Saiba mais sobre a importância da correta fertilidade do solo para produções agrícolas e entenda como a lei do mínimo pode influenciar positivamente dentro deste processo.
No ambiente da agricultura, um solo fértil representa uma das maiores garantias para que as colheitas agrícolas sejam mais seguras e tenham maior qualidade. No entanto, boa parte dos solos brasileiros são pobres em nutrientes, com características ácidas, exigindo aplicações de corretivos e fertilizantes.
Assim, diante do custo demandado para a adubação em uma lavoura, aplicar a quantidade certa, na forma ideal e no momento adequado são medidas indispensáveis para agricultores. Tais medidas são baseadas na “lei do mínimo”, amplamente utilizada na nutrição de plantas.
A lei do mínimo parte do pressuposto de que a produção das culturas é limitada pelo nutriente em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros estejam disponíveis e em quantidade adequada.
Baseado nisso, é importante que o produtor conheça as particularidades da relação entre solo e plantas e os nutrientes que influenciam o desenvolvimento destas plantas. Deve conhecer também a importância da lei do mínimo para melhorar a fertilidade do solo com consequente elevação da eficiência de lavouras.
Nutrição mineral: O maior gargalo da produção agrícola
No ambiente agrícola, solos férteis são os maiores fornecedores de nutrientes para a planta. Mas, para cada tipo de solo e para cada tipo de cultura há melhores formas de se lidar com a terra.
Sabemos, por exemplo, que todas as plantas necessitam de 16 a 17 nutrientes para se desenvolverem, dentre os quais 14 são fornecidos exclusivamente pelo solo.
Elementos como Carbono, Hidrogênio, Oxigênio são fornecidos pelo ar atmosférico.
Já os elementos Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Enxofre (macronutrientes), Manganês, Boro, Zinco, Molibdênio, Cobre, Ferro, Níquel e Cloro (micronutrientes) são fornecidos exclusivamente pelo solo para absorção radicular.
Em conjunto com a aplicação de fertilizantes e adubos, a água também pode limitar a produção agrícola.
Diante disso tudo, um solo fértil deve apresentar um equilíbrio entre todos esses fatores, somente assim haverá favorecimento de um desenvolvimento pleno da lavoura.
A partir daí e a fim de descobrir o manejo mais adequado para cada tipo de solo foram desenvolvidas as regras de fertilidade. Dentre estas a lei do mínimo, como já mencionado, é a mais importante e amplamente adotada.
Mas o que é a lei do mínimo e como ela contribui com a maximização da produtividade agrícola via aplicação de nutrientes específicos no solo?
Lei do mínimo: questão chave para maiores produtividades
Na agricultura, o princípio da boa produtividade é o equilíbrio entre todas as partes que compõem o sistema de produção e dentro desse ambiente, o principal componente é o solo.
Assim, quando falamos em nutrientes do solo, o equilíbrio entre os macronutrientes e micronutrientes é bastante importante. Essa é a conclusão dada pelo estudo do químico alemão Justus Von Liebig, que ainda no século XIX desenvolveu a Lei de Liebig, também citada como Lei do mínimo.
A melhor analogia para ilustrar a Lei do Mínimo é a figura de um barril composto por ripas de madeiras com diferentes comprimentos. Com isso, o volume ou a capacidade do barril é limitado pela ripa mais curta.
Se enchermos o barril com água, ou outro líquido, é facilmente perceptível entender que a capacidade de armazenamento do barril será limitada pela ripa mais curta.
Nessa analogia, Liebig explica que a produtividade da planta é determinada pelo nutriente em menor disponibilidade. Assim, Justus von Liebig dizia que:
“O rendimento de uma safra é limitado pelo elemento cuja concentração é inferior a um valor mínimo, abaixo do qual as sínteses não podem mais fazer-se”.
