Temperaturas muito altas podem ser fatais para culturas, mas o problema tem solução
Na fisiologia humana, o estresse térmico é fenômeno no qual o corpo passa períodos prolongados exposto a temperaturas extremas, com as quais não está preparado para lidar naturalmente. Isso pode ter uma série de consequências devastadoras, como dores de cabeça, desmaios, inchaço e até levar a óbito.
E você sabia que esse estresse térmico afeta não somente as pessoas, mas também as plantas? Pois é: o contato excessivo com o calor provoca efeitos graves em culturas: irregularidades no desenvolvimento natural, inibição da fotossíntese, baixas na produtividade agrícola… A lista de exemplos é extensa.
Em tempos de ondas de calor cada vez mais frequentes, o assunto é tão relevante que merece ser discutido a fundo. Afinal, o que é o estresse térmico em espécies vegetais? Quais são os sintomas e soluções? E é sobre isso que falamos hoje aqui no blog!
Entenda melhor o estresse térmico
Imagine uma cultura a céu aberto, como acontece na maioria dos casos. Agora, pense na força da luz do sol irradiada sobre essa cultura durante boa parte do dia. Acrescente um atenuante: as ondas de calor que estados do Brasil vêm enfrentando recentemente. Como fica a saúde das plantações diante de tanta radiação solar?
No Brasil, a faixa de temperatura ideal para a maioria das culturas fica em torno de 20 a 30 ºC. Tudo aquilo que passa desse intervalo –para cima ou para baixo, no solo ou na atmosfera– gera algum risco de comprometer a estrutura da planta e, por consequência, seu desenvolvimento, a colheita e o consumo.
Esse é o estresse térmico, que nos impõe um desafio: ele não é fácil de identificar, uma vez que possui sintomas semelhantes a outros quadros que afetam a saúde dos espécimes. Mas vamos ajudar você a ficar de olho!
Sinais de estresse térmico em culturas
Um dos primeiros sintomas de estresse térmico é o fechamento dos estômatos, pequenos poros que facilitam a troca gasosa das plantas com o meio em volta. Esse fechamento, utilizado como mecanismo para conter a perda de água, fica visível quando as folhas se enrolam.
Ainda falando nas folhas, a aparência delas também costuma apresentar outros sinais. Um deles é um aspecto seco nas extremidades, tática utilizada para conter os danos do calor excessivo. E faz sentido: quanto menor é a área “disponível” para queima pelo sol, mais a planta consegue se concentrar em suas funções sem tantas perdas.
A escaldadura solar é mais um sintoma possível de se observar. Comum em fruteiras, a escaldadura acontece quando botões florais –que dariam origem a frutas– ficam diretamente expostos ao sol e, portanto, queimam no calor extremo. Esse sintoma também desencadeia outros, como descoloração e ressecamento nas culturas, sem contar o abortamento dos botões que estavam em pleno desenvolvendo.
Espécies acostumadas a temperaturas baixas, como alface e espinafre, correm o risco de passar pelo chamado aparafusamento. Esse processo ocorre quando as plantas florescem antes da época certa, o que gera fortes perdas na colheita. Trata-se de um mecanismo de autodefesa dos cultivares acionado em situações de estresse.
O contato com o ozônio é mais um vilão para a saúde das plantas: unidas à baixa qualidade do ar atmosférico, as altas temperaturas provocam uma queima estrutural nos tecidos vegetais. Nessas situações, é comum notar manchas marrons nas folhas. Em se tratando de queima, é claro que o risco de queimadas é mais um desdobramento grave do calor extremo, como vemos na alta incidência de incêndios em lavouras no Brasil.
O calor excessivo é capaz de matar culturas inteiras, além de empobrecer as plantas e o solo. Imagem: Reprodução/Imagem de wirestock no Freepik.
