Conheça os tipos de semeadoras de grãos

Antes de entrarmos no maquinário, é impossível falarmos de semeadoras de grãos sem comentar sobre plantabilidade. Além de manejo e fertilidade do solo, boa irrigação e bons tratos culturais com sua lavoura, um dos ajustes grossos mais importantes que o produtor precisa levar em consideração é a plantabilidade. Conceituadamente, esse termo designa a correta deposição de sementes na lavoura que levará a disposição homogênea de plantas no estande final ou população final, trazendo a máxima uniformidade de plantio o melhor aproveitamento possível de água, luz, nutrientes e das aplicações que serão feitas ali.

A má plantabilidade é uma das variáveis que se traduzirá em perda de dinheiro na colheita. Plantas crescendo muito próximas (As chamadas Duplas – crescimento de plantas em distância bem inferior ao espaçamento recomendado), por exemplo, competem entre si e acabam por subtrair produtividade, quando no contrário, ou seja, na presença de falhas de plantio (crescimento de plantas em distância muito superior ao espaçamento recomendado), haverá viabilização de plantas daninhas que não precisam de muita disponibilidade de recursos nem mesmo quando tudo corre bem.

Sabendo disso e sem mais delongas, abaixo, vamos falar um pouco dos tipos de semeadora e deixar o leitor mais ciente do que precisa para tomar a decisão de compra e assegurar plantabilidade na sua lavoura. Trouxemos aqui o que está sendo usado e poderá ser usado no plantio de grãos.

Simplificando o que existe quando se trata de grãos, a melhor classificação é: Mecânica e Pneumática. 

Semeadora Mecânica

Chegou primeiro, com enorme rusticidade, de manutenção acessível, maioria nas propriedades e atende pequenos e médios produtores. 

As semeadoras mecânicas são dotadas de componentes mecânicos (marteletes, anéis e discos) adaptados para as sementes que se não regulados corretamente aumentam a chance de geração de duplas e falhas no momento da semeadura.

Vantagens da semeadora mecânica:

  • Dispensam grande potência do trator (Ao contrárias das semeadoras pneumáticas);
  • Distribuição de sementes por gravidade;
  • Menor velocidade de trabalho;
  • Maior chance de danos mecânicos na semente;
  • Menor tecnologia, menor preço e menor depreciação;

Semeadora Pneumática

As semeadoras pneumáticas, embora minoria pelo maior custo, são mais indicadas para grandes áreas, uma vez que possuem boa velocidade de trabalho, tendo, portanto, um maior rendimento operacional quando comparamos com as mecânicas. O sistema pneumático cria um vácuo que succiona a semente no espaço dos discos, desobrigando sua troca no momento da opção por outros cultivares ou híbridos.

Vantagens da semeadora pneumática:

  • Maior velocidade de trabalho;
  • Maior tecnologia, maior preço e maior depreciação;
  • Demanda maior potência de trator (para atender a demanda da turbina a vácuo)
semeadoras de grãos
Dosadora Pneumático com sementes de milho. Fonte: Mais Soja

O que já chegou e o que vai chegar de novo:

Quando tratamos de novas tecnologias dentro do agro, falamos de soluções que resolvem variabilidade. Tratar um talhão como um corpo uniforme é errôneo, ainda mais numa época que se fala tanto em precisão

Nesse eixo do artigo, comentaremos um pouco sobre algumas novidades simples e um pouco sofisticadas que auxiliam mais ainda o produtor na etapa de semeadura.

Delta Force

Sabendo que textura, tipo de solo, umidade e rastros de colhedoras e pivôs criam diferentes ambientes para as linhas de plantio, esse equipamento, denominado sistema Delta Force, desenvolvido pela Precision Planting, agrega no equilíbrio e adequação do maquinário junto ao solo, gerando o melhor ambiente de plantio possível, seja em semeadura direta ou não. 

