Plantas daninhas e as tecnologias para controle

Descubra novas tecnologias para controle de Plantas Daninhas

Plantas daninhas são espécies que se desenvolvem espontaneamente em lavouras, trazem prejuízos ao desenvolvimento da cultura de interesse e possuem características adaptativas de resistência a condições adversas e de perpetuação da espécie. Também são consideradas plantas daninhas as “tigueras”, que se desenvolvem a partir dos restos culturais – sementes e tubérculos – da cultura antecessora como, por exemplo, plantas de milho que crescem em meio à soja.

As plantas daninhas interferem na produção agrícola pois competem com a cultura por luz, água, CO2 e nutrientes, quando esses tornam-se um fator limitante do meio. A presença de plantas daninhas na lavoura provoca perdas não só na quantidade, mas também na qualidade do produto, que terá uma menor disponibilidade dos recursos aplicados no campo e estará sujeita à maior pressão de pragas e doenças antes mesmo da implantação da cultura.

Existem diversos métodos para realização do controle de plantas daninhas, dentre eles a prevenção, que é o uso de medidas legislativas que regulam a entrada de sementes nocivas na propriedade; o controle cultural, que adota medidas como rotação de culturas, cobertura verde, diversidade no espaçamento; o controle mecânico que é realizado através de roçadas, arranquios, capina e inundações, podendo ser realizada de forma manual ou mecanizada; e o controle químico, considerado o método mais efetivo no sistema de manejo atual e que, se usado de maneira correta, irá eliminar efetivamente as plantas daninhas sem causar prejuízos para o meio ambiente.

Método de controle mecânico: arranquio. 
Figura 1 – Método de controle mecânico: arranquio. 

O mau uso de herbicidas favorece a seleção de plantas mais resistentes, como o Azevém (Lolium multiflorum), a Buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis) e o Capim-Amargoso (Digitaria insularis) para a cultura da soja. Na cultura do algodão, a produtividade diminui na presença de corda-de-viola (Ipomoea spp.) e apagafogo (Alternanthera tenella), entre outras, enquanto algumas espécies podem depreciar a qualidade da fibra colhida pela presença de impurezas e como exemplo, carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum), picão-preto (Bidens pilosa) e capim-carrapicho (Cenchrus echinatus). Na cultura da cana de açúcar, as perdas se dão pela presença de Corda-de-viola (Ipomoea spp.), Capim-seda (Panicum melinis), Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) e Capim-colchão (Digitaria horizontalis) dificultando o trabalho do produtor, levando ao aumento das despesas com produtos e aplicações. Entretanto, o produtor deverá estar atento quanto às espécies de plantas daninhas presentes em sua propriedade, pois elas podem variar de acordo com a região, sendo assim, um passo muito importante para o sucesso do controle eficiente de plantas daninhas.

Aplicação de herbicida em lavoura para controle de plantas daninhas.
Figura 2 – Aplicação de herbicida em lavoura para controle de daninhas.

Outro ponto pertinente no manejo de plantas daninhas é o período anterior à interferência (PAI), caracterizado pelo período inicial de desenvolvimento da cultura em que as plantas daninhas convivem com a cultura sem que ocorra prejuízos; o período crítico de prevenção à interferência (PCPI) correspondente ao período em que as práticas de controle devem ser efetivamente adotadas; e o período total de prevenção a interferência (PTPI), que é o período a partir da emergência da cultura em que ela deve se desenvolver sem a presença de plantas daninhas para não interferir significativamente na produtividade, após esse período, a cultura apresenta a capacidade de controlar as plantas daninhas que emergirem. Esse “timing” de aplicação pode ser um fator limitante devido a ineficiência do processo de amostragem.

Na cultura da soja, por exemplo, os danos causados pela competitividade do capim amargoso podem ocasionar perdas de até 80% de produtividade. Com o intuito de diminuição dessas perdas geralmente é realizada a aplicação de herbicida pré e pós-emergente em área total. O ingrediente ativo mais utilizado no controle da D. insularis na cultura da soja é o Clethodin, com uma dose média recomendada de 0,7 litros/hectare e custo em torno de R$ 70,00/litro. Numa área de 2000 hectares, por exemplo, o custo de aplicação total pode chegar a R$100.000,00.

Confira AQUI as dosagens de Clethodin para outras culturas

Hoje, devido a ampla variedade de plantas daninhas no Brasil e em outras partes do mundo, novas tecnologias estão sendo desenvolvidas a todo instante para otimizar a identificação dos focos de plantas daninhas e ao mesmo tempo reduzir os custos de aplicação dos herbicidas bem como promover o desenvolvimento sustentável da lavoura com a redução dos mesmos.

