O Brasil ocupa, desde os últimos anos, a quinta posição entre os maiores países produtores de algodão do mundo. Além disso, de acordo com a Abrapa, ocupamos o primeiro lugar em produtividade em sequeiro e estamos entre os maiores exportadores mundiais.
Ou seja, o algodão é um dos produtos protagonistas no agronegócio brasileiro e as estimativas são de crescimento nos próximos anos. Pensando nisso, manter a produtividade do algodão alta é o desafio de vários produtores.
Desse modo, para alcançar as primeiras posições no cenário mundial, abaixo separamos 5 dicas de produtividade do algodão que todo produtor brasileiro deve conhecer e aplicar nas suas lavouras. Confira!
1 – Escolha das variedades
Um fator essencial para manter a alta produtividade é investir em variedades de algodão. Pois, assim, é possível gerenciar os riscos como as condições climáticas e as pragas e potencializar os rendimentos através da conservação do solo e das principais variedades disponíveis no mercado.
Por exemplo, se o plantio acontecer na região sul, no outono, o recomendado é escolher a variedade de algodão que lida bem com umidade e chuvas.
Nesse sentido, é necessário que o produtor escolha as sementes com sabedoria e entenda como aproveitar as classificações de desempenho de cada tipo. Pois, para ter uma alta produtividade é preciso combinar as características do algodão com as condições de campo. Dessa forma, os prejuízos são minimizados e o rendimento potencializado.
Lembrando que, é muito importante escolher um bom fornecedor de sementes, pois a produção das sementes é um processo que envolve várias etapas até que elas possam chegar em uma condição de qualidade mínima aceitável. Ou seja, ter um fornecedor de qualidade e certificado é o primeiro passo para ter sucesso na colheita.
Assim, opte por variedade de algodão que tenham uma boa adaptabilidade ao seu campo e opte por sementes que são tolerantes a pragas e doenças, nematóides e herbicidas, e com alto potencial produtivo.
Abaixo, separamos as principais variedades de algodão disponíveis no mercado:
- BRS 187 8H;
- BRS 371 RF;
- TMG 81 WS;
- TMG 62 RF;
- IAC 24;
- IAC 25 RMD;
- DP 1536 B2RF.
2 – Manejo do solo
Outro fator que os produtores devem levar em consideração para um melhor rendimento da sua lavoura de algodão é o manejo do solo, pois é a partir dessa técnica que é possível fazer a correção da acidez, a adubação correta e a rotação de culturas.
Como já é de entendimento dos agricultores, as culturas necessitam do preparo do solo para conseguirem se desenvolver e com o algodão não é diferente. Desse modo, caso o solo tenha sido utilizado várias vezes para o plantio de algodão é necessário arar. E se tiver incidência de pragas ou ervas daninhas é necessário fazer duas arações de cerca de 30 centímetros, pois as raízes do algodão tem uma profundidade média de 20 centímetros.
Além disso, é necessário atenção na adubação, pois para ter o desempenho esperado, é preciso dar condições de qualidade para o algodão se desenvolver. Dessa forma, é preciso fazer uma análise do solo e assim, fazer os cálculos de quantos micros e macronutrientes serão necessários antes e durante a fase da semeadura.
Outro fator importante são os espaçamentos das plantas, pois quando elas ficam muito próximas umas das outras há uma competição por água, luz e nutrientes. Assim, para evitar que essa competição afete a produtividade e desenvolvimento do algodão, considere o espaçamento entre fileiras de 0,76 m a 0,90 m. No cultivo adensado, o espaçamento deve ser de 0,45-0,50 m e a densidade de 8 m² a 10 plantas por m².
Vale lembrar também que as técnicas de colheita e pós-colheita também são essenciais para a produtividade. Desse modo, é necessário fazer a calibração constante das colheitadeiras de algodão para evitar problemas como encarneiramento, quebra de fibras e impurezas no beneficiamento.
Após a colheita é recomendado também fazer uma pré-limpeza do algodão na colheitadeira para que, se houver algum resquício de praga ou sujeira, sejam eliminados ali e não contamine a saca.
3 – Controle de pragas e doenças
Fazer o controle de pragas e doenças é imprescindível em qualquer cultura, pois uma infestação pode causar sérios prejuízos e danos ao algodão, por exemplo. De acordo com o Guia de Identificação de Pragas do Algodoeiro, desenvolvido pela Embrapa, existem mais de 25 pragas que podem atacar as culturas de algodão.
