As diferentes medidas de massa utilizadas na agricultura

Assim com as medidas de comprimento (alqueire, hectare, metros quadrados, entre outras), as medidas de massa são de grande importância para a agricultura mundial. Através delas, é possível lidar com maior clareza com questões ligadas à produção, compra e venda de soja, milho, café, arroz, feijão, algodão, cana-de-açúcar, entre outros. 

O uso de cada medida pode variar de cultura para cultura e de país para país. Dentre as mais comuns no Brasil estão o quilograma, a arroba e a saca, enquanto nos Estados Unidos e em vários países europeus aparecem com frequência o bushel e a libra. 

O quilograma – provavelmente a medida de massa mais utilizada pelos brasileiros em geral no dia a dia – é uma unidade básica de massa do Sistema Internacional. O peso de um quilo é equivalente ao de um litro d’água em sua densidade máxima. Cada quilograma tem mil gramas, medida cujo nome deriva do latim gramma, que significa “pequeno peso”. Dessa forma, um quilograma é o mesmo que “mil pequenos pesos”.  

diferente medidas de massa para cada cultura
As diferentes medidas para cada cultura. Imagem: Altair Tavares

Também é a partir desta medida que existe a tonelada, equivalente a 1 mil quilos e muito utilizada na agricultura, principalmente no que se refere aos levantamentos da produção de toneladas por hectare.

  • 1 ton = 1.000 kg
  • 1 kg = 1.000 g
  • 1 g = 1.000 mg

Já a arroba – medida correspondente a 15 kg – vem do árabe “ar-rub”, que significa “a quarta parte” e é bastante usada na produção de algodão. O nome se deve ao fato de que a unidade de massa equivalia inicialmente a um quarto de um quintal, antiga medida de massa utilizada em Portugal, Brasil e Espanha. 

Também é bastante utilizada no Brasil, especialmente na produção de grãos, a saca, medida correspondente a 60 quilos. 

Outra medida utilizada na agricultura, principalmente nos Estados Unidos, é a libra (ou pound, em inglês). Seu nome vem do latim e significa balança. Cada libra equivale a 0,45359237 quilogramas. 

Já o bushel, muito usado para a soja e para o milho, tem a explicação mais complexa entre as unidades de medida. Isso porque é utilizado nas bolsas de mercadorias dos Estados Unidos, com destaque para Chicago, e o seu peso é considerado uma medida do sistema imperial, diferente do sistema métrico utilizado no Brasil, o qual tem como base as medidas de metro e quilograma.

O sistema imperial tem uma longa história: é derivado do Sistema Inglês, que, por sua vez, vem das medidas romanas, carolíngias e saxônicas. Ainda na época medieval, os produtos agrícolas já eram comercializados em bushel, com volumes que variavam de cultura para cultura e região para região. 

Em 1824, como forma de padronizar as medidas, o Ato Britânico de Pesos e Medidas substituiu todas as outras medidas em vigor e redefiniu unidades de medida. O bushel passou a ser, naquele momento, o mesmo que oito galões imperiais, ou seja, 277,3 polegadas cúbicas na época. 

Esta, contudo, não foi a última mudança nas definições de bushel. Uma das mais importantes aconteceu já no século XX, quando o bushel passou a se basear mais em peso do que em volume. Assim, a unidade chegou ao que representa até hoje na Bolsa de Chicago, ou seja, cada bushel de milho corresponde a 56 libras (25,401 kg), ao passado que cada bushel de soja ou de trigo representa 60 libras (27,216 kg).

Conversão da medida mais utilizada nos EUA
Conversão da medida mais utilizada nos EUA – o bushel Imagem: Escola Agro

Commodities

Ao falar sobre medidas de massa utilizadas na produção agrícola, também é fundamental abordar as commodities (determinados bens ou produtos de origem primária comercializados nas bolsas de mercadorias e valores de todo o mundo, com grande valor comercial e estratégico). Dentre alguns exemplos estão a soja, a cana-de-açúcar e o petróleo. 

Todos esses produtos desempenham um importante papel na economia mundial, o que faz com que as oscilações em seus preços influenciem outras atividades, desde a indústria até o comércio. 

Quando um produto passa a ser considerado uma commodity, seu preço passa a ser determinado não pelo valor na produção, mas sim pela sua cotação no mercado, especialmente no que se refere às grandes bolsas de valores, sendo a de Chicago a principal. 

Também é de grande importância compreender que as commodities caminham lado a lado com a situação econômica de um país, especialmente os subdesenvolvidos. Na prática, isso significa que a oscilação dos valores desses produtos no mercado determina o funcionamento da dinâmica industrial e comercial dos países. 

Essa informação, inclusive, evidencia o quanto é necessário para o produtor ter múltiplas competências. Além das diversas informações sobre plantio, cultivo, colheita, compra, venda e uso de tecnologia, ele precisa ter conhecimentos abrangentes sobre a economia e se manter atualizado em relação às principais bolsas do mundo. 

A importância das commodities no cenário nacional.
A importância das commodities no cenário nacional. Imagem: Syngenta Digital

Conclusão

As medidas de massa utilizadas na agricultura desempenham um importante papel não apenas para os produtores, mas também na relação com os consumidores. São diversas as medidas adotadas e a maioria delas já é utilizada há muito tempo. Historicamente, os pesos podem variar em épocas e regiões diferentes. Contudo, há um movimento constante na busca pela padronização dessas medidas, já que isso facilita – e muito – processos que vão desde a colheita até a comercialização de produtos como soja, milho, café e cana-de-açúcar. 

Há de se lembrar também que essas medidas caminham lado a lado com as commodities e, consequentemente, com bolsas de valores de todo mundo, sendo a de Chicago a mais importante delas. Essa relação entre diversas medidas de massa, commodities e bolsas de valores demonstra o quanto é essencial para um produtor agrícola dominar diversas áreas de atuação para obter sucesso em sua produção.

Conheça algumas das principais medidas agrárias utilizadas no Brasil

Referências

Super Interessante

Mundo Educação

Mercados Agrícolas

Jornalista, mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação, revisor e redator freelancer. Atua como repórter e assessor de imprensa e já publicou dois livros como autor independente. Tem interesse por cinema, literatura, música e psicanálise.

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