Mapas de colheita: como são gerados?

Na agricultura moderna é cada vez mais visto mapas de colheita bem elaborados com diversas escalas de cores e informações, também é presente maquinários modernos com diversos equipamentos e funções, mas e aí? 

O que vou fazer com toda a informação desses mapas? 

Qual a diferença de possuir esse maquinário tecnológico?

Todo esse aparato tecnológico servirá como ferramentas do produtor rural com o intuito de auxiliar na tomada de decisão de modo assertivo e concreto, da mesma forma é necessário saber como todos esses recursos trabalham, a fim de obter o máximo de aproveitamento da estrutura tecnológica desses equipamentos. 

Deste modo, vamos entender como funcionam os monitores de colheita nas colhedoras de grãos?

Componentes básicos das colhedoras

Hoje em dia as colhedoras são equipadas com sensores que são capazes de traduzir as informações do campo em relatórios de produtividade. Por meio dos sistemas de localização por satélite é possível determinar a área onde os dados são coletados, posteriormente organizá-los e armazená-los no monitor de colheita, o que vai facilitar a tomada de decisão do produtor na hora da colheita.

tipos de sensores embarcados nas colhedoras
Tipos de sensores embarcados nas colhedoras, Fonte: Laboratório de Agricultura de Precisão ESALQ/USP

Sensor de Umidade 

O teor de umidade dos grãos varia ao longo da lavoura, dessa forma as leituras de umidade são feitas ponto a ponto, o sensor utilizado para medir a umidade baseia-se na capacitância, quanto maior o teor de umidade do grão, maior a sua capacitância, orienta-se que o sensor seja instalado após a saída do elevador.

Mapas de colheita
Sensor de Umidade, Fonte: John Deere

Sensor de Fluxo de Massa

Esses sensores são responsáveis pela medição da quantidade de grãos colhida, são eles que irão fornecer as informações de produtividade para o monitor de colheita, os sensores são instalados no elevador de grãos limpos, podem ser do tipo volumétrico ou de impacto. 

Os sensores volumétricos, utilizam um feixe de luz infravermelha que mede o tempo de corte da luz que atravessa o grão, dessa maneira é necessário calibrar o sensor com a densidade do grão que está sendo colhido. Esse método é pouco utilizado devido a variação da densidade dos grãos de colheita a colheita. 

Sensor Volumétrico, Fonte: Senar

Já os sensores de impacto contam com uma placa de impacto que fica instalada na cabeceira superior do elevador de grãos, ela tem a função de medir o fluxo de grãos através do impacto do grão na placa.

Sensor de Impacto, Fonte: Laboratório de Agricultura de Precisão ESALQ/USP

Sensores de Localização (GNSS)

Esse tipo de sensor tem a função de fornecer a localização geográfica ao monitor de colheita, pelo sistema de navegação global por satélite (GNSS) que informa a posição geográfica da colhedora através de uma constelação de satélites que monitoram a terra. A precisão desse sistema é da ordem de 60 cm caso seja necessário uma acurácia maior é possível integrar esse sistema com uma base RTK que acompanha o movimento do planeta em tempo real e tem uma precisão em torno de 3 a 4 cm.

Base RTK para correção de coordenadas em alta precisão. Fonte: Senar.
Antena do Receptor GNSS. Fonte: Senar. 

Sensores de Plataforma

A principal função desse sensor é avisar ao monitor de colheita que a plataforma está levantada, assim não é registrado dados de fluxo de massa quando a colhedora está com a plataforma levantada, esse tipo de sensor existe pois há momentos em que a colhedora faz manobras na lavoura e não está operando, quando a plataforma volta a linha de corte o sensor é ativado, novamente é registrado o fluxo de massa dos grãos. 

