Os Impactos das Práticas Agrícolas no Clima: Desvendando as Conexões Cruciais

Entender os impactos das práticas agrícolas no clima e no meio ambiente, no clima e na sociedade em geral é importante para avaliar as conexões de causa e efeito e como reverter erros e alavancar soluções.

Nesse sentido, o clima e a agricultura são parceiros de longa data, desde o início, um depende de outro e essa interconexão é essencial até os dias atuais. Por isso, entender como as más práticas agrícolas podem desencadear e intensificar questões climáticas é um assunto importante para qualquer profissional do agronegócio.

Pensando nisso, abaixo preparamos um conteúdo inédito sobre os impactos das práticas agrícolas no clima e como a tecnologia pode atenuar as consequências. Boa leitura!

Quais são os principais impactos climáticos das práticas agrícolas?

Como falamos acima, a relação do clima com a agricultura é um ganha e perde. Pois, do mesmo modo que um depende do outro para produzir, um pode causar consequências irreversíveis no outro.

Abaixo separamos os principais impactos da agricultura no clima e nas mudanças climáticas. Confira.

1. Desmatamento e emissões de gases de efeito estufa

O desmatamento é uma das principais práticas de liberação de gases de efeito estufa, além de destruir toda a vegetação e solo impactados. E mesmo que o desmatamento possa ser associado à expansão agrícola, o feito não justifica as consequências graves para o meio ambiente.

Por exemplo, o Brasil está na sexta posição entre os maiores emissores de GEE (Gases de Efeito Estufa), sendo a segunda maior fonte de emissão da atividade agropecuária.

Responsável por 47% do total em 2021, o desmatamento e o desflorestamento da Amazônia responde por grande volume de emissão em virtude de as florestas tropicais conterem grande quantidade de carbono. 

A perda de cerrado também tem emissões significativas, principalmente porque o carbono fica estocado no subsolo.

E, por mais que o Código Florestal Brasileiro siga uma legislação moderna e bastante rigorosa, deter o desmatamento ainda é um desafio para o futuro. 

2. Má gestão da irrigação e escassez hídrica

Outra prática que tem impactos irreversíveis no clima e no meio ambiente é a má gestão da irrigação que gera a escassez hídrica, já que a água é um bem limitado.  

E, mesmo que o Brasil tenha a maior reserva de água superficial do mundo, reservatórios de água subterrânea e a Bacia Amazônica e o Pantanal Mato-Grossense, nada garante que teremos água potável para os próximos anos.

Desse modo, cabe aos produtores começarem a usarem práticas inteligentes e tecnologias de gestão da irrigação, pois um dos principais motivos para a escassez de água no Brasil é o uso inadequado do solo. 

No Centro-Oeste, por exemplo, onde estão concentrados os rios e as nascentes mais importantes do país, a atividade agropecuária utiliza cerca de 70% da água consumida no país.

Ou seja, ou usa-se novas práticas, ou a escassez de água será um problema recorrente daqui há uns anos. 

3. Uso excessivo de fertilizantes e contaminação ambiental

Fazer o uso indiscriminado de fertilizantes causa efeito adversos tanto na qualidade do alimento quanto na contaminação da água e do solo. Ou seja, os impactos ambientais são significativos e os produtores devem sempre utilizar a dose certa de fertilizantes para garantir uma plantação bem nutrida e de qualidade. 

Para isso, não é necessário apenas usar, sem limites, os fertilizantes. Basta aplicar práticas de manejo eficientes como as de Agricultura de Precisão e assim, conseguir uma safra saudável.

Outra solução para não contaminar o meio ambiente é o uso de tecnologias que dosam a qualidade correta de fertilizante de acordo com a plantação, clima, solo e outros fatores. 

Assim, é possível evitar desperdícios e prejuízos, além de otimizar a colheita e aumentar os lucros.

4. Perda de biodiversidade e vulnerabilidade climática 

Aqui no Brasil, durante anos a monocultura (plantio e cultura de apenas um tipo de produto) era uma prática bastante utilizada e isso causou a perda de biodiversidade, pois esse tipo de manejo torna as plantações mais suscetíveis a condições climáticas extremas. 

