Manejo de Reguladores de Crescimento na cultura do Algodão com Drones

Confira as vantagens do uso de drone na realização do manejo de reguladores de crescimento na cultura do algodão

Confira tudo que você precisa saber sobre o Manejo de Reguladores de Crescimento na cultura do Algodão para garantir um bom manejo.

O crescimento excessivo do algodoeiro pode trazer uma série de inconvenientes para a cotonicultura, tais como, ciclo muito longo, apodrecimento dos frutos e, consequentemente, a perda de produtividade. Uma das estratégias para evitar esses problemas é o manejo do crescimento do algodoeiro através da aplicação de fitorreguladores.

Também conhecidos como reguladores de crescimento, os fitorreguladores visam reduzir a altura e o comprimento dos ramos, facilitar o manejo, os tratos culturais e a colheita. Outra vantagem é a melhoria da qualidade da fibra por meio da redução de impurezas, como galhos, folhas e cascas dos ramos.

O momento da primeira aplicação é extremamente importante para se obter maior eficiência. A primeira aplicação deve ser realizada quando as plantas tiverem entre 30 e 35 cm de altura, no caso das cultivares de porte alto; de 35 a 40 cm de altura, para cultivares de porte médio; e de 40 a 45 cm de altura, para cultivares de porte baixo. (Fonte: Edna Santos – Embrapa Algodão)

Sabemos também que diversos são os fatores que podem afetar o crescimento da planta, como fertilidade, população, disponibilidade hídrica, incidência de nematoides e incidência de pragas e doenças. Como esses fatores não incidem de forma uniforme sobre toda a lavoura, existe uma variabilidade substancial de altura de plantas de deve ser levada em consideração na tomada de decisão sobre a dose de regulador a ser aplicada.

Até pouco tempo, o estudo dessa variabilidade era feito apenas de forma amostral e manual, onde um técnico estabelece pontos fixos de amostragem de altura de plantas de forma aleatória no talhão e ajusta a dose média de fitorregulador para aplicação a uma taxa fixa.

Neste case, vamos explorar a utilização de imagens multiespectrais e a classificação de zonas da plataforma FieldScan para determinar as variações de biomassa, e consequente altura de plantas, permitindo a criação instantânea de mapas de aplicação de fitorreguladores para inserção direta no pulverizador.

Utilizando uma câmera multiespectral Micasense Red Edge acoplada em um drone asa fixa, foi feita a coleta de dados em um talhão de algodão de 237 ha em São Desidério – BA com 45 dias após a emergência. Após o envio das fotos para o FieldScan, obtivemos o índice vegetativo na área.

Figura 1 – Índice Vegetativo NDVI na plataforma FieldScan obtido a partir de sensor multiespectral embarcado em drone.
Figura 1 – Índice Vegetativo NDVI na plataforma FieldScan obtido a partir de sensor multiespectral embarcado em drone.

Configuramos a paleta de cores para variar entre vermelho e verde de 0.38 a 0.7 no NDVI, apresentando um bom contraste nas variabilidades no talhão, sendo o verde mais forte a área com maior biomassa, o vermelho mais forte a área com menor biomassa, e as regiões amarelas com biomassa mediana.

Para correlacionar o índice/biomassa com a efetiva altura de plantas, foram escolhidos pontos de amostragem dentro do talhão, classificados de acordo com o nível do índice em baixo (vermelho), médio (amarelo) e alto (verde). Para auxiliar na validação em campo, o mapa foi sincronizado offline com um dispositivo móvel e, através do aplicativo de campo, foram feitas as anotações de medições e registro de fotos pertinentes.

Figura 2 – Pontos de amostragem de altura de plantas e quantidade de nós de acordo com o nível de índice vegetativo.
Figura 2 – Pontos de amostragem de altura de plantas e quantidade de nós de acordo com o nível de índice vegetativo.
Figura 3 – Medição de altura de plantas nos pontos determinados.
Figura 3 – Medição de altura de plantas nos pontos determinados.

Para cada ponto, foram medidas as alturas e quantidade de nós de cinco plantas próximas e calculado a média do ponto, resultando nas medidas conforme a tabela a seguir.

Tabela 1 – Valores de medição de altura e quantidade de nós para cada nível de índice vegetativo.

Manejo de Reguladores de Crescimento

Como pode-se ver na tabela acima, temos uma correlação direta entre o índice vegetativo (NDVI) e a altura e quantidade de nós nas plantas. Para fazer a recomendação, primeiramente devemos configurar as zonas no FieldScan para definir a área de aplicação considerando três doses diferentes de acordo com cada nível de índice.

Figura 4 – Zonas de classificação utilizando o NDVI configurado para 3 níveis na plataforma FieldScan obtido a partir de sensor multiespectral embarcado em drone.
Figura 4 – Zonas de classificação utilizando o NDVI configurado para 3 níveis na plataforma FieldScan obtido a partir de sensor multiespectral embarcado em drone.

Uma vez definida a variabilidade do talhão, podemos proceder com a recomendação do fitorregulador. Nesse talhão, utilizamos o Cloreto de Pepiquat como princípio ativo de fitorregulação em um produto com concentração de 250 g para cada litro de produto comercial.

Para fazer a recomendação, utilizaremos a metodologia da antiga Delta & Pine Land (DPL Brasil), que considera, além da altura e quantidade de nós, fatores que permaneceram fixos como distância entre linhas (81 cm), densidade (8.5 plantas por metro) e quantidade de nós até o primeiro fruto (6 nós), chegando à recomendação para aproximar a curva de crescimento real à um modelo ideal, para uma altura final desejada de 110 cm, tal como segue a figura a seguir.

Figura 5 – Doses de produto comercial a concentração de 250 g/L de Cloreto de Mepiquat para as três zonas estabelecidas.
Figura 5 – Doses de produto comercial a concentração de 250 g/L de Cloreto de Mepiquat para as três zonas estabelecidas.

Conhecendo a dose de produto a ser aplicada em cada zona, podemos preparar a calda com concentração fixa e então estabelecer a taxa para variar a vazão do volume de calda no pulverizador. Para uma diluição de 1.8 ml/L na calda, chegamos aos seguintes valores de vazão/taxa de aplicação a serem exportadas para o pulverizador.

Tabela 2 – Dose de produto comercial e vazão de calda com concentração de 1.8 ml/L para aplicação calculada nas três zonas.

ZonaDose de Produto Comercial (250 g/L de Cloreto de Mepiquat)Taxa/Vazão
Alta128 ml/ha70 L/ha
Média105 ml/ha58 L/ha
Baixa70 ml/ha39 L/ha

A partir disso, basta configurar as taxas na ferramenta de zonas do FieldScan, e fazer o download do arquivo shapefile para inserção no monitor do pulverizador.

Figura 6 – Configuração de doses/taxas recomendadas para cada zona no FieldScan.
Figura 6 – Configuração de doses/taxas recomendadas para cada zona no FieldScan.

No case em questão, utilizamos um pulverizador autopropelido John Deere 4730 com monitor GreenStar 3, mas o arquivo shapefile de prescrição pode ser utilizado em uma série de monitores de diversas marcas. Para saber mais, procure o fabricante do equipamento para mais informações.

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Fundador e Diretor Executivo da Sensix. Engenheiro Mecatrônico de formação e com vasta experiência no mercado de agricultura digital. Apaixonado por agricultura, drones e em fazer a diferença no mundo usando tecnologia.

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