Consideradas essenciais para a produção agrícola, as previsões meteorológicas nunca estiveram tão eficientes quanto hoje. Isso porque os avanços tecnológicos vem se desenvolvendo constantemente em busca dos resultados mais precisos possíveis, já que as decisões dos produtores devem ser tomadas levando em conta as chuvas, o calor excessivo e os longos períodos de estiagem.
Se hoje existem os satélites e os pluviômetros digitais, a situação era bem diferente no passado. No entanto, foram as descobertas feitas há séculos que permitiram que a tecnologia avançasse pouco a pouco até chegar ao patamar atual.
Na era primitiva, por exemplo, o homem já se preocupava com o clima, pois isso era determinante para sua sobrevivência, especialmente no que se refere à alimentação e ao abrigo. Mais tarde, na Grécia, a obra “Meteorológica”, publicada por Aristóteles entre os anos de 347 e 335 a.C. foi um marco para o tema, ao reunir um resumo do que se sabia sobre astronomia até então.
Porém, foi somente a partir do século XIV que a meteorologia passou a se desenvolver efetivamente, quando foram observados os primeiros registros de dados meteorológicos na Inglaterra. Já o século XVI ficou marcado pelo início do uso de instrumentos para medidas das variáveis do tempo, o que permitiu a instalação das primeiras estações de estudo.
Mais tarde, nos séculos XVII e XVIII, as descobertas no campo da física se tornam essenciais para compreender melhor como ocorrem os processos atmosféricos. A partir disso, já no século XIX surgem os primeiros mapas climatológicos. Outro marco significativo acontece no ano de 1843, quando Samuel Morse inventou o telégrafo elétrico, o que, na prática, tornou possível a confecção de mapas meteorológicos em tempo real e a aplicação do método sinótico no estudo do tempo.
A partir daí as tecnologias ficaram cada vez mais sofisticadas e, ainda no século XX, surgiram instrumentos essenciais para as previsões meteorológicas, como radiossondas, satélites, redes de observação, radares meteorológicos, entre outros. No século XXI, esses equipamentos passaram a ser constantemente aprimorados, até que se chegasse ao momento atual, em que a previsão do tempo é muito mais precisa e, por isso, permite que o produtor rural tome as decisões de forma muito mais eficiente.
Importância do clima para a agricultura
O sucesso no cultivo de alimentos está diretamente ligado ao clima, daí a relevância da meteorologia no cotidiano do produtor rural. Os fatores climáticos interferem positiva ou negativamente nas plantações e exigem que o produtor fique sempre atento aos boletins meteorológicos e entenda como é o clima em sua região.
Essa atenção, inclusive, precisa ser redobrada nos dias atuais, já que as mudanças climáticas têm feito com que o clima tenha maior variação ao longo dos meses. A quebra de safra em algumas regiões do Brasil, como apresentamos neste outro artigo do nosso blog, acesse, é uma evidência dos impactos que o clima pode ter na produção agrícola.
Levantar informações meteorológicas para fazer um planejamento também é fundamental na tomada de decisões. Vale lembrar, no entanto, que as pesquisas devem ser constantemente atualizadas, afinal, fenômenos climáticos podem surgir a qualquer momento.
Justamente por isso, é importante acompanhar as notícias sobre o tempo e acionar alertas no celular, pois esses informes divulgam em tempo real a chegada de frentes frias, geadas, ventos fortes, tempestades com granizo, entre outros eventos que podem causar danos à plantação.
A partir dessas informações, cabe ao produtor fazer análises e tomar decisões pautadas naquilo que é melhor para sua lavoura. Isso deve ser feito levando em conta as mais diversas etapas da produção, como a semeadura, a irrigação, a aplicação de insumos e, claro, o plantio.
Também é importante ressaltar que quando se fala em clima há muitos elementos envolvidos. Conhecer a direção do vento, por exemplo, influencia diretamente a aplicação de defensivos agrícolas, o que pode evitar o desperdício desses produtos. Saber quando haverá ou não chuva pode ajudar o produtor a evitar prejuízos à plantação (alguns bem sérios, como a perda da lavoura).
A atenção ao clima também inclui o registro de eventos climáticos que ocorrem na fazenda, o que dá ao produtor uma visão mais geral a respeito do que pode ser feito caso aquela situação se repita.
Por fim, é importante lembrar que clima é um assunto sério, então informações relacionadas a esse assunto devem ser levantadas junto a órgãos com procedência, comprometidos e constantemente atualizados, como o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTC), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Startups especializadas em clima no agronegócio
O tema é tão relevante que atualmente muitas fazendas contam com estações meteorológicas próprias, o que representa um ganho significativo para os produtores.
Muitas vezes, os equipamentos vêm de startups, responsáveis por um trabalho cada vez mais eficiente nesta área. Duas importantes startups do ramo são a Zeus Agrotech e a AgroSmart, que disponibilizam soluções como sensores de umidade de solo, estações meteorológicas e pluviômetros digitais.
Já na plataforma FieldScan, é possível inserir informações do pluviômetro e cruzar com uma prateleira de dados, como imagens, análises de solo e mapas de produtividade.
Conclusão
Ao longo dos séculos, a meteorologia avançou muito, o que possibilitou que hoje as pessoas entendessem que olhar para o céu não é suficiente para compreender o clima. A tecnologia fez importantes avanços nessa área, desde a criação de satélites até a emissão de alertas em tempo real por meio de mensagens em aparelhos celulares.
Tudo isso é de grande importância para a agricultura, afinal, a produção de alimentos está diretamente ligada ao clima, já que a temperatura e os fenômenos meteorológicos – como vento, chuva e estiagem – são determinantes para o sucesso ou o fracasso das mais diversas culturas, desde a preparação do solo até a colheita.
É por isso que uma das prioridades do produtor rural deve ser se atentar ao clima. No entanto, ficar bem informado não basta, já que também é preciso compreender amplamente o assunto para, a partir disso, fazer planejamentos para a produção agrícola, pensando sempre em alcançar os melhores resultados possíveis.
Referências
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