Principais efeitos do estresse hídrico para as plantações

O estresse hídrico nada mais é do que a falta de água nas plantações, sendo prejudicial para todas as culturas em etapas diferentes do desenvolvimento da planta.

Pense no seu corpo quando você fica longos períodos sem beber água, você sente dor de cabeça, mal estar e tontura, por exemplo. A desidratação afeta o corpo humano, mas, além disso, ela também afeta as plantas.

Uma lavoura que passa por estresse hídrico tem a sua produção reduzida pelo mal desenvolvimento da lavoura. Por isso, conhecer esse efeito e saber quais são as estratégias indicadas para combatê-lo é fundamental. Confira a seguir o que é, quais as causas e como evitar o estresse hídrico:

Importância da água para o desenvolvimento das plantações

Primordialmente, nenhuma planta consegue se desenvolver sem a presença da água, o que muda são as quantidades que cada cultura despende para se manter. Logo, o conteúdo de água de uma planta herbácea é superior a 90%, já em plantas como a alface, esse índice ultrapassa 95%.

Nesse sentido, a água está presente em diversas etapas do desenvolvimento da planta, como a fotossíntese e na regulação da abertura e fechamento estomático. A germinação, por exemplo, só é desencadeada pela presença da água.

A água hidrolisa macromoléculas com amido em açúcares solúveis, em seguida, os açúcares dão energia para germinação e desenvolvimento inicial da plântula. Além disso, a água é o que mantém as células túrgidas, favorecendo o crescimento vegetal e a sustentação da morfologia da planta. 

E como a planta absorve a água? Pelas raízes que captam o líquido no solo e levam os nutrientes para toda a planta. O processo de distribuição dos nutrientes é feito por um vaso condutor chamado xilema. Ou seja, ele é responsável por distribuir a seiva bruta das raízes para os caules e folhas.

O que é o estresse hídrico?

A princípio, a indisponibilidade hídrica é causada pela irregularidade das chuvas e problemas climáticos que expõem a planta a longos períodos sem água.

O principal fornecedor de água para as plantas é o solo, afinal, ele armazena a água e funciona como uma “caixa d’água” que garante o abastecimento. Mas, uma hora o líquido presente nessa caixa d’água acaba e ocorre o estresse hídrico.

Se as chuvas forem irregulares ou o manejo da irrigação for mal planejado, o volume de água no solo será reduzido e as raízes das plantas não conseguirão absorver os nutrientes. Quando se fala de irrigação do solo, existem alguns termos importantes para você conhecer.

  • CAD (Capacidade de Água Disponível) – volume adequado para as plantas absorverem completamente a água.
  • PMP (Ponto de Murcha Permanente) – acontece quando faltam chuvas ou a irrigação é insuficiente, logo a disponibilidade de água fica abaixo do ideal.
  • Em resumo, quando o solo está no PMP, a quantidade de água é tão baixa que a planta, mesmo gastando energia, não consegue retirar a água do solo.

A combinação de falta de chuvas com épocas mais quentes faz com que a planta transpire mais, aumentando a perda de água. Assim, há um déficit hídrico causado pelo desequilíbrio entre a oferta e demanda de água, e consequentemente, desencadeia o estresse nas plantas.

Causas do estresse hídrico

A perda de água das plantas é causada pela pressão que se desenvolve entre as folhas e a atmosfera e é diretamente afetada pela disponibilidade de água no solo. Logo, quanto menor for a disponibilidade hídrica, maior será a dificuldade de absorção de água pelas raízes, ocasionando a murcha da planta.

Isso acontece porque a planta não tem a capacidade de equilibrar a perda de água gerada pela transpiração.

Fatores como o manejo do solo inadequado e a sua compactação  levam ao agravamento e perturbação da relação solo-água-planta-atmosfera. 

Portanto, surgem problemas na diminuição da capacidade de infiltração de água no solo, seja pelas chuvas ou pela irrigação. Bem como, há um aumento do escoamento superficial, o que contribui para a redução do potencial de armazenamento de água nos solos.

Por fim, a diminuição da capacidade de infiltração é mais um fator que contribui para o estresse hídrico, causado pela pouca disponibilidade de água no solo.

Efeitos da falta de água para as plantações

O estresse hídrico afeta cada cultura de diferentes formas, seja ela de milho, feijão, cana, café e etc. Porém, esse problema afeta direta e indiretamente a produtividade. As consequências desse efeito também variam conforme a fase que o estresse ocorreu.

Deste modo, o desenvolvimento de plantas é prejudicado quando recebem tanto pouca água quanto muita. Assim, o déficit de água pode:

  • Conduzir ao fechamento estomático;
  • Alterar a espessura, a área foliar e características anatômicas da planta;
  • Afetar a taxa de transpiração, a taxa fotossintética, a translocação de substâncias e a síntese da parede celular também.
  • Por fim, reduzir a taxa de crescimento e mudanças no padrão de translocação de matéria seca, prejudicando o desenvolvimento das plantas.

Como evitar o estresse hídrico na lavoura?

Primeiramente, conheça o histórico de chuvas da sua região se você quer evitar esse problema aí na sua lavoura. Ou seja, confira em quais épocas chove mais e em quais a precipitação é menor.

Sabendo estes dados fica muito mais fácil fazer o planejamento das estratégias que diminuem o efeito da falta de água no campo. Em contrapartida, também é importante entender a demanda hídrica da cultura que irá produzir.

Implementar um bom sistema de irrigação é a melhor solução. Contudo, é complicado fazer a irrigação. Nesses casos, adote outros métodos, como:

  1. Uso de variedades resistentes à seca em culturas como a do trigo.
  2. Evite a compactação dos solos;
  3. Adote o sistema de plantio direto para evitar o estresse hídrico nas plantas.
  4. Use a palhada no solo para reduzir a perda de água pela evaporação.

Fontes:

CARVALHO

UNESP

Puc Goiás

UFSC

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