Embrapa anuncia nova unidade para desenvolvimento de tecnologias em São Carlos

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) acaba de anunciar uma novidade que certamente contribuirá para alavancar tecnologias e empresas do agronegócio, além de acelerar o desenvolvimento da agroindústria: a implantação da nova Unidade EMBRAPII ITECHAgro, com sede na Embrapa Instrumentação, em São Carlos, no interior paulista. 

O anúncio foi feito em 19 de dezembro, um dia depois do aniversário de 38 anos da Embrapa Instrumentação e logo após a aprovação pelo conselho de administração da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial. 

No total, serão investidos R$ 45 milhões na Unidade de São Carlos e mais nove centros localizados nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba. O credenciamento, com duração de seis anos, terá período probatório de 12 meses, sendo que ao final desse um ano, a Unidade EMBRAPII será submetida a uma reavaliação para verificar o cumprimento do plano de ação apresentado e avaliar se as metas definidas foram, de fato, alcanaçadas.

A EMBRAPII ITECHAgro “Integração de Tecnologias Habilitadoras no Agronegócio” atuará em três diferentes áreas, sendo elas (1) materiais avançados e insumos nanotecnológicos e biotecnológicos para o agronegócio, (2) sensores, equipamentos e metodologias fotônicas integradas a IoT para a agricultura de precisão e digital e (3) tecnologias para controle de qualidade de produtos e automação integrados com inteligência artificial aplicados à agroindústria.

“A Embrapa Instrumentação, além de estar situada num polo de inovação no interior paulista e de contar com a capilaridade da rede Embrapa (43 Centros de Pesquisa em todo o Brasil, incluindo também a Unidade EMBRAPII Agroenergia, em Brasília), já atua em sete das dez tecnologias habilitadoras elencadas pelo MCTI: nanotecnologia, fotônica, biotecnologia, materiais avançados, inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e robótica”, ressalta o chefe geral José Manoel Marconcini. 

 “Agora, com a experiência da equipe da Embrapa Instrumentação aliada à Unidade EMBRAPII ITECHAgro, poderemos aumentar a nossa atuação e fomentar spin-offs e startups, trabalhar com as chamadas deep techs (empresas que se aprofundam num tema), baseadas na aplicação e integração dessas tecnologias habilitadoras, para tornar o agronegócio mais competitivo internacionalmente e atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS)”, destaca.

 Entre os principais resultados esperados pelos idealizadores do projeto estão a viabilização de novas tecnologias para o agronegócio que levem à utilização mais racional dos recursos naturais como solo e água, e insumos, elevando os índices de produtividade de forma sustentável, com redução de custos de produção.

 “Queremos também gerar novas empresas industriais que atuem com tecnologias inovadoras no agronegócio; atrair grandes empresas para temas conectados a inovação no agro; contribuir na formação de recursos humanos diferenciados para atuar nessa área altamente multidisciplinar e fomentar a criação de startups para o agro, gerando impactos econômicos e sociais nos centros urbanos”, acrescenta Débora Milori, chefe adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação.

 “Buscaremos ainda aumentar a qualidade de produtos agroindustriais, disponibilizar novos materiais para aumento de qualidade e redução do desperdício, e sistemas para melhorar a rastreabilidade para gerara selos de qualidade para os produtos brasileiros, agregando valor e abrindo novos mercados internacionais”, finaliza Débora.

A instituição 

Criada em 2013, a EMBRAPII atua em um modelo de cofinanciamento, inspirado em organizações internacionais, como os Institutos Fraunhofer, da Alemanha. A instituição aporta um terço – com recursos de parcerias com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC) – assim como a empresa parceira e a Unidade EMBRAPII.

ODS

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) nasceram na Conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, realizada no Rio de Janeiro, em 2012.  As ações visam lidar com os desafios ambientais, políticos e econômicos mais urgentes do planeta.

Ao todo são 17 objetivos: erradicação da pobreza; fome zero; boa saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água limpa e saneamento; energia acessível e limpa; emprego digno e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; combate às alterações climáticas; vida debaixo d’água; vida sobre a terra; paz, justiça e instituições fortes e parcerias em prol das metas. 

Conclusão 

O setor agro está entre os que mais se desenvolvem no Brasil, o que se deve aos constantes investimentos na área, principalmente em pesquisa e novas tecnologias. A nova Unidade EMBRAPII ITECHAgro, com sede na Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), é mais um importante passo dado para que novas tecnologias surjam e contribuam para o crescimento do agro, não apenas do ponto de vista econômico, mas também no que se refere à sustentabilidade. 

Não por acaso, o objetivo é que no local sejam desenvolvidas tecnologias capazes de tornar o agronegócio mais competitivo internacionalmente e de atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS). Esse é mais um exemplo das transformações que têm ocorrido no setor agro, sempre impulsionadas pelo objetivo de produzir com maior qualidade e menor impacto ambiental. 

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Fonte:

Embrapa

Jornalista, mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação, revisor e redator freelancer. Atua como repórter e assessor de imprensa e já publicou dois livros como autor independente. Tem interesse por cinema, literatura, música e psicanálise.

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