Mercado de armazenagem de grãos

A armazenagem de grãos é uma das etapas mais importantes na produção de grãos. As unidades de armazenagem são destinadas não somente a receber os grãos, mas também obter todo o cuidado necessário para manter a qualidade do grão. 

O agronegócio no Brasil é um forte condutor da economia brasileira, com um crescimento constante na produção de grãos. Essa alta demanda de produção ocasiona anualmente um déficit no armazenamento de grãos em todo o país.

Leia a seguir sobre o mercado de armazenagem de grãos, a produção no Brasil e as perspectivas para os próximos anos. 

O que é o armazenamento de grãos?

galpão de armazenagem de grãos

Os grãos como o milho, a soja, feijão e o café precisam ser armazenados após a colheita, para depois serem distribuídos e comercializados. 

Os grãos devem ser armazenados em estruturas que garantem as condições adequadas para o armazenamento. Essas unidades de armazenamento são conhecidas como silos. 

Dentre os silos existentes no mercado, os principais são: silos elevados de concreto, silos metálicos, silos bolsa e os silos móveis. Podendo se caracterizar por silos de espera, secador, armazenador e silo de expedição. 

A qualidade dos grãos não pode ser melhorada, apenas preservada durante um bom armazenamento. Por isso, é necessário saber onde armazenar, para que eles não percam a qualidade ou se deteriorem com o tempo e percam valor.  

Confira também: Logística de escoamento de grãos: história, avanços e desafios

Qual a importância da armazenagem de grãos?

A armazenagem de grãos é fundamental para que o produto seja guardado e ao mesmo tempo não perca as condições nativas de qualidade. Veja a seguir os principais benefícios do armazenamento de grãos:

  • Reduz o gasto com transporte;
  • Diminui perdas por atraso na colheita;
  • Aumenta o rendimento da colheita;
  • Garante a qualidade do produto;
  • Promove a utilização produto em um momento mais oportuno;
  • Aumenta o poder de barganha dos produtores.

Por esses e outros fatores, a armazenagem de grãos é tão necessária e importante para os produtores. 

Produção de grãos no Brasil

processo de armazenagem de grãos

O Brasil é um dos maiores produtores de grãos, sendo um país muito competitivo na produção de alimentos, e tendo o agronegócio como um grande protagonista da economia brasileira. 

A economia brasileira se constitui por diversos segmentos, porém nos últimos anos e principalmente nos tempos atuais de pandemia, o agronegócio foi o setor que mais conduziu a economia do país. 

O produtor brasileiro no setor de grãos sofre com um grande déficit de armazenagem dos grãos. A armazenagem é um dos processos mais importantes do pós-colheita. 

Quando o grão sai da colheitadeira ele pode seguir por dois fluxos. Ele pode ir para a indústria onde é feito o esmagamento destinado à alimentação, como ração ou óleo, e aí falamos em um consumo interno ou ele entra em um fluxo para exportação.

A China, por exemplo, é um grande comprador de grãos, principalmente a soja. 

O milho e a soja são utilizados em proteínas animais, como frango, suínos e peixes. Nos últimos anos houve uma mudança de comportamento, resultando em uma parcela da população que começou a consumir mais proteínas como, ovo, frango e o suíno. 

Dessa forma, surgiu uma grande demanda de crescimento na China, Índia e no Brasil, trazendo perspectivas ainda maiores para a chamada nova classe média consumidora dessas proteínas mais baratas e eficientes.

Nesse cenário, percebemos o quanto são grandes as perspectivas de demanda de produção, sejam para consumo interno ou exportação. 

Veja também: Manejos e prevenções climáticas para atingir recorde na safra de grãos 20/21

Desafios da armazenagem de grãos no Brasil

cilo para armazenagem de grãos

O Brasil sem dúvida é muito deficitário no armazenamento de grãos. Na safra de 20/21 por exemplo, fala-se de uma estimativa de 270 milhões de toneladas de grãos. A recomendação é que o país tenha capacidade de armazenagem de 1.2 vezes essa produção.

