O Algodão se mostra como uma cultura de alto valor agregado e foi viabilizado para plantio em segunda safra em boa parte do estado do Mato Grosso. Diferente das outras rotações, o algodão como segunda safra da soja normalmente se caracteriza como a principal safra do ano, trazendo mais rentabilidade para o produtor no sistema de produção. 

As doenças quando se instalam na lavoura de Algodão quase sempre são devastadoras e o produtor tem que utilizar os métodos culturais para a sustentabilidade do ambiente, visto que os manejos químicos nem sempre são eficazes. Para evitar uma frequente transição de uma área infectada por uma doença para uma limpa, a rotação de cultura é de suma importância para o algodoeiro, e o sistema soja-algodão tem se mostrado extremamente viável econômica e agronomicamente, principalmente devido ao fato de que o algodoeiro deve ser colhido em tempo seco para garantia da qualidade de fibra. 

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A rotação de cultura, associada ao plantio direto, permite uma maior qualidade produtiva da cultura e menores incidências de doenças. Outras vantagens vistas são: 

  • Sustentabilidade econômica e agronômica aos sistemas de produção;
  • Menores incidências de doenças na cultura;
  • Conservação de recursos naturais e,
  • Melhora na produtividade. 

Milho Pipoca

Plantação de Milho Pipoca. Fonte: Tecnologia e Treinamento
Plantação de Milho Pipoca. Fonte: Tecnologia e Treinamento

O cultivo do Milho Pipoca tem se tornado mais frequente no mercado brasileiro. As informações do seu cultivo ainda estão se concretizando, visto que o Milho Pipoca ainda tem restrições a qualidade da semente e sua produção se dá mais por pequenas propriedades. 

A escolha da semente ainda não proporciona muitas diversificações, ofertando apenas algumas poucas cultivares, como por exemplo a IAC 125 (com os grãos alaranjados) e a IAC 112 (com os grãos amarelos). Suas características fisiológicas e desempenho em campo em comparação a doenças, pragas e plantas daninhas são mais frágeis em relação ao milho commodity, portanto para a implantação desta variedade, o produtor deve ter um planejamento mais rigoroso.

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Seu emprego na rotação de culturas pode ser uma oportunidade para averiguar e obter mais informações sobre o seu cultivo e seu comportamento em um sistema desse calibre. Algumas vantagens que essa variedade poderia vir a ofertar são:

  • Rápido ponto de colheita, cerca de 100 a 110 dias após o plantio;
  • Em ascensão no mercado e projeções de áreas plantadas e,
  • Prêmio e Rentabilidade expressiva dependendo dos contratos de fornecimentos com a indústria.

O conhecimento das alternativas de rotação se faz necessário

O produtor que optou por implantar a rotação de cultura na sua lavoura deve estar atento às oportunidades que lhe são apresentadas para rotacionar em sua propriedade. Sabe-se já os benefícios alertados sobre o sistema, contudo com o conhecimento das alternativas para esse procedimento, a produtividade pode ter maiores incrementos e o manejo da lavoura ser melhor aproveitado.

O conhecimento prévio e mínimo da cultura que se deseja impor, se faz característico de um bom planejamento e soluções rápidas para situações inesperadas.

A produtividade do milho rotacionado é maior em comparação aos meios convencionais ou o sistema de monocultura. Associado com o sistema de plantio direto, essa prática pode, além de minimizar os impactos degradantes no solo e aumentar produtividade, serem formas de preservação ambiental e manutenção de recursos naturais. 

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Referências

https://www.grupocultivar.com.br/artigos/sorgo-opcao-rentavel-para-a-safrinha

Artigo “Mamona: opção para rotação de cultura visando a redução de nematoides de galha no cultivo do algodoeiro. Circular Técnica, Mato Grosso, Instituto Mato Grossense do Algodão, 2015. ”

https://www.agrolink.com.br/culturas/trigo/artigo/efeito-de-manejos-de-solo-e-de-rotacao-de-culturas-de-inverno-no-rendimento-e-doencas-de-trigo_388571.html

https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/sitio-tecnologico/trilha-tecnologica/tecnologias/culturas/gergelim

https://revistacampoenegocios.com.br/algodao-a-vedete-da-rotacao-de-culturas/

https://revistacampoenegocios.com.br/milho-pipoca-e-um-novo-atrativo-para-o-produtor/

Fundador e Diretor Executivo da Sensix. Engenheiro Mecatrônico de formação e com vasta experiência no mercado de agricultura digital. Apaixonado por agricultura, drones e em fazer a diferença no mundo usando tecnologia.

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