Não é segredo que o milho ocupa uma das primeiras posições no ranking de grãos produzidos e exportados pelo Brasil, junto a commodities como soja e arroz. Mesmo com a safra 2023/2024 apresentando uma queda em relação a anos anteriores, um relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou uma produção total estimada de 110,96 milhões de toneladas – o que mostra a relevância do cereal não apenas para a nossa economia, como também para o abastecimento interno do Brasil.
Por outro lado, essa produção é limitada por alguns fatores. Além de fenômenos climáticos com força atípica, como secas extremas e excesso de chuvas, há um agente em particular que representa um sério risco às lavouras: a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), capaz de transmitir doenças que podem levar à perda de 100% de safras.
A cigarrinha é nosso foco de hoje aqui no Sensix blog. Vamos falar sobre as principais características da praga, os perigos que ela representa e as principais táticas de controle, além de descobertas científicas recentes que podem nos ajudar a combater infestações no futuro. Confira!
Cigarrinha-do-milho: pequena, mas devastadora
Para você conhecer melhor a cigarrinha-do-milho, preparamos uma ficha técnica com algumas das principais informações sobre a praga. Veja só:
Apesar do nome fofo e do tamanho diminuto, a cigarrinha consegue provocar um sério estrago em lavouras de milho. É que ela está bem adaptada às condições climáticas do Brasil, o que facilita sua reprodução e disseminação pelo nosso território.
Como você leu na ficha acima, o grande “diferencial” aqui é que, ao contrário de outros insetos, ela não causa danos pela predação direta do milho – ainda que ele sirva de base para sua alimentação. O problema é que a praga é vetor de doenças que afetam a planta, como os seguintes exemplos:
- A virose do raiado fino, quadro viral que pode reduzir a produção de grãos em até 30%, sendo muito comum em lavouras de milho. É marcada por sintomas como listras (ou raias, daí o nome) amareladas ou cloróticas, estrias e rugas nas folhas, bem como uma redução significativa no crescimento da planta.
- O enfezamento pálido, que acarreta perdas significativas em produtividade, podendo ocorrer em lavouras onde ocorre o plantio sucessivo de milho. Assim como a virose, o enfezamento é causado por patógenos transmitidos pela cigarrinha.
Como dissemos, a cigarrinha-do-milho tem o potencial de gerar danos devastadores na economia do agronegócio brasileiro. É que ela gera uma série de impactos reais, como reduzir a produtividade. A situação é tão caótica que, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as perdas podem chegar a 100% em casos de enfezamento.
Essas perdas em produtividade, por sua vez, impactam diretamente as exportações – principalmente quando os mercados externos com os quais negociamos têm restrições em relação à aplicação de pesticidas e outros químicos sobre as commodities, por exemplo.
Como combater a cigarrinha-do-milho
Se a má notícia é que a cigarrinha-do-milho tem efeitos severos na produção do milho, a boa é que existem técnicas de manejo e controle relativamente fáceis de adotar. E você já conhece boa parte delas, ainda mais lendo nosso blog com frequência!
Podemos começar com estratégias simples, como:
- O plantio de cultivares do milho resistentes ou mais tolerantes às doenças transmitidas pela cigarrinha.
- A rotação de culturas também é interessante, uma vez que impede que os insetos tenham uma fonte de alimentação permanente (por consequência, interrompendo seu ciclo de vida normal).
- A aplicação de pesticidas de qualidade e com consciência, além da utilização de predadores naturais da cigarrinha (controle biológico), também são opções eficazes.
Todas essas estratégias formam o que chamamos de manejo integrado de pragas (MIP), que busca maximizar a produção ao mesmo tempo que minimiza as perdas.
Certas táticas, como o plantio de cultivares do milho resistente a pragas, ajudam a combater a cigarrinha. Imagem: Reprodução/Imagem do Freepik
Mas o combate à cigarrinha-do-milho não para aí, e tudo indica que logo teremos soluções mais definitivas para o desafio. É que, diante dos efeitos catastróficos que o inseto tem gerado em lavouras de milho na Argentina, pesquisadores conseguiram sequenciar o genoma da praga recentemente. A notícia é bastante promissora, já que pode nos ajudar a entender melhor a biologia e a evolução da cigarrinha. Com o tempo, poderemos também aperfeiçoar a genética do milho, tornando-o mais resistente às ações da praga.
E o que a Sensix tem a ver com a cigarrinha-do-milho? (Spoiler: tudo!)
Isso mesmo, a Sensix tem tudo a ver com a cigarrinha-do-milho – melhor dizendo, com o combate à praga. O FieldScan, nossa ferramenta com a qual você já está mais que familiarizado, é um recurso bastante útil para mitigar os efeitos do inseto (e de vários outros) nas lavouras brasileiras – como na forma de facilitar o manejo integrado de pragas, em meio a várias outras aplicações.
É assim que fazemos nossa parte para auxiliar produtores a alavancar suas colheitas e não apenas gerar lucro, mas também levar alimentos de qualidade à mesa dos brasileiros. E isso começa com cuidados conscientes, envolvendo tecnologias eficazes e muita responsabilidade na utilização!
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