Protagonismo feminino no agro brasileiro: um panorama das mulheres no setor

Para comemorar o Dia Internacional das Mulheres, produzimos um panorama do protagonismo feminino no agro, confira!

O Dia Internacional das Mulheres, comemorado em 8 de março no mundo inteiro, traz à tona temas importantes para debate como o protagonismo faminino no agro brasileiro. Sim, não é de hoje que as mulheres estão à frente das propriedades rurais e, felizmente, podemos dizer que elas já não são mais uma exceção no mercado do agronegócio. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 947 mil propriedades rurais brasileiras são lideradas por mulheres, o que equivale a 30 milhões de hectares voltados ao protagonismo feminino no agro.

Ou seja, podemos dizer que as mulheres vêm ocupando mais espaços que elas já ocupavam, porém não eram vistas ou “levadas à serio”. Por isso, decidimos produzir um conteúdo voltado para a atuação das mulheres no agro brasileiro e como elas veem fazendo a diferença no setor.

Boa leitura!

Protagonismo feminino no agro brasileiro

Como falamos acima, a participação feminina no agro aqui no Brasil aumentou consideravelmente nas últimas décadas, mesmo que um setor seja mais tradicional e justificativas históricas do patriarcado tenham tornado as mulheres invisíveis nesse mercado.

Isso quer dizer que, elas sempre estiveram ali, seja empreendendo, na liderança, no campo ou nas colheitas, o agronegócio nunca foi feito apenas de homens, porém, só de algumas décadas para cá que o protagonismo feminino foi sendo pauta de discussões, principalmente no Dia Internacional da Mulher e no Dia Internacional da Mulher Rural.

Segundo estudos da Food and Agriculture Organization (FAO), em países menos desenvolvidos, mais de 70% das mulheres economicamente ativas trabalham na agricultura.

No Brasil, de acordo com as Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs) cerca de 45% das mulheres trabalham na força de trabalho e nas atividades produtivas. Ou seja, as mulheres desempenham papel fundamental na agricultura orgânica, na segurança alimentar e no fortalecimento socioeconômico regional e sustentável.

De acordo com a diretora de Relações Institucionais e Governamentais da Rede Mulher Empreendedora, Adriana Rodrigues, existem 10 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil, sendo 51% responsáveis pelo lar. 

E, quem pensa que as mulheres não entendem do assunto, além da representatividade na liderança de empresas no campo, as mulheres do agro também estão sempre buscando por formação e capacitação, o que é essencial nesse período de modernização tecnológica do setor.

Segundo levantamento da Agroligadas, entidade que oferece cursos profissionalizante para mulheres no agronegócio, das 400 mulheres entrevistadas, 95% priorizam os estudos e capacitações para aumentar a produtividade e otimizar os custos de suas lavouras.  

Desafios das mulheres no agro

Apesar do protagonismo feminino no agro ser maior do que nos anos anteriores, as mulheres ainda enfrentam vários desafios no setor, como a igualdade salarial e a oportunidade de conquistar cargos de liderança, por exemplo.

Sempre à sombra de homens, a diferença salarial entre gêneros ainda é impactante. Conforme o estudo da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Brasil, o salário médio de uma mulher com educação superior equivale a apenas 62% do que ganha um homem com a mesma formação. E, a disparidade fica maior quando se trata de mulheres negras, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a renda média dos homens chega a cerca de R$1.831,30, a das mulheres negras fica em torno de R$945,90. 

Além da desigualdade salarial, as mulheres lutam mais para conquistarem cargos de liderança, têm jornadas duplas ou triplas, precisam estudar duas vezes mais que os homens e ainda enfrentam o machismo, tão comum na área.

Outro desafio é a falta de acesso a crédito, já que, segundo estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), só 10% das mulheres conseguem solicitar um financiamento.

Ou seja, os desafios são muitos, mas muitos também já foram vencidos. A dica é não parar e ter em mente sempre que o lugar da mulher é onde ela quiser e claro, nunca duvidar das suas capacidades e muito menos do seu julgamento ou opinião.

Projeto Agro.BR Mulheres

Em fevereiro de 2024, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou o projeto Agro.BR Mulheres, uma iniciativa que tem como objetivo apoiar pequenas e médias empresas rurais, comandada por mulheres, que tem como meta exportar seus produtos para o mundo.

Realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a intenção é fomentar a internacionalização de produtos agropecuários brasileiros, diversificar a pauta exportadora do país e claro, dar esse espaço para as mulheres empreendedoras do agro.

Estruturado em três pilares, o primeiro é oferecer conhecimento técnico e instruções para que as mulheres consigam desenvolver habilidades e competências que ainda não possuem. O segundo pilar é apresentar como funcionam os negócios e quais ferramentas podem promover oportunidades para as vendas internacionais. E o terceiro pilar é criar conexões para promover a trocas de experiências e uma rede de apoio para as mulheres. 

Clique aqui e saiba mais sobre esse projeto.

Portanto, diante do apresentado, hoje, Dia Internacional das Mulheres é preciso comemorar e continuar a luta, pois, mesmo que haja um crescimento do protagonismo das mulheres no agro, a realidade é que ainda há muito a se conquistar e por isso, é preciso discutir essas questões nas empresas, dar oportunidade para mulheres e claro, ser justo e oferecer uma equiparação salarial.Gostou do conteúdo? Clique aqui e veja como a força feminina movimenta um dos maiores setores da economia.

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