Embora esse não seja um período de chuvas frequentes, como acontece no verão, é fundamental que o produtor rural comece a se preparar para lidar com essa situação. Afinal, embora a chuva, de uma maneira geral, proporcione diversos benefícios à produção agrícola, o seu excesso pode oferecer muitos riscos, desde danos às plantações até o surgimento de doenças devido ao excesso de umidade no solo.
Algo que pode ser bastante prejudicado pelo excesso de chuvas é o período de semeadura, pois a quantidade elevada de água tem potencial para atrasar ou até mesmo colocar em risco toda a produção. Situação parecida pode ocorrer com o uso de defensivos agrícolas, pois a chuva é capaz de espalhar novamente as pragas, o que torna necessária uma reaplicação do produto.
Outro prejuízo recorrente diz respeito aos danos diretos às plantações, comuns durante pancadas de chuvas. Nesse tipo de situação, a chuva pode fazer com que boa parte de uma lavoura seja perdida.
Existem ainda os fatores indiretos, como a diminuição da luminosidade do sol em decorrência das chuvas, o que impacta, sobretudo, o processo de fotossíntese das culturas que mais precisam do sol para se desenvolver.
Há ainda casos mais extremos, em que as chuvas são capazes de danificar galpões que abrigam áreas de produção e até mesmo pontes, o que prejudica o transporte dos alimentos e aumenta consideravelmente os custos para o produtor.
Diante de todos esses riscos, é fundamental se preparar para as chuvas, por meio de medidas bastante eficientes.
Planejamento
A primeira delas é se atentar ao calendário e à previsão do tempo e, a partir disso, fazer um planejamento para cada estação do ano, levando em conta suas características climáticas. Esse planejamento, inclusive, deve ser constantemente revisado, pois alguns fenômenos meteorológicos antes não previstos podem aparecer.
Tecnologia
Mais do que nunca a tecnologia se tornou uma grande aliada do produtor rural, especialmente no que se refere à Agricultura de Precisão (AP). Hoje são muitos os aplicativos e softwares com previsões meteorológicas de curto e longo prazo disponíveis. Além disso, existem as ferramentas que podem ser utilizadas para analisar a umidade do solo e indicar soluções adequadas para cada caso.
Agrofloresta
O sistema agroflorestal é capaz de evitar a erosão e a consequente perda de matéria orgânica, uma vez que se baseia no plantio de diferentes espécies em um mesmo espaço para preservar o solo, por meio da junção de cultivos agrícolas com arbóreos.
Vale lembrar que esse sistema não precisa ser incorporado integralmente, ou seja, é possível (e muitas vezes até indicado) manter o solo coberto com plantas em crescimento e resíduos vegetais, como a palha. Na prática, essa junção forma uma cobertura orgânica e diminui o impacto direto da chuva no solo.
Defensivos agrícolas
Obter todas as informações sobre os defensivos agrícolas antes de aplicá-los também é de fundamental importância, sobretudo porque cada produto tem um tempo específico de ação. Dessa forma, é possível utilizar a previsão meteorológica para escolher o melhor momento para aplicar o defensivo e, assim, evitar desperdícios e até gastos dobrados.
Confira também: Defensivos agrícolas e as mudanças causadas pelo Decreto 10.833
Seguro agrícola
Por fim, outra prática bastante comum é a adoção do seguro-plantação, recurso que garante que o produtor proteja seus investimentos na lavoura de qualquer tipo de problema, inclusive adversidades climáticas. Quer saber mais sobre esse tópico? Nós temos uma material exclusivo sobre o assunto, veja só: Seguro Rural: saiba como proteger sua safra e seu patrimônio
Drenagem
Outra grande preocupação para o produtor rural em períodos de chuvas intensas é o excesso de umidade no solo, situação que pode levar a problemas como o surgimento de doenças na lavoura, uma vez que o excesso de umidade prejudica o metabolismo das plantas e afeta a qualidade dos grãos. Além disso, nesse tipo de situação a locomoção de maquinários pela lavoura fica mais difícil, o que atrasa algumas etapas da produção.
Quando há excesso de umidade no solo, a solução adequada é a drenagem, processo em que a água de uma área é escoada, resultando em melhor aeração, estruturação e resistência do solo. Outro benefício proporcionado por esse processo é o aquecimento rápido do solo, o que afeta positivamente a qualidade da produção.
Na prática, a drenagem evita a lixiviação de nutrientes, diminui as doenças na lavoura, controla a salinidade e aumenta a produtividade agrícola.
Vale ressaltar, porém, que esse processo deve ser realizado por profissionais qualificados, mediante um estudo topográfico para determinar os tipos de sistemas (superficial ou subterrâneo) e os materiais mais indicados para a situação específica.
Conclusão
Assim como a seca, o excesso de chuvas também é capaz de causar muitos prejuízos à produção agrícola, como danos diretos, dificuldade para a realização do processo de fotossíntese das plantas, neutralização do uso de defensivos agrícolas, entre outros.
Diante disso, o produtor deve se preparar para lidar com esse tipo de problema. Para isso, é fundamental ter um planejamento adequado, utilizar aplicativos e softwares voltados a essa finalidade, adotar o sistema agroflorestal, utilizar defensivos agrícolas no período indicado e, se preciso, contratar um seguro agrícola.
Já no caso de excesso de umidade no solo, o que pode fazer com que surjam doenças nas plantas, a solução indicada é a drenagem, processo em que a água de uma área é escoada, resultando em melhor aeração, estruturação e resistência do solo
Trata-se de um processo bastante completo e eficiente, que deve ser realizado apenas por profissionais qualificados, após um estudo topográfico completo na área a ser drenada.
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