Desse modo, é importante prestar atenção ao plantio e notar indícios da lagarta Helicoverpa armigera, bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), broca da raiz (Eutinobothrus brasiliensis) e lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens), pois essas pragas representam grandes desafios na lavoura.
Para combatê-las o recomendado é fazer o manejo integrado, uso de inseticidas biológicos e químicos e adotar de culturas modificadas geneticamente para evitar uma infestação.
Agora, outro ponto que deve ter a atenção dos cotonicultores são as ervas daninhas, pois elas impactam no crescimento da planta, logo na fase das plumas. Nesse sentido, é necessário limpar o solo antes do plantio e durante os primeiros 80 dias, é preciso ficar de olho para que elas não reapareçam.
Outras opções para dar fim às plantas daninhas é aplicar técnicas de controle cultural, como uso de cobertura morta, rotação de culturas, adubação equilibrada e limpeza do maquinário.
4 – Monitoramento climático
O clima também pode ser outro vilão para a produtividade do algodão. Por isso, fazer o monitoramento climático e utilizar as informações meteorológicas para planejar a irrigação, o manejo das plantas e outras atividades na lavoura é essencial para garantir a qualidade do produto na colheita.
Desse modo, o primeiro passo é identificar quais e como os fatores climáticos afetam as culturas de algodão e fazer o plantio da safra apenas nas condições favoráveis.
Assim, deve-se levar em consideração a região geográfica da fazenda e os dados climáticos gerados por ferramentas tecnológicas, pois a precisão dessas ferramentas é maior do que dados divulgados na internet.
Abaixo, separamos qual o melhor período para plantio de algodão de acordo com as regiões do Brasil. São elas:
Região | Época do Ano |
Norte | dezembro e fevereiro |
Nordeste | novembro a fevereiro |
Centro-Oeste | novembro a fevereiro |
Sudeste | outubro e março |
Sul | outubro e dezembro |
Lembrando que essa tabela apresenta uma estimativa, para ter certeza de quais meses a sua lavoura pode ser beneficiada por um bom clima são necessários estudos in loco.
Além disso, é importante mencionar que o algodão se desenvolve em regiões com alta incidência solar e com temperaturas médias acima de 20ºC.
5 – Investimento em tecnologia
Outra forma de garantir a alta produtividade do algodão é investir em tecnologia. Isso porque, com as ferramentas já presentes no mercado de agricultura de precisão, é possível mapear a terra, encontrar os pontos mais produtivos do solo, identificar os locais de incidência de pragas no início, prevenir questões climáticas que podem prejudicar a lavoura e muitos outros benefícios.
Além disso, com o uso de drones e outras ferramentas tecnológicas, como o FieldScan é possível gerar dados da fazenda e ajudar os produtores de algodão a diminuir custos, insumos, prejuízos e tomar decisões mais assertivas de investimentos.
O FieldScan, por exemplo, é uma ferramenta de tecnologia da Sensix que faz capturas de imagens, captação de dados, voos, baixa precisão de GPS, acidentes, coleta de solo, recomendação ou aplicação de insumos.
Ou seja, é através dele que os produtores conseguem realizar mapeamentos por meio de satélites e drones, mapas de solo, clima, variabilidade de biomassa e incidência de plantas daninhas, que serão base para a geração de prescrições para aplicações em taxa fixa ou variável, de defensivos agrícolas e fertilizantes.
O que consequentemente ajuda o cotonicultor a aumentar a produtividade da lavoura com mais precisão e assertividade.
Portanto, para ter mais qualidade e produtividade é preciso investir tempo, dinheiro e dedicação ao cultivo do algodão. Pois, assim, é possível entender a cultura, o clima, o solo e as especificidades da sua região e usar isso a seu favor.
Nesse sentido, a produtividade do algodão aumenta e quem sabe nos próximos anos o Brasil não ocupa o ranking principal na produção de algodão, não é mesmo?!
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Excelente material sobre o manejo da cultura do algodão, numa revisão incluir o monitoramento da umidade durante a colheita do algodão é um fator importante a ser considerado, pois pode afetar a qualidade da fibra e o rendimento do processo de colheita. O algodão deve ser colhido quando a umidade está dentro de uma faixa adequada para garantir uma boa qualidade da fibra e minimizar possíveis danos.