Em termos de comparação, países como Estados Unidos e Europa trabalham com uma vez a capacidade de estocar grãos, ou seja, eles conseguem estocar a produção de um ano. 

O armazenamento de grãos é importante pelo fluxo de consumo. A safra de grãos é pontual, ela acontece algumas vezes ao ano, mas o consumo é contínuo. Dessa forma, se temos uma boa estocagem, lidamos com um equilíbrio maior da oferta e demanda ao longo do ano. 

Outro fator importante do armazenamento de grãos é a segurança alimentar. Devido a interferências como o clima, a safra pode sofrer danos com a seca ou uma chuva intensa, havendo a quebra da safra. Se o país tem uma reserva técnica de estocagem de grãos, é possível passar até o ano seguinte atendendo a demanda de consumo. 

O Brasil tem apenas entre 170 e 180 milhões de toneladas de armazenagem, o que estima que nesse ano, por exemplo, vamos ter em torno de 100 milhões de toneladas de déficit.

Outro fator importante é que com o déficit de armazenamento muitas empresas têm custos mais caros pois precisam estocar em outros lugares como cooperativas. Ainda nesse cenário encontramos fazendas com estocagem de grãos a céu aberto o que prejudica a qualidade do grão. 

Podemos ver que o país tem uma grande dor, uma demanda recorrente para esse tipo de solução. 

Pensando em soluções, o grande vetor de crescimento é a logística. A logística já está melhorando, com as concessões em rodovias e investimentos previstos, facilitando a entrega dos grãos aos portos.

Mas devemos lembrar que todo esse ciclo ainda é um processo lento, que requer investimento e melhorias, e projetos a longo prazo. 

Leia também: 10 dicas para manter sua colhedora regulada

Como a tecnologia auxilia na armazenagem de grãos?

Em termos de tecnologia, há uma evolução que chega cada vez mais rápido no campo, inserido na indústria 4.0. Além da modernização dos equipamentos, o produtor conta com plataformas digitais para automação de controle e otimização de processos, desde a melhoria no processos de venda, com marketplaces que comercializam grãos entre pequenos compradores e vendedores, até tecnologias de sensoriamento que facilitam a gestão dos armazéns.

Os equipamentos mais modernos contam com a parte eletrônica de captura de dados, dentro da planta, ou remotamente através da IoT, assim o operador tem acesso aos dados e pode utilizá-los de forma mais produtiva.

O controle e acompanhamento on-line das operações e a automação de equipamentos auxilia o produtor a manter qualidade dos grãos na armazenagem. A automação otimiza a mão de obra e também faz a gestão da qualidade do grão na planta de armazenagem.

Além disso, a conectividade permite que todas as informações coletadas fiquem disponíveis na nuvem. Dessa forma é possível realizar o monitoramento, manutenção, treinamento remoto, entre outras soluções que a digitalização oferece, facilitando a tomada de decisão do produtor. 

Para os próximos anos vamos ter uma melhoria da conectividade no campo, alcançando mais produtores e com isso ter mais oportunidade de chegar em mais propriedades rurais.

A implementação de novas tecnologias para equipamentos de armazenagem de grãos resulta na dedicação de muitas fazendas em fazer a atualização tecnológica das plantas nos silos existentes.

O resultado da tecnologia em campo é a melhoria da gestão das operações, o aumento da qualidade e eficiência das atividades e armazenamento dos grãos.

Hoje no Brasil temos muitas culturas em grande produção como a soja, milho, arroz, café, resultando em um grande desenvolvimento.  O digital vem para trazer mais soluções para a produção, colheita e pós colheita. 

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Fundador e Diretor Executivo da Sensix. Engenheiro Mecatrônico de formação e com vasta experiência no mercado de agricultura digital. Apaixonado por agricultura, drones e em fazer a diferença no mundo usando tecnologia.

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4 Comments

  1. Nicolas Cunha Reply

    Apesar das grandes perdas em transporte, o Brasil continua sendo um grande produtor de grãos e ano passado superou recordes. O material apresentando influi bastante no conhecimento deste setor, que é uma vertente extremamente lucrativa para o capital interno do país.

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