A rotação de culturas é uma das Boas Práticas Agronômicas porque contribui com a conservação do solo e com o controle de pragas e doenças da lavoura.
A degradação do solo é uma situação preocupante que vem alarmando tanto pesquisadores da área, quanto produtores. Com o intenso uso do solo juntamente a adoção constante da monocultura e outras práticas desatualizadas por exemplo, o desgaste das camadas superficiais mais férteis dos solos brasileiros tende a ser cada vez mais constantes. Por isso, a tomada de algumas metodologias foram necessárias com o intuito de contornar está situação e restaurar as propriedades físico-químicas dos solos agricultáveis do Brasil.
Para isso, uma das principais práticas agrícolas quando pensamos inicialmente em conservação do solo é a rotação de culturas. Por definição, esta técnica consiste na rotatividade de forma organizada e programada com as culturas escolhidas em um período de tempo também determinado no planejamento agrícola. As culturas escolhidas devem ter um mesmo objetivo para o produtor: tanto retorno financeiro quanto conservação do solo, que por consequência, seus reflexos de adoção também vão gerar vários outros benefícios, como por exemplo a diminuição da incidência de pragas pela mudança ou rotação das plantas hospedeiras. A rotação de culturas, felizmente, já é muito utilizada nos dias de hoje, principalmente associado ao Sistema de Plantio Direto.
É importante destacar que alguns produtores encontram dificuldade para gerir corretamente seu planejamento na alternância das culturas, onde muitas vezes são vistos apenas o interesse econômico e não o efeito de reparação e reconstrução das camadas superficiais do solo desgastado com o passar dos anos. Por isso essa prática deve ser sempre associada a um Engenheiro Agronômico, assim o produtor terá garantias de sucesso, não apenas economicamente, como também uma gestão de qualidade para estratégias de cultivo futuras.
Para dimensionar a importância dessa prática vamos abordar os benefícios que ela traz, lembrando que tais benefícios só serão alcançados com a implementação, gestão e programação correta da mesma:
- Aumento da Produtividade;
- Melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo;
- Auxilio no controle de daninhas, doenças e pragas;
- Proteção do solo;
- Reposição de matéria orgânica;
- Viabilização do Sistema de Plantio Direto.
Muito bom todas essas melhorias que a Rotação de Cultura proporciona, não é mesmo?!
Na etapa de implementação prática sempre surgem muitas dúvidas e questionamentos sobre alguns pontos, por isso vamos dar algumas dicas de ouro para você ficar atento e por dentro de como realizar esta metodologia da forma mais correta:
- Ao definir quais culturas você irá utilizar para a rotação, de preferência sempre para aquelas com sistemas radiculares diferentes onde cada uma deixará um efeito positivo no solo, como é o caso das leguminosas, que são excelentes repositores de nitrogênio;
- Uso de espécies que produzem uma alta quantidade de biomassa, nesse caso a biomassa pode ser utilizada como cobertura para o solo, protegendo-o de efeitos negativos como altas temperaturas, perda de umidade, exposição do solo direta a água (as gotas por conta do impacto causam desagregação no solo), controle de daninhas e pragas;
- Seleção de culturas com retorno financeiro para que seja viável sua implantação ao produtor.
É sempre bom ressaltar que a rotação de culturas associada a outras técnicas, é o casamento perfeito, pois promove mais impacto e resultados positivos para o produtor. É importante sempre a associar com: culturas adaptáveis, uso correto de defensivos para controle, calagem e adubação adequada, avaliação técnica de qualidade, uso de sementes tratadas e com qualidade genética para a potencialização dos resultados em geral.
Hoje podemos considerar algumas culturas mais utilizadas na rotação, devido as condições climáticas do Brasil, a variedade de culturas com retorno comercial não é tão bem diversificada. Em estudos realizados por pesquisadores da Embrapa Soja (consulte o PDF AQUI) indicam plantas preferenciais de cobertura no sistema de rotação com as culturas comerciais (Gaudencio (1998); Garcia et al. (1999); Gaudencio et al., 1986; RECOMENDAÇÕES (1991); TECNOLOGIAS (2007). Visando a utilização de rotações com o foco sustentável e produção de biomassa de qualidade, podemos pensar na aveia-preta (Avena strigose), milheto (Pennisetum glaucum), girassol (Helianthus annuus), aveia-branca (Avena sativa), tremoço (Lupinus albus L), alguns tipos de pastagens e outras variedades.
Você aplica a rotação de culturas na sua fazenda?
Gostou das informações?
Fique atento que semana que vem tem mais!!
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