Considerada uma das principais culturas produzidas no Brasil, a cana-de-açúcar é a base de produtos indispensáveis ao planeta, desde o açúcar até o etanol. Para alcançar resultados cada vez mais expressivos, no entanto, cabe ao produtor se atentar a importantes cuidados no momento de cultivar a planta, afinal, existem práticas cotidianas que fazem toda a diferença no que se refere à qualidade da produção.
Essas práticas passam por questões como plantio responsável, sustentabilidade, uso eficiente de recursos naturais e segurança dos trabalhadores rurais. Nesse contexto, um dos primeiros passos para um cultivo de cana-de-açúcar sustentável é a escolha de variedades adequadas às condições locais, afinal, existem diversas variedades da planta, cada uma com suas próprias características e necessidades.
Dessa forma, é imprescindível conhecer bem cada uma delas no momento de escolher a variedade a ser produzida em cada local, sempre levando em conta aspectos como os diferentes climas e tipos de solo. Assim, ao escolher uma variedade que seja mais resistente a pragas e doenças pode reduzir a utilização de defensivos agrícolas e, assim, gerar economia ao produtor.
Também no que se refere à economia, é essencial usar de forma otimizada os recursos hídricos, especialmente porque a cana-de-açúcar, naturalmente, exige uma quantidade considerável de água para o seu crescimento e desenvolvimento. Assim, torna-se essencial planejar e implantar técnicas de irrigação que prezam pelo uso eficiente de água, como os sistemas de gotejamento ou aspersão, ambos recomendados para quem busca aplicar a água de modo preciso e evitar o desperdício. Além disso, um bom sistema de drenagem impede o surgimento de problemas como a erosão do solo e o acúmulo excessivo de água nas áreas de cultivo.
E por falar em solo, sua conservação também tem papel fundamental no cultivo dessa cultura, já que a adoção de práticas como sistemas de plantio direto, rotação de culturas e o uso de cobertura vegetal contribuem, de maneira assertiva, com a proteção do solo, ao evitar a erosão e promover a manutenção de sua estrutura e a preservação da biodiversidade.
Também vale destacar que a análise de solo pode indicar as características e as necessidades de áreas específicas e, assim, auxiliar o produtor no momento de escolher e utilizar fertilizantes e corretivos, sempre de maneira responsável, o que evita a contaminação dos recursos hídricos e reduz os impactos ambientais.
O uso de defensivos agrícolas também deve ser feito de forma responsável, de acordo com as exigências e orientações de órgãos reguladores. Assim, para ter um manejo de doenças e pragas realmente eficiente, é importante que os trabalhadores rurais sejam capacitados e tenham acesso a todos os equipamentos de proteção individual necessários para sua saúde e segurança.
Em relação à colheita, os cuidados especiais também existem. É essencial, por exemplo, utilizar máquinas adequadas e bem ajustadas na colheita mecanizada, sem recorrer a queimadas. Dessa forma, o produtor contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, a preservação da qualidade do ar e a proteção da fauna e da flora local.
Aumento na produção
A produção de cana-de-açúcar estimada para a safra 2022/23 tem uma previsão de crescimento de 5,4% na comparação com a safra 2021/2022, devendo chegar a 610 milhões de toneladas. É o que projeta o quarto levantamento sobre a cultura divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O resultado se deve a uma recuperação das produtividades nos principais estados produtores, “influenciado pelo clima mais favorável nesse ciclo”. O resultado compensou a menor área colhida na temporada anterior.
Em nota divulgada pela Conab, o superintendente de Informações da Agropecuária, Aroldo de Oliveira Neto, explicou que, apesar de a safra recente ter sido marcada por “baixos índices pluviométricos, aliados às baixas temperaturas registradas na Região Centro-Sul, a produtividade nacional está estimada em 73.609 kg/ha, 6,1% superior à obtida na temporada 2021/22, quando o clima foi ainda mais adverso para o setor”.
Maior produtora de cana no país, a região Sudeste apresenta colheita 5,8% maior no ciclo 2022/23, na comparação com a safra anterior, saindo de 366,33 milhões de toneladas para 387,76 milhões de toneladas.
No Nordeste, onde as lavouras tiveram melhora de desempenho, foi verificado um incremento na área plantada, “resultando em uma produção de aproximadamente 56 milhões de toneladas, aumento de 12,5% em comparação com a safra 2021/22”.
Já na região Sul, observa-se redução da área cultivada, com a cana dando lugar a produtos como soja, milho, mandioca e pastagens.
De acordo com a Conab, a área colhida foi a terceira menor da série histórica, com uma estimativa de 475,4 mil hectares. O número é 9,1% menor do que o registrado na safra anterior. A produção estimada para a região é de 30,95 milhões de toneladas.
Conclusão
Fundamental para a economia brasileira, a cana-de-açúcar é utilizada nos mais diversos produtos e deve ser cultivada de maneira responsável, a partir da adoção de práticas que vão do plantio à colheita. Nesse sentido, é importante escolher a variedade da planta adequada para cada tipo de solo, otimizar os recursos hídricos, conservar o solo, utilizar defensivos agrícolas de maneira responsável, optar pela colheita mecanizada e oferecer aos trabalhadores todas as condições para que estejam permanentemente protegidos e atualizados.
A partir disso, o produtor observará um aumento considerável em sua produção e, ao mesmo tempo, uma redução nos custos e nos impactos ambientais. Assim, ele terá lucros muito maiores e ainda contribuirá para construir um futuro mais sustentável para toda a humanidade.
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