A agricultura tem passado por grandes transformações nos últimos anos, inclusive no que se refere ao surgimento de novas oportunidades para os produtores rurais. Nesse contexto, a empresa multinacional Bayer anunciou um plano de negócios com foco em áreas consideradas adjacentes, como biocombustíveis, fertilização e fixação biológica do nitrogênio.
Somente no segmento de fertilização e soluções biológicas, a Bayer espera chegar a 1,5 bilhão de euros em vendas até 2035, com destaque para a adoção de produtos biológicos capazes de aliar controle de insetos e doenças à redução de resíduos em frutas e vegetais.
Já na área de biocombustíveis, um dos principais projetos é iniciar a venda de culturas voltadas à cobertura vegetal do solo com potencial de produção de combustíveis renováveis, sem competição com culturas alimentares.
Outra tendência mundial acompanhada pela Bayer passa pela atuação na área digital, uma vez que a empresa anunciou, no início do ano, a adoção de soluções voltadas à eficiência dos negócios dos produtores rurais, além da iniciativa Carbono Bayer, que visa reforçar a parceria com agricultores para promover sua inserção no mercado de carbono.
Recentemente, a multinacional informou que seu portfólio principal (sementes e defensivos) – a área de Crop Science – integra um mercado que movimenta globalmente 100 bilhões de euros, valor que pode até mesmo ser dobrado a partir da atuação da empresa nesses outros segmentos.
“Nosso objetivo é transformar a agricultura, para que seja mais produtiva, mais sustentável e que amplie o impacto real positivo no meio ambiente”, afirma Rodrigo Santos, presidente global da divisão agrícola da Bayer e integrante do conselho da companhia.
A importância da pesquisa
Todas essas novas possibilidades se tornam a realidade a partir de muito investimento e dedicação à pesquisa. Anualmente, a Bayer investe nada menos quee 2,6 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento, sem considerar “itens especiais”, como despesas não recorrentes na área.
De acordo com informe divulgado à imprensa, em 2022, a companhia contabilizou “avanços” em pelo menos 15 projetos (entre defensivos, sementes e modelos digitais) e faturou, ao longo do ano passado, 25,17 bilhões de euros com a divisão Crop Science.
Dentre as pesquisas mais recentes da empresa está o desenvolvimento de uma variedade de arroz para plantio direto, com o objetivo de gerar, ao mesmo tempo, aumento de produtividade e redução de consumo de água.
Outra pesquisa em andamento contempla uma variedade de milho com estatura mais baixa em comparação com outras variedades, criada com a finalidade de diminuir riscos de perda com ventos fortes, além de otimizar o uso de insumos e recursos, com o auxílio de ferramentas digitais.
Já na área de proteção de cultivos, a Bayer planeja colocar no mercado, até o fim da década, uma nova linha de herbicidas focada no controle de plantas daninhas em áreas extensas. A tecnologia está sendo desenvolvida uma linha de fungicidas de amplo espectro, com possibilidade de aplicação em cereais, frutas e outros vegetais.
Agricultura regenerativa
A Bayer também anunciou a meta de incentivar o uso de práticas de agricultura regenerativa em 161 milhões de hectares em escala global até meados da próxima década.
A agricultura regenerativa diz respeito ao termo criado por Robert Rodale em 1983, que faz referência à necessidade de reestabelecer os sistemas naturais em áreas agrícolas. Dessa forma, os sistemas agrícolas regenerativos buscam melhorar a saúde do solo e promover a biodiversidade.
Para isso, tem como ações principais na atualidade: rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais de uma espécie na mesma área; adoção de plantas de cobertura; redução de arado no solo; produção de mais de um alimento na mesma área; diminuição do uso de fertilizantes e defensivos e produção do bem-estar animal e práticas justas de trabalho para os agricultores.
Nesse sentido, a ação da empresa foca no uso de tecnologias e técnicas de manejo que permitem produzir alimentos de forma mais saudável, com recuperação do solo e o cumprimento das funções essenciais dos ecossistemas.
Na prática, a ideia é deixar o solo mais saudável, promover a biodiversidade e aumentar os lucros do produtor. “Entendemos que a agricultura regenerativa promoverá o aumento da produção de alimentos, da renda agrícola e da resiliência em meio às mudanças climáticas”, completa Rodrigo Santos.
Conclusão
A pesquisa científica e a sustentabilidade desempenham, mais do que nunca, um papel central na agricultura. Hoje ficou evidentemente para os produtores rurais que existem diversas formas de aumentar os lucros e, ao mesmo tempo, desenvolver a produção sustentável.
Nesse sentido, a Bayer tem se destacado com o desenvolvimento de técnicas e tecnologias capazes de facilitar o dia a dia dos profissionais do campo, reduzir os impactos ambientais e aumentar a produção e a lucratividade.
Recentemente a empresa anunciou um plano de negócios com foco em áreas consideradas adjacentes, como biocombustíveis, fertilização e fixação biológica do nitrogênio, além de desenvolver uma variedade de arroz para plantio direto e uma nova linha de herbicidas focada no controle de plantas daninhas em áreas extensas.
Tudo isso representa muito para o atual momento do mundo, em que ficou bastante claro o quanto é essencial pensar nas novas oportunidades oferecidas pelas recentes transformações na agricultura.
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