E não podemos deixar de fora aquele que talvez seja o sintoma mais óbvio do estresse térmico: a sensação que você (ou o produtor) tem! Afinal, se você sente o impacto do calor na pele, por que a cultura não sofreria no mesmo nível?
Existem inúmeros outros exemplos, mas os que reunimos aqui já dão uma ideia do quanto o estresse térmico impacta estruturas inteiras de plantas –interna e externamente, incluindo em folhas, flores e frutos. De todo modo, temos uma boa notícia: há também diversas soluções possíveis!
Formas simples de combater o estresse térmico
Somente aumentar a irrigação nas culturas não elimina os impactos das temperaturas extremas, já que há outros fatores que influenciam o desempenho das plantas –como a umidade do ar e a própria radiação solar.
Até mesmo solos com bons recursos hídricos durante épocas de estresse térmico geram os sintomas listados acima, o que faz com que certos cultivares tomem medidas por conta própria para reduzir a quantidade de luz que precisam absorver (a exemplo do enrolamento de folhas que citamos).
As soluções possíveis vão das simples às complexas, como:
- Instalar estruturas de sombreamento em torno da lavoura (como telas)
- Ajustar a irrigação em termos de frequência, horário e volume de água
- Otimizar a aplicação de fertilizantes, sobretudo no início da manhã, quando o risco de as plantas sofrerem queimaduras é menor
- Mudar as plantas de lugar. Apesar de isso nem sempre se viável, é uma estratégia mais que eficaz para “fugir” do sol
Embora aumentar a irrigação não resolva o problema, fazer certos ajustes simples ajuda. E muito! Imagem: Reprodução/Imagem do Freepik.
Pesquisadores recomendam ações para conter o calor excessivo
O calor excessivo em plantações brasileiras motivou um estudo conduzido por pesquisadores da Embrapa Semiárido, instituto da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) voltado para investigações ligadas a fenômenos climatológicos e seus efeitos em lavouras –com foco no Pernambuco e em outros estados da região Nordeste.
A equipe responsável pela pesquisa observou espécies específicas, como fruteiras, videiras e afins, e chegou a algumas constatações e estratégias de mitigação dos efeitos da radiação solar. Uma das medidas tomadas foi a instalação de uma tela de sombreamento, que criou um microclima capaz de aumentar a produtividade das plantações até mesmo diante da intensa exposição ao sol.
Se você quer conhecer a pesquisa mais a fundo, é só clicar neste link e acessar o Portal Embrapa. Nós recomendamos a leitura!
Proteja as plantas da mesma forma como você se protege do calor
Pesquisas como a da Embrapa Semiárido mostram que, através de estratégias que melhorem o manejo das plantações e do solo, é mais que possível conter os danos do estresse térmico. Assim, como concluem os próprios pesquisadores, poderíamos aumentar a produtividade, reduzir a utilização de insumos e cortar gastos em produção.
A conta é fácil de entender, não importa se você é ou não um grande produtor: quando se trata de calor, todos temos que proteger as plantas com o mesmo afinco que protegemos nossos próprios corpos naqueles dias quentes!
A nossa ‘gana humana’ é responsável ao desequilíbrio atemosférico. Pensamos primeiro em: “comida; vestes; recurso particular”, etc. Esquecemos que somos sociedade no entorno de oito bilhões de pessoas. Desprezamos à grandiosidade da massa de animais silvestres; assim como a massa vegetal que nos alimenta, protegndo-nos em tudo. A nossa cobiça produz guerra, fazendo-a que se perpetue. Quem fica são os inocentes a pagarem aos danos. Então, o desequilíbrio, não ao todo, do ecosistema sendo de nossa responsabilidade em grande parte. Vejamos como fica as grandes queimadas às folhagens e, até mesmo árvores. Coisas se tornando em cinsas. Coisas que serviriam como sistema alimentar à própria vegetação. Contudo: “a ganância nos impede ao conhecimento à esssencialide política social: para todos os viventes”. Comprometendo o Organismo Divino!