Dentre os diversos cuidados envolvendo a produção agrícola, algumas das mais importantes estão relacionadas ao manejo e à conservação do solo e da água. Isso se deve ao fato de que tanto a água quanto o solo são indispensáveis não só para a produção agrícola, mas para a vida humana como um todo.
O solo é responsável por regularizar o clima por meio da retenção de carbono e garante segurança alimentar a toda a população, além de proporcionar a produção de fibras, madeira e combustível. Já a água, como todos sabem, é o principal suporte à vida, com uso necessário na hidratação, higiene, irrigação, geração de energia, entre muitos outros.
Justamente por isso, o uso adequado do solo e da água é fundamental para as atividades agrícolas, além de ser uma temática que vem ganhando cada vez mais espaço entre produtores rurais e estudiosos nos últimos anos.
O manejo e a conservação do solo e da água sempre foram indispensáveis, mas ambos ganharam maior destaque a partir da agricultura moderna, pautada por princípios que buscam assegurar a estabilidade na produção, além da proteção à biodiversidade, por meio da agricultura sustentável. Com isso, todos ganham: a natureza é preservada, os produtores conseguem melhores resultados e lucros maiores e, por consequência, geram mais empregos.
Uma preocupação que ganhou destaque nos últimos anos, a ponto de fazer com que surgissem novas tecnologias na área, é o aproveitamento das chuvas. Hoje os produtores buscam aproveitar ao máximo essas águas, benéficas ao solo quando se evita o escoamento superficial, uma vez que a chuva (desde que não ocorra em quantidade excessiva) é capaz de fortalecer as culturas e prevenir erosões. Por meio de iniciativas como essa é possível ter aumento no lucro sem ter uma redução na capacidade produtiva.
Outro aspecto que tem a tecnologia como uma importante aliada é o monitoramento do solo, algo feito hoje com mais facilidade graças aos novos equipamentos voltados a essa finalidade. O monitoramento é de extrema importância e exige atenção constante, especialmente porque qualquer atividade pode provocar um desequilíbrio no solo, a ponto de torná-lo improdutivo caso o monitoramento não seja feito de maneira adequada.
Também merece a atenção do produtor o fato de que o solo é bastante complexo. Ou seja, cada área tem suas próprias características, que podem variar muito, até mesmo dentro da mesma propriedade. Por isso, cabe ao produtor observar a aptidão de cada local e utilizá-lo da melhor maneira possível, visando não apenas aumento da produtividade, mas também o maior equilíbrio ambiental.
Para isso, é importante que o produtor faça o planejamento conservacionista da forma mais completa e atualizada possível, levando em conta as características do solo de cada área da propriedade, a frequência de chuva na região em cada época do ano, entre outros dados.
Também merecem atenção as práticas conservacionistas para o controle da erosão, ou seja, todas as ações executadas com o objetivo de adequar, manter ou até mesmo melhorar a fertilidade do solo, com práticas vegetativas (florestamento e reflorestamento, plantas de cobertura, rotação de culturas, entre outras), edáficas (cultivo de acordo com a capacidade de uso da terra, adubação, etc.) e mecânicas (como preparo do solo, irrigação e drenagem).
Vale destacar que os métodos e as práticas de prevenção à erosão devem ser adotados a partir dos aspectos econômicos e ambientais de cada local. Para maior eficácia esses métodos e práticas precisam ser abrangentes e diversificados.
Compactação do solo
Outra ação que merece cuidados especiais é a compactação do solo, ou seja, o aumento da densidade do solo e a redução da sua porosidade, a partir de um grande esforço ou a uma pressão contínua.
Em geral, essa compactação é feita por meio do uso de máquinas e implementos e pode resultar em uma redução significativa da produtividade das culturas, já que a compactação pode impedir que as plantas absorvam os nutrientes necessários, graças à redução dos espaços livres do solo e diminuição da quantidade de oxigênio.
Por isso, algumas medidas fazem toda a diferença no momento de amenizar os efeitos da compactação do solo. As principais são o controle de tráfego maquinário e o controle de tráfego animal, técnicas que limitam a área compactada e mantêm o restante da lavoura livre do problema de compactação do solo e de amassamento de plantas.
Água
Já os cuidados em relação à água – tão importantes quanto o manejo e a conservação do solo – englobam a distribuição e armazenamento de água (incluindo o revestimento e a impermeabilização de canais e reservatórios), o uso eficiente da água tanto na agricultura quanto na pecuária (com economia gerada por meio de aproveitamento da água da chuva e sistemas de irrigação mais modernos) e o tratamento e destinação de dejetos animais (como a compostagem e, no caso de resíduos líquidos, a biodigestão).
Conclusão
O manejo e a conservação do solo e da água são aspectos fundamentais para todas as etapas da produção agrícola. Através de planejamento e muitos cuidados diários, o produtor é capaz de obter os melhores resultados em seu trabalho, em aspectos como qualidade do produto, lucro obtido e impacto ambiental.
Diante disso, o setor agro vive, atualmente, o seu melhor momento em relação à responsabilidade social, como iniciativas de preservação ambiental impulsionadas, sobretudo, por novas tecnologias capazes de reduzir os impactos ambientais dos mais diversos, especialmente no que se refere ao solo e ao consumo de água.
Por todas essas questões, é fundamental que o produtor busque a maior eficácia possível no manejo e na conservação do solo e da água, afinal, isso é determinante para o futuro de qualquer propriedade rural.
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