A identificação das plantas daninhas em determinado estagio fenológico da lavoura é um dos mecanismos mais básicos que permite a tomada de ação mais adequada para o controle. Porem, este processo tem se otimizado cada vez mais, principalmente, quando se trata de áreas maiores de 500, 1.000 ou mais de 10.000 hectares. O que outrora era um trabalho totalmente manual, hoje com o avanço incessável da tecnologia no campo, já é possível automatizar o processo de identificação e até mesmo o controle das plantas daninhas, por exemplo o Weed-it:

Trator com sistemas WEED-IT em campo.
Figura 3 – Trator com sistemas WEED-IT em campo.

A tecnologia conhecida como WEED-IT tem sido uma forte aliada dos produtores no campo, ela consiste em um sistema de pulverização localizado de alta performance, contendo sensores de detecção de clorofila e válvulas extremamente rápidas que garantem a aplicação em pontos localizados.

O sistema de sensores funciona emitindo uma luz vermelha permitindo a leitura da área, a luz de alta intensidade permite a identificação de plantas indesejadas. À medida que o trator desloca os sensores fazem a leitura na frequência de 40 mil vezes por segundo cobrindo 1 metro de área cada. As plantas por sua vez absorvem a luz vermelha e emitem a luz NIR através da fluorescência, sendo assim detectada pelos sensores. Por fim, após identificada, os bicos são acionados aplicando apenas o necessário para o tamanho da planta.

Sistema de Pulverização no WEED-IT.
Figura 4 – Sistema de Pulverização no WEED-IT. Fonte: Smart Sensing.

Com foco em diminuição de custo, a Sensix também desenvolveu um algoritmo de detecção de plantas daninhas, que permite localizá-las, indicar o grau de infestação, classificá-las quanto à sua morfologia em folha estreita ou folha larga e então criar um mapa de aplicação em taxa variável executável por máquinas, aumentando a rentabilidade do produtor.

No exemplo abaixo pode-se observar um mapa de detecção de plantas daninhas na cultura da soja, onde 13,3% da área apresenta infestação de capim amargoso. Com a aplicação em taxa variável, o produtor diminui 86,6% dos custos com herbicidas e maquinário, ou seja, numa área de 2 mil hectares o custo de aplicação pode reduzir de R$ 100.000,00 para R$ 13.400,00, além de diminuir os riscos ambientais causados por uma aplicação em área total.

Detecção de Plantas Daninhas no FieldScan.
Figura 5 – Detecção de Plantas Daninhas no FieldScan.

O algoritmo utiliza imagens geradas por drones e/ou VANT’s para identificar, mensurar e classificar a infestação de planta daninhas de forma rápida em qualquer cultura. Esses mapas são armazenados em nossa plataforma, o FieldScan, onde o usuário poderá ter acesso a qualquer momento às imagens que mostram onde há presença destas plantas, qual o nível de infestação da lavoura ou talhão e aos mapas de aplicação a taxa variada. Esses dados auxiliam o produtor na tomada de decisão de maneira antecipada, enquanto a cultura ainda se encontra presente nos seus estádios iniciais.

O processo é muito simples:O usuário realiza um voo de drone com câmera RGB captando fotos com resolução em torno de 4cm/px. Pode ser um modelo de drone mais comum, como um DJI Mavic Pro ou DJI Phantom.

 Acessa a plataforma FieldScan e submete as imagens selecionando o processo “Plantas Daninhas”.

  •  Depois de 48 horas o resultado já está pronto (geralmente é entregue em menos tempo!)
  •  Em seguida, basta acessar o mapa no FieldScan, configurar a taxa de vazão de calda em L/ha e fazer o download do arquivo de aplicação.
  • Por fim, basta ir ao campo, misturar a calda com diluição fixa, colocar o arquivo no monitor do pulverizador, e realizar a aplicação apenas na área infestada.
  • Segundo testes, a economia chega em até 80% de produto, óleo etc.

O usuário que utilizar desta tecnologia para a tomada de decisões provavelmente obterá os melhores resultados na colheita, reduzindo custos com aplicações, maquinário e diminuindo os impactos ambientais, ou seja, produzirá mais de maneira sustentável.

Gostou da novidade e quer testar o FieldScan? É bem simples, CLIQUE AQUI e faça seu cadastro.

Fique ligado para nossas novidades!!

Confira também: Resistência de plantas daninhas a herbicidas

Fundador e Diretor Executivo da Sensix. Engenheiro Mecatrônico de formação e com vasta experiência no mercado de agricultura digital. Apaixonado por agricultura, drones e em fazer a diferença no mundo usando tecnologia.

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