O ano já começou bem para os produtores de milho! De acordo com a AgRural, a colheita da segunda safra de milho no centro-sul do Brasil alcançou 49% da área cultivada. Isso quer dizer que, este é o índice mais alto para esta época do ano desde 2013, quando a consultoria iniciou levantamentos semanais de colheita para a safrinha.
Ou seja, a safra brasileira de milho acaba de bater mais um recorde. E, mesmo que exportação possa estar abaixo do esperado, conquistar marcos como esse deixa os produtores mais esperançosos e sempre buscando uma excelente qualidade de seus produtos.
Confira abaixo os principais motivos para a colheita de milho de 2024 ser a mais rápida do Brasil e o que esperar para o segundo semestre.
Por que a colheita de milho de 2024 é a mais rápida da última década?
Bom, o clima quente e seco tem sua parcela de culpa na agilidade da colheita. Pois, essas condições climáticas do inverno acelerou a perda de umidade dos grãos, alcançando 49% de colheita da área cultivada apenas em junho de 2024. Ou seja, muito acima dos 16% alcançados nesta época do ano, em 2023.
Isso quer dizer que a colheita avançou 11 pontos percentuais em relação aos 10% registrados na semana passada. E, devido ao encurtamento do ciclo das lavouras, o embalamento do plantio já começou também.
Como a perda da umidade do milho influencia a colheita?
A colheita do milho exige muito cuidado dos produtores. Pois, caso o grão não esteja pronto para ser colhido, pode-se perder boa parte do plantio. Desse modo, é preciso monitorar a lavoura, para que o milho não seque no campo e nem pegue chuvas em excesso ou geadas.
Dessa forma, é necessário também monitorar a umidade do grão, pois quando eles apresentam de 18% a 25% de umidade é o momento certo para serem colhidos. Nesse sentido, como estamos no inverno, não era esperado essa rapidez na colheita da cultura.
Entretanto, com o clima mais seco, a umidade cessou a ponto de indicar a colheita dos grãos. Porém, o que preocupa os produtores é que, ao mesmo tempo que o clima seco favorece a maturação, ele também reduz o potencial produtivo. Ou seja, essa pode ser uma safra rápida, porém com qualidade na média do mercado.
Lembrando que, toda a colheita, mesmo sendo feita de maneira correta deve ser submetida a secagem artificial. Assim, garante-se um armazenamento adequado e seguro para os grãos de milho.
Paraná é o estado que lidera a colheita recorde
À frente no ritmo da colheita, o estado do Paraná fechou junho com mais de 30% dos grãos colhidos, estabelecendo um novo recorde histórico. No estado, cerca de metade da safra de milho é considerada boa e ⅓ média.
Por que as exportações estão abaixo do esperado na colheita de milho de 2024?
Por mais que as notícias sejam boas e recordes estão sendo quebrados devido a agilidade e boa produtividade do agro, as exportações de milho estão baixas. De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) as expectativas de exportação de milho são de 1,02 milhões de toneladas (mt). O que representa uma redução de 1,24 milhões de toneladas em relação às estimativas anteriores.
E isso tudo se deve ao preço do cereal no mercado internacional, da safra recorde de 2023 e também da competitividade com os outros países. Por exemplo, os EUA têm estoque de 60 milhões de toneladas, a Argentina está produzindo 25 milhões de toneladas a mais em relação a 2023, a China produziu uma safra muito grande e a safra da Ucrânia também foi boa.
Desse modo, a concorrência aumenta e mesmo com a rapidez na colheita é necessário ter calma e esperar a demanda crescer, já que o esse milho, como falamos acima, perde em qualidade.
Já os vendedores estão otimistas, pois mesmo sabendo da possível queda na produtividade devido ao clima, a expectativa é que haja um aumento na demanda externa e isso possa influenciar os preços.
Portanto, o agronegócio acabou de bater mais um recorde com a colheita do milho, mas tudo tem um preço. De acordo com estudos, o milho não é tão protagonista no mercado internacional (Estados Unidos e a Argentina estão com grandes investimentos) e isso pode ser prejudicial para o nosso país.
Contudo, devemos sempre vencer barreiras e também comemorar as pequenas vitórias.
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