Imagens geradas por satélites desempenham importante papel na agricultura

Se hoje os produtores rurais conseguem ter informações precisas e em tempo real a respeito de cada setor de sua propriedade, isso se deve ao uso de imagens geradas por satélite na agricultura. Essas tecnologias são uma importante ferramenta da Agricultura de Precisão (AP) e têm gerado resultados cada vez mais expressivos no que se refere à produtividade.  Não por acaso, o número de produtores que recorrem a essas imagens é cada vez maior, não só no Brasil, mas em todas as grandes potências mundiais do agro, como Estados Unidos, China e Índia. 

No início, quando se começou a falar sobre o uso de imagens geradas por satélites na agricultura, o discurso soava como uma realidade distante do produtor. Em pouco tempo, no entanto, a agricultura acompanhou uma verdadeira revolução tecnológica, que permitiu que essa tecnologia fosse colocada à disposição dos trabalhadores do campo. 

Em pouco tempo, as imagens geradas por satélites deixaram de ser um sonho e passaram a ser uma realidade fundamental para a redução dos custos de produção, ao possibilitar uma visão ampla de toda a propriedade, talhão por talhão, o que permite que pontos fracos e pontos fortes sejam identificados em segundos. 

Antes de abordar cada um desses benefícios gerados pelo uso da tecnologia, no entanto, é necessário compreender como essas imagens são geradas e como podem ser utilizadas em propriedades, desde as de médio até as de grande porte. 

De forma resumida, as imagens são geradas por sensores fixados em satélites que orbitam o planeta, com a ajuda de várias técnicas que codificam as frequências do espectro não-visível e, assim, possibilitam a visualização de uma imagem.

São dois os tipos de sensores utilizados na obtenção de uma imagem: os ativos (que transmitem pulsos de energia e medem a energia refletida desses pulsos pelos objetos, como os satélites com sensores SAR, por exemplo) e os passivos (que medem radiações refletidas ou emitidas pelos objetos, como ocorre como os satélites com sensores multi-espectrais, por exemplo).

Índices comuns

No que se refere particularmente à agricultura, existem dois índices bastante comuns que auxiliam o produtor na realização do sensoriamento remoto.

A primeira opção é o NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada), que possibilita diversos tipos de análises de cada região de uma lavoura, nas mais diversas escalas, desde talhão por talhão até áreas bem maiores. Esse índice, inclusive, é uma excelente maneira de mapear as áreas agrícolas que medem a energia luminosa que a planta absorve ou emite.

Outro índice muito conhecido é o NDRE (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada), capaz de medir a atividade da clorofila presente nas folhas e fazer uma relação entre dois comprimentos de onda diretamente ligados ao teor de clorofila e à biomassa das plantas.

Na prática, a principal diferença entre os dois índices está na sensibilidade para indicar o vigor da vegetação, uma vez que o NDVI não tem a capacidade de indicar diferenças em algumas culturas de acordo com os estágios fenológicos.  Dessa forma, caso um produtor rural tenha em sua lavoura a cultura do milho a partir do estádio V6 ou cana-de-açúcar, é indicado que ele opte pelo NDRE.

Imagens

Imagem: Letras Ambientais 

Vantagens

Dentre as inúmeras vantagens proporcionadas pelo uso de imagens geradas por satélites no campo estão: a possibilidade de acompanhamento periódico da lavoura, a maior coleta de informações que auxiliam na tomada de decisão sobre o manejo, a identificação de problemas comuns na lavoura e a facilidade em monitorar áreas que sejam muito grandes.

Vale dizer, no entanto, que a tecnologia, obviamente, tem algumas limitações, especialmente no que se refere a condições climáticas. Em dias nublados ou chuvosos, por exemplo, as imagens geradas têm uma definição muito inferior, o que pode impedir que o produtor tenha acesso a informações que precisa naquele momento. 

Ainda assim, todas as vantagens proporcionadas pelo uso dessa tecnologia fazem com que ela seja uma excelente opção, especialmente entre os produtores que desejam estimar a saúde de determinada cobertura vegetal, a biomassa ou a produção primária da sua cultura, de forma rápida e eficiente.

Benefícios na prática

Quatro benefícios proporcionados pelas imagens de satélites estão entre os principais e devem ser levados em conta pelo produtor. O primeiro deles é a melhor análise em vários momentos do manejo da lavoura, uma vez que a tecnologia é capaz de detectar pragas e doenças, falhas de plantio, excesso de irrigação, entre outros problemas. Assim, é possível tomar as melhores decisões no que se refere à implantação e à execução do manejo da cultura.

O segundo benefício são os maiores ganhos em relação à produtividade agrícola, ao levar em conta dados como o índice de vegetação, a declividade, os recursos hídricos e logísticos e a sanidade biológica da propriedade.

O terceiro é o aumento da capacidade de monitoramento de desmatamentos, já que as imagens de satélite sobrevoam uma visão ampla de lugares distantes e de difíceis acessos e, assim, possibilitam a identificação de desmatamentos, sempre com localização precisa, para que seja possível combatê-los com facilidade.