Entretanto, por mais que o agronegócio tenha evoluído e se tornado tecnológico, muitos produtores ainda utilizam dessa prática, o que causa eventos climáticos acentuados devido à falta de diversidade nas plantações e os solos empobrecidos. 

Desse modo, é necessário que o manejo de rotação de culturas seja feito e que práticas mais sustentáveis sejam adotadas para manter o solo fertil, a biodiversidade intacta e a vulnerabilidade menos acentuada.

Como a tecnologia pode atenuar os impactos das práticas agrícolas no clima?

Uma das soluções que vem ganhando espaço no agro para lidar com práticas mais sustentáveis e que ajudam o meio ambiente é a tecnologia. Afinal, não é novidade o uso de ferramentas tecnológicas no campo, mas não adianta só tê-las é necessário utilizá-las pensando no bem do ambiente e da qualidade dos plantios e colheitas.

Pensando nisso, abaixo separamos 3 tipos de tecnologias que vem revolucionando o setor. Confira!

1. Agricultura de Precisão na redução de emissões de gases

As práticas de Agricultura de Precisão usam a tecnologia para facilitar a vida em campo. Desse modo, ela pode ser aplicada para reduzir emissões de gases, otimizando o uso de recursos agrícolas. 

Ou seja, os produtores poderão produzir mais com menos e esse mais tem qualidade, produtividade e eficiência.

Por exemplo, os mapas VRA (Aplicação de Taxa Variável) ajudam os agricultores a aumentar a fertilidade do solo, calculando a quantidade necessária de fertilizantes e aplicando produtos químicos estritamente onde necessário.

Além disso, as técnicas de sensoriamento remoto permitem que os agricultores monitorem regularmente o estado da plantação a fim de evitar pragas e doenças. 

Sem dúvida, a agricultura de precisão é mais sustentável e com isso seus impactos são menores. 

2. IoT para gestão sustentável da água

Como falamos acima, a crise hídrica é real e está mais próxima do que imaginamos, por isso, o gerenciamento inteligente de água com a Internet das Coisas (IoT) é uma solução que pode ajudar a reduzir o desperdício e otimizar o uso pelo agronegócio.

Pois, como os sistemas inteligentes de gerenciamento de água são projetados para monitorar e controlar o uso da água em tempo real é possível ter uma noção geral do sistema de irrigação e detectar rapidamente um vazamento, por exemplo.

Ou seja, os sistemas de IoT ajudam a reduzir o desperdício, otimizar o uso da água e economizar dinheiro. Além de, proteger o sistema contra danos causados ​​pela água e fornecer dados em tempo real para ajudar a identificar áreas de desperdício desse recurso essencial. 

3. Monitoramento ambiental para prevenção da contaminação

Outra tecnologia que auxilia na prevenção da contaminação do solo, água e da natureza é o monitoramento em tempo real. Assim, produtores que contam com  esse serviço podem incluir alertas em tempo real ou combinar informações antigas e atuais para antecipar situações de risco. 

Além do monitoramento por sensores, as câmeras de videomonitoramento também são uma opção na prevenção da contaminação. Pois, por exemplo, as câmeras de vídeo IP e soluções baseadas em IoT capturam imagens e podem fornecer dados e análises visuais que permitem entender as condições para tomar medidas mais eficientes. 

Portanto, é importante lembrar que toda má prática agrícola acarreta impactos nas mudanças climáticas e no meio ambiente. Por isso, repensar as decisões que você, produtor, toma na sua lavoura é uma responsabilidade coletiva, pois o meio ambiente é de todos e todos devemos cuidar dele.

Afinal, adotar práticas mais sustentáveis que revertam os impactos das práticas agrícolas no clima, seja por meio de tecnologia ou manejos mais simples, é uma forma de devolver ao ambiente o que colhemos e também participarmos da construção de um futuro agrícola mais resiliente e compatível com o clima.

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