Ultimamente temos visto uma grande movimentação sobre a utilização de imagens na agricultura, potencializando as aplicações de sensoriamento remoto. A redução de custos e aumento da qualidade de dados tem dado um novo impulso na utilização de satélites em larga escala para aplicações civis. Em paralelo, tecnologias e metodologias disruptivas tomaram a cena nos últimos anos, garantindo flexibilidade de operações, dados de alta qualidade e significativa redução na barreira de custos, tudo graças aos popularmente conhecidos drones.
Mas, ainda existe uma áurea de dúvida sobre os reais pontos e contrapontos da escolha de qual fonte de dados é a mais interessante para a agricultura, e nossa resposta para isso é: depende. Destacamos 3 características chaves que exploram um pouco mais sobre essa relação custo-benefício. Confira abaixo:
1. Resolução espacial
Neste quesito, é quase unanimidade que, quanto melhor a resolução e consequentemente mais detalhado o dado, é possível aferir melhores indicadores. Mas, logicamente, isso depende do tipo de indicador que se deseja, se o objetivo é monitorar grandes áreas e saber a extensão de grandes danos ou manchas, ou identificar e classificar macro regiões de acordo com o nível de estrutura foliar; os 3, 5 ou 10 metros de resolução da imagem de satélite podem ser suficientes. Porém quando falamos em micromanchas, acompanhamento preciso de desenvolvimento vegetativo, identificação prévia de anomalias e quantificação de falhas de plantio ou população de plantas, a alta resolução é critério essencial na geração do indicador específico. Neste quesito, ponto para os drones.
2. Escala
Este é um ponto sempre presente quando se compara drones e satélites. Existe uma modernização crescente na indústria de drones que garantem uma otimização constante na autonomia e facilidade de operações visando cobertura de grandes áreas. Utilizando o equipamento correto, grande parte dos nossos parceiros têm conseguido coletar 3000 ha por dia sem grandes problemas. Apesar desse grande potencial, uma foto de satélite já é capaz de cobrir uma fazenda inteira e sem necessidade de operações de campo, portanto, ponto para os satélites.
3. Periodicidade e Flexibilidade
Com um drone na fazenda é possível coletar dados em qualquer dia da semana, independente se o dia é de sol ou nublado, já ao utilizar imagens de satélite é necessário consideração sobre o período orbital do conjunto de satélites utilizado, que em boa parte dos casos gira em torno de 5 dias para a obtenção de uma imagem da mesma área, torcendo para que não tenha cobertura de nuvens. Quando se é necessário obter dados em um estágio vegetativo específico da plantação, ou alguns dias antes da aplicação de algum insumo, esta incerteza não confere solidez ao planejamento estratégico da lavoura. Nesse quesito temos nos drones a capacidade de coletar dados para decisões críticas e acionáveis, a tempo de impactar em produtividade e custos, o que no fim das contas é o objetivo principal do sensoriamento.
É verdade que assim como os drones apresentam uma forte e rápida evolução tecnológica, os satélites também apresentam evoluções e já temos projetos de constelações de “câmeras” orbitando o globo e cobrindo a superfície terrestre todos os dias. A melhoria na periodicidade da coleta de dados é um fator importante, mas ainda temos o problema das nuvens, “inconveniente” comum especialmente em agricultura de país tropical. Nesse quesito, os drones levam vantagens.
O que pensamos?
Aqui na Sensix , acreditamos que cada tecnologia tem sua contribuição na geração de indicadores acionáveis a agricultores no mundo inteiro e soluções inteligentes propiciarão insights a partir de imagens independente de como elas foram coletadas. Uma vez que o dado está disponível, com a qualidade e característica necessária e independente da ferramenta de captação, são os indicadores extraídos dele que importam no auxílio das decisões agronômicas do manejo.
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