Meio ambiente e o agro brasileiro

Uma das principais preocupações dos órgãos reguladores de práticas sustentáveis no Brasil é o uso de terras. Isso porque um dos grandes desafios do futuro é produzir comida de forma sustentável para toda população mundial que, em 2030, deve chegar a 6 bilhões.

Engana-se quem acredita que o papel do agronegócio é secundário quando o assunto é preservação do meio ambiente. As diversas regulamentações para o uso de terras têm, cada vez mais, ajudado a manter o equilíbrio da biodiversidade no país.

Proporção de área plantada, matas nativas e terras agricultáveis

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil ocupa apenas cerca de 7,6% de todo território com lavouras. Os dados, obtidos com o apoio da NASA, demonstram que a área destinada à produção agrícola vem diminuindo ao longo dos anos.

Outro dado importante que figura no mesmo estudo da NASA é que o Brasil também é destaque na preservação ambiental. Em 2017, a proporção territorial ocupada com vegetação nativa era de 66%, número positivo frente a países como a Dinamarca, o Reino Unido e a Alemanha, nos quais 76,8%, 63,9% e 56,9% do território são dedicados à agricultura, respectivamente.

A partir dos dados do CAR (Cadastro Ambiental Rural), a Embrapa foi capaz de determinar que os produtores rurais brasileiros são os que mais preservam a vegetação nativa, dedicando parte da área de suas propriedades à proteção ambiental. Ao todo, são 218 milhões de hectares, o que corresponde à superfície de cerca de 10 países europeus.

Tão importante quanto a preservação – que envolve recuperação em Áreas de Preservação Permanente (APP’s) e Reservas Legais – é a proteção. Novamente, a proporção de território brasileiro dedicado à proteção ambiental é alta: são cerca de 206 milhões de hectares, 24,2% da área do país. São reconhecidas como áreas de proteção reservas indígenas, parques nacionais, estações ecológicas, entre outros.

Repartição territorial das áreas protegidas do Brasil. Fonte: Embrapa

Existem também áreas mistas, reservadas tanto para a preservação quanto para a proteção. Nesse caso, representam 49,8% do território brasileiro, cerca de 423 milhões de hectares. Esse número corresponde a 28 países da Europa.

Repartição territorial das áreas dedicadas à proteção e à preservação da vegetação nativa no Brasil. Fonte: Embrapa

É importante ressaltar que os dados acima consideram apenas propriedades com CAR. Quando são consideradas terras devolutas e militares e imóveis ainda não cadastrados no CAR, esse número sobe para 564 milhões de hectares, cerca de 66,3% de todo território brasileiro – que corresponde a área total de 43 países e 5 territórios da Europa.

Repartição territorial do conjunto das áreas dedicadas à vegetação nativa no Brasil. Fonte: Embrapa

Todos os dados foram obtidos graças ao CAR, mas também com o auxílio de imagens de satélite e fontes cartográficas, provenientes de órgãos e instituições federais e estaduais. A partir desses estudos, foi possível criar um gráfico que sintetiza o uso de terras no Brasil.

Fonte: Embrapa

O gráfico acima mostra que a área destinada a pastagens e lavouras representa somente 29% do território nacional, reforçando a importância do Brasil para a preservação ambiental. É preciso considerar também o fator temporal: os dados apresentados possuem alta sazonalidade e não representam valores absolutos. Isso porque constantemente são criadas novas áreas de conservação ou até mesmo homologadas novas áreas classificadas como terras indígenas. Outro fato que pode alterar os dados é a inclusão de imóveis rurais no CAR ou a ampliação das áreas de preservação e proteção ambiental dentro das propriedades, graças aos Programas de Regularização Ambiental (PRA). Por isso, a expectativa é que esse número continue crescendo.

Mas como o Brasil consegue ser, ao mesmo tempo, um dos países que mais produzem alimento e mais conservam vegetação nativa?

A conservação da biodiversidade e as atividades agrícolas são benefícios compartilhados e que têm muito mais em comum do que se pode imaginar. Um dos pontos que merecem destaque é a indispensabilidade da biodiversidade para processos de melhoramento genético: entender como cada bioma funciona é essencial para criar cultivares capazes de assegurar ao produtor alta produtividade, sem a necessidade de adquirir novas áreas. Além disso, somente conhecendo as características de cada região é possível desenhar um planejamento de produção realmente eficaz.

O Brasil também é exemplo de sustentabilidade. As práticas desenvolvidas aqui são utilizadas em outros países, como é o caso do Plano ABC. Criado em 2010, o Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono oferece financiamento aos produtores que adotam práticas sustentáveis, auxiliando na implantação de tecnologias descarbonizantes e que, até o momento, foi responsável por evitar a emissão de 170 milhões de toneladas de carbono.

Ademais, o Brasil atrai 90% dos investimentos de Agtechs na América Latina, reforçando a posição de vanguarda do país na digitalização do agronegócio. O número de startups do agro, por exemplo, cresceu 40% entre 2019 e 2021 e essas iniciativas movimentaram cerca de US$ 70 milhões somente em captação de recursos.

Entre essas startups, a Sensix é destaque. A Sensix conta o FieldScan, a plataforma de agricultura de precisão mais completa do mercado. Por meio da consolidação de dados de fertilidade, nematóides, compactação do solo, estande e plantas daninhas, a plataforma auxilia o produtor a tomar as melhores decisões para sua lavoura. Com o uso de imagens de satélite e drones, o FieldScan entrega processos automatizados e ROI claro.

Além disso, o FieldScan conta com um módulo de mapeamento de fertilidade de solo que, por meio de análises de amostras de solos e plantas, consegue entregar recomendações de correção de solo e uso de fertilizantes de forma rápida e eficaz. Todas as prescrições são conectadas ao maquinário, facilitando o uso da tecnologia no dia a dia. O uso do FieldScan é capaz de reduzir em até 80% o uso de herbicidas, além de permitir aumentar a produtividade ao mesmo tempo em que dispensa a aquisição de novas áreas.

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Referências

Embrapa

Abagrp

G1

BBC

Cientista social, mestranda em Educação com pesquisa na área de Ideologia da Família. Apaixonada por antropologia, psicanálise, historiografia, literatura e música. Atua como Designer instrucional, produzindo materiais didáticos em diversas mídias, conteúdo para redes sociais e marketing (B2B e B2C), usando técnicas de UX e Copywriting. Longa experiência com revisão de textos - acadêmicos e para a web -, redação e produção de conteúdo educacional.

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