Por fim, o quarto benefício é que as imagens identificam falhas e deficiências nutricionais na lavoura, a partir de uma visão ampla e detalhada da lavoura, com foco na análise das falhas de plantio, análise da produção de fotossíntese e produtividade das culturas.

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Sensix

Essa tecnologia, como dito anteriormente, é bastante utilizada pela Agricultura de Precisão (AP) e é essencial para tecnologias relacionadas. Um exemplo é o FieldScan, plataforma desenvolvida pela Sensix responsável por disponibilizar mapas de solo, clima, variabilidade de biomassa e incidência de plantas daninhas, que serão base para a geração de prescrições para aplicações em taxa fixa ou variável, de defensivos agrícolas e fertilizantes.

Na prática, a ferramenta possibilita que o produtor tenha uma visão geral de sua lavoura e, a partir disso, consiga identificar problemas e buscar soluções, tudo isso com o auxílio fundamental das imagens geradas por satélites. 

Imagens

Imagem: Letras Ambientais 

Exemplo de interpretação

A imagem acima pode ser utilizada como exemplo de como é calculado o NDVI, no mapeamento da cobertura vegetal. A escala do NDVI varia de 0,0 (cor vermelha) a 0,8 (cor verde). Assim, como mostrado na ilustração, a cor verde significa vegetação vigorosa, enquanto as áreas em vermelho representam vegetação seca. 

A diferença entre as cores vermelha e verde é mostrada no lado direito, com análise de áreas específicas de Pernambuco, onde a vegetação aparece, respectivamente, seca e verde.

O índice da cobertura vegetal mostrado acima é um exemplo de como as imagens de satélite podem ser processadas digitalmente e utilizadas na agricultura, com o objetivo de orientar e melhorar os rendimentos das lavouras.

O resultado do processamento dessas imagens mostra diferentes colorações, indicando quais as áreas onde a vegetação apresenta melhor saúde, o que, na lavoura, significa maior produtividade. Também mostra as áreas com menor densidade vegetativa ou com algum tipo de anomalia. 

Dessa forma, o produtor rural pode analisar essas imagens, identificar potenciais problemas e, por fim, adotar medidas para corrigir as falhas, reduzindo perdas e elevando a produtividade.

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Seguros

O serviço de monitoramento por meio de imagens de satélites também é uma ferramenta efetiva para diagnosticar a “saúde” das safras, revelada com a ajuda dos índices de vegetação, especialmente o mapa do NDVI. É importante destacar a alta resolução das imagens de satélites, que permite a detecção de mudas e a identificação da “saúde” das safras, entre outras características.

Os dados obtidos por meio desse monitoramento, inclusive, são utilizados no momento de se fazer o seguro agrícola, instrumento fundamental de proteção ao produtor rural, para garantir a continuidade na atividade, em caso de perdas.

O seguro de safra oferece proteção contra perdas, decorrentes de eventos climáticos. Por isso, diversas ferramentas de agricultura digital têm sido utilizadas para otimizar seu tempo, seus recursos e, principalmente, seus investimentos.

Conclusão

A agricultura tem sido bastante beneficiada pelo surgimento de novas tecnologias. Não por acaso, a Agricultura de Precisão (AP) tem se tornado cada vez mais popular no mundo todo e se consolidado como a responsável pelo aumento da produtividade nas mais diversas culturas.

Nesse cenário, as imagens geradas por satélites ocupam posição de destaque, pois proporcionam diversos benefícios aos produtores rurais, como a possibilidade de acompanhamento periódico da lavoura, a maior coleta de informações que auxiliam na tomada de decisão sobre o manejo, a identificação de problemas comuns na lavoura e a facilidade em monitorar áreas que sejam muito grandes.

Todas essas vantagens fazem com que essa tecnologia seja uma excelente opção para todos os produtores rurais, desde os de médias aos de grandes propriedades, especialmente entre os produtores que desejam estimar a saúde de determinada cobertura vegetal, a biomassa ou a produção primária da sua cultura, de forma rápida e eficiente.

Essa tecnologia é essencial para a Agricultura de Precisão (AP), sendo o FieldScan, desenvolvido pela Sensix, um exemplo disso.  A plataforma é responsável por disponibilizar mapas de solo, clima, variabilidade de biomassa e incidência de plantas daninhas, que serão base para a geração de prescrições para aplicações em taxa fixa ou variável, de defensivos agrícolas e fertilizantes, sempre com o auxílio das imagens geradas por satélites.

A partir disso, a agricultura tem alcançado resultados cada vez mais positivos, inclusive no que se refere à redução aos impactos ambientais. Assim, essas imagens têm ajudado a nortear uma nova agricultura, focada na tecnologia e na sustentabilidade, com capacidade de aumentar a produtividade em cada área de uma lavoura e, assim, produzir alimentos mais saborosos, acessíveis e saudáveis. 

Referências

Blog Agrointeli

Agrosmart

Letras Ambientais 

Sensix

Blog Climate FieldView

Jornalista, mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação, revisor e redator freelancer. Atua como repórter e assessor de imprensa e já publicou dois livros como autor independente. Tem interesse por cinema, literatura, música e psicanálise.

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