Justus von Liebig
A partir da lei fica definido que o fornecimento de nutrientes através de uma adubação equilibrada representa um conceito de grande importância na fertilidade do solo ao se considerar a produção das culturas.
Dicas para ser mais assertivo na aplicação da lei do mínimo na agricultura
Para maior assertividade no emprego do conceito da lei do mínimo à realidade das lavouras, faz-se necessário conhecer as necessidades da cultura e as deficiências nutricionais do solo em que ocorrerá a colheita.
Para isso, é preciso realizar uma análise química do solo. Essa medida é caracterizada como um conjunto de procedimentos químicos que identificam a quantidade de nutrientes disponíveis no solo, além de suas propriedades químicas, físicas e biológicas.
A análise do solo permite calcular a disponibilidade de nutrientes básicos, como nitrogênio, fósforo, potássio e calcário, determina também o conteúdo de matéria orgânica, enxofre, pH e outras características do solo, como sua densidade e permeabilidade.
Nós fizemos um artigo que pode te auxiliar na interpretação das análises de solo, confira aqui.
A ideia por trás da nutrição equilibrada das plantas e da lei do mínimo é aplicar apenas os nutrientes que não podem ser adequadamente fornecidos pelo solo. Daí a importância da análise para saber quanto de cada nutriente deverá ser aplicado por meio de fertilizantes.
A análise do solo permite que seja possível corrigir, fornecer e repor o que a planta demanda, sem sub ou superestimar a quantidade de nutrientes, garantindo altas produtividades e mantendo a viabilidade econômica da cultura.
Outra observação importante é que a recomendação de nutrientes deve ser equilibrada, quantitativa e qualitativa. Ou seja, não adianta colocar apenas um nutriente no solo e faltar outros. A palavra de ordem é EQUILÍBRIO.
Alta tecnologia não significa aplicar muitos insumos para desenvolvimento da lavoura
Nos últimos 30 anos foram observados avanços significativos na produção agropecuária brasileira. Não importa qual cultivo, o avanço em produtividade foi expressivo. A soja, por exemplo, passou de uma produtividade de 1.089 kg/ha, na média dos anos 60, para mais de 3.300 kg/ha na última safra cheia.
Muito desse avanço foi decorrente do amplo uso da tecnologia em diversas vertentes do sistema de produção. Mas, usar alta tecnologia não significa, necessariamente, usar grandes volumes de insumos, como altas quantidades de fertilizantes.
Na atualidade, o alto aporte tecnológico adotado no processo produtivo da agricultura significa permitir que os insumos produtivos sejam adotados de forma racional, sendo esse um dos preceitos da lei do mínimo.
Isto implica, por vezes, usar menos insumos, porque a análise do solo indica presença de nutrientes em quantidades suficientes para uma máxima produtividade. Ao colocar mais fertilizante nessas condições o produtor pode até intoxicar o solo, reduzindo, consequentemente, a capacidade produtiva do mesmo.
Conclusões
Na agricultura, um solo fértil é uma das maiores garantias de uma colheita segura e de qualidade. Porém, solos brasileiros são geralmente pobres em nutrientes ou com nutrientes indisponíveis para as plantas, exigindo a adoção de processos de fertilização e correção.
Dessa forma, para tentar alcançar a máxima produtividade, mesmo sob estas circunstâncias é preciso adotar um conjunto de conceitos e práticas de plantio. Dentre estes, a Lei do Mínimo (conhecida também como Lei de Liebig) ganha importância.
A lei do mínimo entende que a produção das culturas é limitada pelo nutriente em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros estejam disponíveis e em quantidade adequada.
Baseado nisso, realizar a análise do solo é fundamental, pois permite garantir os nutrientes de nível macro e micro para que não seja limitado o desenvolvimento da sua produção.
Fazendo uma medição frequente, o produtor consegue melhor controlar a reposição de nutrientes do solo disponíveis para plantas, com isso há aumento da produtividade e da lucratividade do sistema de produção.
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