A ferrugem asiática é uma das doenças que mais afeta as plantações de soja no Brasil e na safra de 2023/24, já foi registrado um aumento do aparecimento do fungo em relação à safra 2022/23.
Por isso, a situação é de alerta. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 2023 foram identificados 46 casos da doença no Brasil e em 2024 já existem mais de 140 focos registrados.
Ou seja, é necessário atenção, principalmente porque as chuvas estão chegando e a alta umidade junto com altas temperaturas favorecem o desenvolvimento da doença.
Pensando nisso, abaixo vamos te mostrar como evitar a ferrugem asiática e assim, proteger sua soja. Boa leitura!
O que é a ferrugem asiática e quais os prejuízos para as plantações de soja?
Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem asiática é a doença que mais afeta as plantações de soja no Brasil. E a contaminação acontece quando os esporos vindos do vento de uma área vizinha, por exemplo, se disseminam na plantação e fazem das folhas da soja suas hospedeiras durante a entressafra.
Contudo, para que os esporos germinam é preciso que a temperatura e o molhamento foliar sejam favoráveis. Caso positivo, em cinco dias já é possível ver os primeiros sintomas da ferrugem asiática na soja.
Composto por pontos escurecidos com 1 a 2 mm de diâmetro, os esporos causam uma desfolha precoce e reduz a capacidade fotossintética da planta. Assim, após 21 dias hospedados, eles iniciam novas infecções na mesma lavoura e nas próximas com a ajuda das chuvas e do vento.
Isso quer dizer que, a ferrugem asiática compromete a lavoura, a produtividade, a qualidade dos grãos e impacta no custo da safra, pois, além do uso de insumos, os sojicultores devem investir em vários manejos para se livrar da doença.
Aqui no Brasil, todos os anos, produtores, governo, e instituições públicas e privadas do agronegócio buscam alternativas para manejar a doença de forma eficiente e sustentável, pois os prejuízos são de todos.
Como identificar a ferrugem asiática?
Como falamos acima, a doença começa na entressafra, ou seja, no estágio de desenvolvimento das folhas e hastes. Desse modo, os sintomas já aparecem nos primeiros dias de contato.
Apresentando uma cor verde-acinzentada e depois para o marrom-escuro e avermelhado, a ferrugem asiática forma pequenas urédias (pústulas globosas) castanho-claro que se parecem com bolhas e feridas.
E são essas urédias que diferenciam a ferrugem de outras doenças da soja, como a mancha parda, míldio e bacteriose. Dessa forma, é necessário que os produtores, para ter o diagnóstico certo, usem uma lupa para observar as urédias em detalhes.
Já nos estágios mais avançados da infecção, a doença causa folhas secas e amarelas e compromete o grão, já que gera uma má formação das vagens.
Alerta para a safra de 2023/24
Criado pela Embrapa, o Consórcio Antiferrugem é a principal fonte e referência para os produtores sobre a ferrugem asiática no Brasil e, para a safra de 2023/24, o consórcio emitiu um alerta.
Criado em 2004, o Consórcio Antiferrugem faz diversas pesquisas no Brasil, desde testes de fungicidas a ensaios cooperativos, com o objetivo de evitar a ferrugem asiática da soja no país. Desse modo, eles monitoram a doença em tempo real e compartilham as orientações e alertas de forma gratuita.
Para a safra de 2023/24, o alerta veio, principalmente, por causa do El Niño que consequentemente trouxe um volume maior de chuvas juntamente com longos períodos de calor no verão. O que é um prato cheio para a ferrugem asiática.
De acordo com dados de 9 de janeiro de 2024, os casos registrados estão presentes no Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Como deve ser feito o manejo da ferrugem asiática da soja?
A melhor opção para se livrar da ferrugem asiática é fazer o manejo corretamente da doença. De acordo com informações do Consórcio Antiferrugem, os agricultores gastam cerca de US$ 2 bilhões com o manejo da doença todos os anos.
Ou seja, é necessário ser assertivo na técnica e na prática para otimizar os custos e, para isso, as recomendações são:
- Fazer o monitoramento e identificação assertivo da doença;
- Rotação de cultivos;
- Adoção de culturas resistentes ou tolerantes à doença;
- Uso de fungicidas de alta eficácia;
- Rotação de fungicidas;
- Manejo Integrado de Doenças;
- Respeitar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC);
- Adoção do Vazio Sanitário.
Das práticas que citamos acima, o vazio sanitário é a mais importante para se livrar da doença, por isso, é preciso ter calma e investir em cuidar da sua lavoura antes de começar uma nova safra, okay!
Além disso, a principal dica é seguir as recomendações do governo e do consórcio e assim, conseguir uma boa resposta do manejo.
Portanto, é preciso ter atenção, sojicultores! A ferrugem asiática não é brincadeira e requer um cuidado minucioso para evitar a doença e proteger sua plantação de soja.
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