Agronegócio na bolsa de valores: seja sócio das principais empresas do agro no Brasil

Uma das grandes forças da economia brasileira é, sem dúvidas, o agronegócio. Não há como negar que somos uma potência, seja pela nossa extensão territorial, seja pela grande produção de alimentos ou avanço da tecnologia. E diante de todo esse sucesso, começamos a alçar voos mais altos: a presença do agro na bolsa de valores começa a evoluir.

Ao longo dos anos, o agro na bolsa de valores vem sendo alicerçado, chamando a atenção de muitos investidores que passam a investir em ações de empresas que atuam no setor.

E isso não é por acaso: a agroindústria brasileira é um dos pilares da nossa economia, ajudando a sustentar o PIB brasileiro há vários anos, inclusive no período de pandemia, chamando a atenção de investidores.

Diante disso, vale conferir a participação do agro na bolsa de valores, assim como as principais empresas brasileiras com capital aberto com oferta de ações nas principais bolsas de valores do mundo.

Agro brasileiro: grande produtor e exportador de commodities

O agronegócio brasileiro tem, há anos, o orgulho de dizer que é um dos maiores produtores e exportadores de commodities do planeta. Entende-se por commodities o termo utilizado para designar produtos utilizados como matéria-prima, onde estão incluídos produtos vendidos com pouca ou nenhuma transformação. 

Potencial do agro na bolsa de valores
Potência do agronegócio brasileiro. Fonte

Também são entendidos como commodities aqueles produtos que podem ser produzidos e estocados em grande escala sem que ocorra a perda de qualidade. Outras características também podem ser observadas para definir as commodities, como:

  • Produto com relevância mundial;
  • Produto com alto nível de comercialização;
  • Pouca ou nenhuma industrialização;
  • Qualidade padronizada;
  • Sem diferenças entre marcas.

Como são produtos produzidos em larga escala e com grande variação de preços, as commodities são vistas como uma importante forma de investimento. E uma das formas de investir neste setor é por meio da aquisição de ações das empresas que atuam na produção e comercialização de commodities.

Na atualidade, já existem diversas empresas listadas na bolsa que possuem relação com a comercialização de commodities de diversas espécies. Neste cenário, as empresas brasileiras associadas à comercialização de commodities agrícolas figuram entre as mais lucrativas, com ações comercializadas na bolsa de valores, como melhor veremos a seguir.

Agroindústrias brasileiras presentes na bolsa de valores

Na atualidade, a bolsa de valores de São Paulo, mundialmente conhecida como B3 (Brasil, Bolsa e Balcão), é a bolsa oficial do Brasil. A B3 é hoje a bolsa de valores nacional responsável por diversas funções relacionadas aos investimentos.

Neste cenário, as empresas ligadas ao agronegócio e que possuem ligação com as commodities e que são destaque na B3 estão relacionadas abaixo:

  1. São Martinho (SMTO3)

A São Martinho S.A. está entre os maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, sendo referência no setor. Em fevereiro de 2007, a São Martinho abriu seu capital na B3 e suas ações adotaram o ticker SMTO3. Em abril de 2021, seu valor de mercado ultrapassou os R$ 11 bilhões, possuindo cerca de 354 milhões de ações ordinárias emitidas.

  1. SLC Agrícola (SLCE3)

Essa é uma das maiores empresas destinadas à produção de soja, milho e algodão do mundo, sendo uma das primeiras companhias do setor agrícola a ter ações negociadas em bolsa de valores.

Agronegócio na B3
Agronegócio na B3. Fonte

Presente na B3 desde junho de 2007, a SLC Agrícola é negociada pelo ticker SLCE3. Seu valor de mercado ultrapassa os R$ 9 bilhões, com mais de 190 mil ações ordinárias emitidas, sendo que 53% delas pertencem à SLC Participações S.A.

  1. Minerva (BEEF3)

A Minerva Foods é uma das líderes na América do Sul na produção e comercialização de carne in natura e seus derivados, atuando também no processamento de carnes.

Produção e comercialização de carne
Produção e comercialização de carne. Fonte

A Minerva abriu seu capital na B3 em julho de 2007, por meio do ticker BEEF3. Em 2021, contava com um valor de mercado em torno de R$ 1,7 bilhão, e mais de 500 mil ações ordinárias emitidas, sendo que 33% delas pertencem à empresa Salic (UK) Limited.

  1. Suzano (SUZB3)

A Suzano Papel e Celulose S.A. é uma das maiores empresas produtoras de celulose do mundo, sendo considerada a maior produtora global de celulose de eucalipto. É líder mundial também no mercado de papel.

A Suzano realizou sua oferta pública de ações (IPO) no ano de 2012, tendo suas ações negociadas sob o ticker SUZB3. Em 2021, a empresa conta com um valor de mercado que supera os R$ 91 bilhões, e cerca de 1,3 milhões de ações ordinárias emitidas, 27% delas pertencentes à Suzano Holding S.A.