A partir de um pistão hidráulico e um sensor que adiciona ou retira a quantidade de peso necessária para manter a melhor pressão, esse sistema consegue uma aderência ao solo muito maior que molas mecânicas e pneumáticas.

Em outras palavras, o equipamento considera a variação de cada semente nos dosadores e a variação de ambiente no solo, controlando cada linha diferentemente das outras, se autorregulando ao terreno e as condições da cultura. 

O tratamento individual de cada linha é fundamental para uma boa e regular emergência em campo.

Telemetria para plantio

Tecnologia presente na Formula 1, que funciona de forma idêntica na agricultura, a telemetria coleta dados de maquinários remotamente.

Diferente de rastreamento de máquinas agrícolas, o qual limita-se a apenas o caminho que o maquinário percorreu, a telemetria oferta muito mais informações, como a própria localização, rotação do motor, custos horários, consumo de combustível, tipo de operação, se o operador está dentro do maquinário com o ar-condicionado ligado e outras atividades que forem configuradas e analisadas de forma remota e em tempo real por meio de uma rede sem fio para algum lugar sem que os gestores desses dados estejam in loco.

Para fazendas sem sinal de internet, os dados podem ser armazenados em data logger, um dispositivo registrador de dados com a temática de pen drive, que chegando em uma região da propriedade com sinal haveria possibilidade de transferência para uma central de recebimento.

Com uma tecnologia dessa embarcada e todos as informações de interesse do produtor inseridas para monitoramento, no caso da semeadura, além de informações de quantas sementes estão caindo, espaçamentos aceitáveis, problemas futuros para um eventual começo de safra poderiam ser solucionados antes mesmo de virem a acontecer. Dessa forma, o produtor agiria a tempo de não haver atrasos de plantio por exemplo, conseguindo dessa forma uma maior assertividade no planejamento das suas operações.

Semeadoras a Motor Elétrico

Sistema mais compacto que substitui toda a parafernália do sistema mecânico convencional (rompimento ou estouro de corrente, quebra de engrenagens, etc…) e de fácil manutenção, o motor elétrico promete agilizar e muito a vida do produtor rural.

Mediante a um mapa de prescrição de plantio inserido no sistema do maquinário, semeaduras a taxa variável com motor elétrico, trariam operações de altíssima precisão, como o desligamento automático e imediato linha a linha. Essa operação não acarretaria em sobreposição de área plantada, uma vez que o tempo de resposta baixíssimo entre o comando enviado e o seu retorno, seria praticamente instantâneo.

Robótica para plantio

Frente a nova era da agricultura digital, muito chamada de 5.0, que nada mais é que a interface de vários sistemas cooperando e acontecendo juntos, a robótica e outros conceitos como machine learning completam o pacote que agora é definido como o futuro ou até presente do produtor.

Uma startup dinarmaquesa desenvolveu um robô que, movido a painéis fotovoltaicos, realiza capina e semeadura numa autonomia de 24h. A semeadura é extremamente precisa e de escala milimétrica, dividida em seis linhas. 

De outro lado, a inteligência artificial reconhece o que é uma planta daninha e realiza a capina de forma física.

Custando aproximadamente 500 mil reais, os fabricantes acreditam que o investimento retorna em até dois anos.
Ainda recomendado para cultivos orgânicos de até 20 ha, nada impede que haja mais incentivo para que o sistema seja otimizado e extrapolado para a agricultura de escala.

CONCLUSÃO 

Desde o maior produtor até o mais regional, para alcançar sucesso na safra, precisamos conhecer a respeito do que existe de maquinário para que cada produtor se adeque as suas necessidades e consiga altas produtividades. 

Aliado a sementes de qualidade, tendo ciência do maquinário apropriado, o produtor assegura boa plantabilidade e fica um passo mais perto da máxima produtividade.

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REFERENCIAS:

Mais Soja

CHB Agro

Agrolink

Digital Agro

Graduando em Agronomia pela UFU, estagiário do setor de qualidade da Sensix, são-paulino e apaixonado pelo agro tecnológico.

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