Sensor de Altura da Plataforma, Fonte: Senar 

Sensores de Velocidade

Este sensor é um dos principais sensores das colhedoras, pois ele mede a velocidade de deslocamento da colhedora, algo que é extremamente importante para calcular a área de colheita e determinar sua produtividade. O tipo de sensor mais utilizado é o sensor de pulso, que registram os pulsos correspondentes ao giro da roda, são instalados no eixo da roda motriz.

Sensor de Velocidade por Pulso, Fonte: Senar 

Monitor de Colheita 

Todas as informações coletadas pelos sensores citados anteriormente são enviadas para o monitor que coleta, processa e armazena todos esses dados do campo. Esse aparelho é um simples monitor que vai transformar as informações do campo em informações úteis ao operador em tempo real. 

Monitor de Colheita, Fonte: John Deere

Como é feita a organização e processamento desses dados? 

A partir das informações do fluxo e umidade dos grãos é calculada a produção, que irá se tornar um índice de produtividade. 

Através do sistema GNSS é determinada a distância percorrida pela colhedora, multiplicando essa distância pela largura da plataforma, obtém-se a área de colheita e partir dessa área é possível mensurar a produtividade daquela da lavoura.

A velocidade da colhedora e a frequência do tempo da coleta de dados são informadas pelo operador no monitor de colheita, esses parâmetros podem influenciar na área de colheita, pois a ela pode variar com a velocidade de operação, na prática será formado um retângulo pela distância de deslocamento junto a largura de plataforma, que terá sua área calculada em metros quadrados. 

Área de Colheita, Fonte: Senar 

Após a definição da área de colheita, qualquer variação do fluxo de grãos é identificada e enviada imediatamente ao monitor de colheita que atualiza os dados, ao mesmo tempo o monitor vai recebendo as informações dos sensores de localização e umidade e também vai remodelando as informações, gravando os dados nos sistemas de memória. 

A partir do momento em que o monitor de colheita recebe as informações de localização, fluxo de grãos e umidade, já começa a confecção dos dados de produtividade, o próprio monitor faz o cálculo da massa específica expressa em kg/m³ para índices de produtividade expressos em kg/ha ou t/ha.  

Mapa de Colheita

Depois da calibração dos sensores do monitor, começa a colheita dos grãos, junto a mediação dos dados da área de colheita (deslocamento x largura de trabalho), coordenadas (localização), fluxo da massa de grãos e umidade (dados da produção), fica por conta do monitor fazer a junção desses dados e gerar o mapa de colheita para cada ponto da lavoura, informando os dados específicos de cada sensor. 

Esses mapas podem ser processados e analisados no próprio monitor de colheita ou em softwares específicos de agricultura, com a finalidade de extrair informações de produtividade da sua lavoura. 

Mapa de Colheita aberto do Monitor. Fonte: John Deere

 Como visto, a tecnologia já chegou no campo, é fundamental que você produtor rural conheça como esses equipamentos trabalham, a fim de extrair o máximo de recursos das colhedoras e com o intuito de a cada safra aumentar sua produtividade! 

Deixe aqui nos comentários se você conhecia algum desses sensores e se sabia como eles funcionavam.

Fiquem ligados no conteúdo do blog da Sensix e não percam as novidades tecnológicas no campo!

Referências

MOLIN, J. P., AMARAL, L. R., COLACO, A. F. Agricultura de precisão. São Paulo : Oficina de Textos, 2015, 238p.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Agricultura de precisão: monitor de colheita / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2020. 60 p; il. 21 cm (Coleção Senar, 247)

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Máquinas agrícolas: tecnologias de precisão / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. — Brasília: SENAR, 2012. 76 p. : il. ; 21 cm — (Coleção SENAR)

Graduando de Engenharia ambiental pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), estagiário no setor de qualidade na Sensix e fascinado pelo mundo do Sensoriamento Remoto aplicado a agricultura e meio ambiente.

4 Comments

  1. Leonardo Reply

    Trabalho com Agricultura de precisão.
    É indispensável o uso da tecnologia em campo, já que uma vez usada impacta no aumento da produtividade.

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