Realizar o manejo de resistência no algodão corretamente é fundamental para garantir o sucesso da produção dessa que é uma das culturas mais importantes do mundo.
O algodão é amplamente usado para a produção de roupas, tecidos e outros produtos têxteis. Contudo, por se tratar de uma cultura perene, sua produção requer atenção, pois as pragas e doenças podem prejudicar seriamente a produtividade da cultura.
Neste artigo, discutiremos os principais tópicos relacionados ao manejo de resistência no algodão e, principalmente, te mostraremos como fazê-lo da forma adequada.
Primeiramente, entenda o que é manejo de resistência?
O manejo de resistência é o uso de práticas agrícolas que visam prevenir o desenvolvimento de resistência de pragas e doenças a defensivos agrícolas e outros produtos químicos. Logo, seu objetivo é reduzir a dependência e a quantidade de defensivos agrícolas usados para controlar pragas e aumentar a eficácia desses produtos.
Fazer o manejo de resistência adequado no algodão é importante para diminuir a exposição e o uso excessivo de defensivos agrícolas. Afinal, tal prática pode levar ao desenvolvimento de resistência dessas pragas e doenças aos defensivos usados.
Assim, uma planta resistente tem menor produtividade, pois, tem maior tolerância aos defensivos, o que reduz a eficácia deles e aumenta a aplicação de produtos químicos. Como resultado, a cultura, o meio ambiente e à saúde humana são prejudicados pela alta exposição aos inseticidas.
Quais são as principais pragas do algodão?
Atualmente, existem diversas pragas que afetam o cultivo do algodão, sendo as mais comuns:
- Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda): é uma das pragas mais destrutivas para o algodão, alimentando-se das folhas, brotos e flores da planta.
Bem como, ela possui hábitos noturnos que fazem com que elas se movam rapidamente e atinjam grandes populações rapidamente. Portanto, diagnosticar o ataque antes que cause maiores danos é uma tarefa difícil.
- Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis): é um inseto que causa grandes danos às plantas de algodão, alimentando-se dos botões florais e das maçãs do algodoeiro.
- Ácaro-rajado (Tetranychus urticae): possui coloração verde-claro ou amarelada, com cerca de 0,5 mm de comprimento, que se alimenta das folhas do algodoeiro, causando danos diretos e indiretos à planta.
O ácaro rajado tem hábitos alimentares sugadores, perfurando as células das folhas e sugando a seiva da planta. Esse processo causa manchas esbranquiçadas nas folhas, reduzindo a capacidade fotossintética e a produção de fibras no algodoeiro.
Além disso, o ácaro rajado pode transmitir vírus e outras doenças para as plantas hospedeiras, ampliando os danos causados.
- Pulgões (Aphis gossypii): são insetos sugadores que se alimentam da seiva do algodoeiro, podendo transmitir doenças e reduzir a produtividade da planta.
- Tripes (Frankliniella spp.): pequenos insetos de cerca de 1-2 mm de comprimento, de cor escura, que afetam várias culturas agrícolas, incluindo o algodão. Eles se alimentam dos tecidos das plantas, especialmente das folhas novas e tenras, causando danos diretos e indiretos à planta.
Os tripes injetam uma saliva tóxica na planta para poder se alimentar, o que pode causar deformação e morte dos tecidos vegetais, além de tornar a planta mais suscetível a infecções por patógenos. Assim, causam danos nas plantas de algodão que afetam a qualidade e a produção das fibras, reduzindo a rentabilidade da cultura.
Por fim, o manejo de resistência no algodão deve ser feito por meio de medidas preventivas, como o uso de sementes resistentes, rotação de culturas e monitoramento constante da lavoura, além do uso de inseticidas específicos para cada praga.
Práticas de manejo de resistência no algodão
Com a modernização e principalmente por meio da agricultura 4.0, o manejo de resistência no algodão se tornou mais simples do que no passado. Assim, fazer o manejo de pragas em áreas de refúgio de algodão garante a produtividade e a sustentabilidade da cultura e reduz o uso de inseticidas em situações de baixa pressão de pragas, mas pode ser necessário em casos de alta pressão.
Para preservar o manejo de resistência no algodão são recomendadas algumas práticas, que incluem:
- Rotação de culturas: fazer rotação de culturas é excelente para reduzir a população de pragas e doenças, bem como a necessidade de defensivos agrícolas. Além disso, potencializa os nutrientes do solo e aumenta a lucratividade do produtor.
Afinal, ao alternar a cultura do algodão com outras culturas, como milho e soja e trigo, o controle da população de pragas e doenças torna-se mais fácil.
- Plantio em datas adequadas: como diria o ditado, há tempo para plantar e há tempo para colher. Portanto, fazer o plantio em datas adequadas evita a exposição do algodão a condições climáticas desfavoráveis, como temperaturas muito baixas ou altas, que podem aumentar a susceptibilidade a pragas e doenças.
- Uso de variedades resistentes: usar variedades resistentes pode ajudar a reduzir a susceptibilidade do algodão a pragas e doenças. Atualmente, existem algumas variedades resistentes a pragas específicas, como o bicudo-do-algodoeiro, por exemplo. Para saber mais, consulte seu engenheiro agrônomo.
- Monitoramento de pragas e doenças: primordialmente, fazer o monitoramento regular de pragas e doenças auxilia na detecção de problemas antes que eles se tornem graves. Nesse sentido, tal prática permite que os produtores tomem medidas preventivas antes que seja necessária a aplicação de produtos químicos.
- Uso integrado de defensivos agrícolas: integrar o uso de defensivos agrícolas envolve o emprego de diferentes tipos de produtos químicos em rotação para reduzir o risco de desenvolvimento de resistência. Além disso, o uso de produtos químicos em combinação com outras práticas de manejo de resistência pode ajudar a maximizar a eficácia dos produtos químicos.
Viu como fazer o manejo de resistência no algodão da forma adequada só traz benefícios para a sua produtividade? Continue nos acompanhando para ter acesso a conteúdos relevantes como esse e diversos outros.
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