  1. Camil (CAML3)

A Camil Alimentos S.A. é uma das maiores empresas de bens de consumo de toda a América do Sul. A empresa atua na área de industrialização, comercialização e distribuição de grãos (principalmente arroz e feijão), açúcar e pescados enlatados (sardinha e atum).

Em setembro de 2017 a Camil realizou a abertura de seu capital na B3, sendo listada sob o ticker CAML3. Na atualidade, seu valor de mercado gira em torno de R$ 4 bilhões, e possuía 370 milhões de ações ordinárias emitidas, sendo que cerca de 62% delas pertenciam à Camil Investimentos S.A. 

  1. Brasilagro (AGRO3)

A Brasilagro é uma empresa que realiza a aquisição, desenvolvimento, exploração e comercialização de propriedades rurais com aptidão agropecuária. Ela também realiza investimentos em infraestrutura e tecnologia.

O portfólio de produtos da empresa é composto principalmente por cana-de-açúcar, soja, pecuária, milho e algodão.

A Brasilagro foi a primeira empresa de produção agrícola a abrir o capital no Novo Mercado da B3. A Cresud, uma sociedade anônima criada na Argentina, detém 40,69% das ações da Brasilagro. O restante dos ativos (59,31%) está listado na B3, com ações ordinárias listadas sobre o ticker AGRO3.

Já a participação do agro na bolsa de Nova York (NYSE Composite), a maior bolsa do mundo, ainda é pequena, mas não é nula. Empresas como BRF S.A. (BRFS), no ramo de proteína animal e a Cosan Ltda (CSAN), no ramo de açúcar e produtos de confeitaria, têm ações comercializadas na bolsa americana.

Apesar do protagonismo, a participação do agro na bolsa de valores é ainda pequena

Como vimos até aqui, o agronegócio brasileiro é pujante, com grande presença na balança comercial do país. No entanto, mesmo com crescimento, ainda existe um desajuste histórico entre a participação do agronegócio na economia nacional e a penetração de empresas do agro na bolsa de valores. 

Segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o segmento foi responsável por 26,6% do PIB brasileiro em 2020. Mas, a participação na B3, por outro lado, não chega a 5% do valor de mercado da bolsa nacional.

Diante disso, as condições econômicas do país – juros baixos, mercado financeiro em recuperação e um governo menos gastador – finalmente começam a atrair o agribusiness para o mercado. Desde o abrandamento da recessão, pelo menos sete empresas do campo decidiram protocolar pedidos de IPO junto à CVM, assim citadas:

  • Jalles Machado;
  • Oleoplan; 
  • Boa Safra; 
  • Centro de Tecnologia Canavieira; 
  • Vittia; 
  • Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (categoria B); e 
  • Agrogalaxy

Estas agroempresas, e muitas outras relacionadas ao setor, veem na abertura de capital uma excelente oportunidade na conquista de muitos benefícios, tais como:

  1. Fonte de recursos alternativa para ajudar no crescimento da agroindústria;
  2. Facilidade para Aquisição e Fusão de outras empresas;
  3. Redução do risco de crédito e do custo de capital;
  4. Vantagem competitiva;
  5. Propaganda Indireta

Como uma empresa do agro pode ofertar ações na bolsa de valores?

Vender uma parte da agroempresa por meio de ações ou adquirir empréstimos com investidores na Bolsa de Valores são maneiras de conseguir recursos para investir ainda mais no agronegócio. 

Entretanto, antes de dar esse passo, toda empresa atuante no agronegócio precisa estar bem estruturada, além de possuir regras rígidas financeiras, de acordo com as exigências da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regula o mercado.

Com tudo muito bem organizado e gerido, as ofertas públicas de ações, conhecidas como IPO, representam uma ótima oportunidade. Em inglês, IPO significa “initial public offering”, ou “oferta pública inicial” em português. 

O IPO representa a primeira vez que uma empresa recebe novos sócios por meio da oferta de ações ao mercado. Ela se torna, então, uma companhia de capital aberto com papéis negociados no pregão da Bolsa de Valores.

Para fazer um IPO, uma empresa deve cumprir uma série de requisitos legais e regulatórios. Dentre as várias exigências, a empresa precisa estar juridicamente constituída como uma “S/A”, ou sociedade anônima, em que seu capital é dividido em ações.

A empresa também deve apresentar uma série de exigências que têm relação com a emissão de relatórios financeiros auditados externamente, a aspectos fiscais, a governança corporativa, e controles internos, a conformidade, a recursos humanos e também à sua própria estrutura societária.

Fundador e Diretor Executivo da Sensix. Engenheiro Mecatrônico de formação e com vasta experiência no mercado de agricultura digital. Apaixonado por agricultura, drones e em fazer a diferença no mundo usando tecnologia.

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