A Embrapa e o Conselho Nacional de Pesquisa (CNR) da Itália assinaram memorando de entendimento (MoU) com o objetivo de promover e apoiar a cooperação científica entre as duas instituições.
Por conta da importância dos avanços tecnológicos para a produção agrícola, sobretudo nos últimos anos, o papel desempenhado por empresas, entidades e organizações que trabalham diretamente com pesquisa tem conquistado um espaço cada vez maior no setor agro.
Diante disso, parcerias que visam o desenvolvimento tecnológico com foco no campo são cada vez mais promissoras e importantes, especialmente quando envolvem referências do setor. Esse é o caso do memorando de entendimento (MoU) assinado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o Conselho Nacional de Pesquisa (CNR) da Itália nesse mês, com o objetivo de promover e apoiar a cooperação científica entre as duas instituições.
As principais áreas de interesse do acordo dizem respeito a setores essenciais para as aplicações industriais da pesquisa, como biotecnologia, nanotecnologia, Agricultura de Precisão (AP), inteligência artificial e drones agrícolas. .
O CNR é o principal órgão de fomento à pesquisa na Itália e equivale ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações brasileiro. Seu principal objetivo é a criação de tecnologias de ponta nas áreas de fabricação química e ciência e tecnologia de materiais, voltadas, sobretudo, para as áreas industriais e empresariais.
Na prática, o acordo recém-firmado prevê, já para os próximos cinco anos, projetos conjuntos de intercâmbio de pesquisas em áreas como recursos naturais, biodiversidade e mudanças climáticas, biotecnologia, nanotecnologia, agricultura de precisão e tecnologias de informação, inteligência artificial aplicada à agricultura, sanidade animal e vegetal, sistemas de produção e blockchain, agroindústria, segurança alimentar e competitividade agrícola.
A presidente do CNR, Maria Chiara Carrozza, destaca a importância da parceria, inclusive no que se refere à pauta da sustentabilidade. “São aspectos essenciais para que se desenvolva uma nova agricultura, que tenha circularidade e conectividade com o conceito de sustentabilidade ambiental. As tecnologias desenvolvidas na Itália e no Brasil podem ser compartilhadas, e ainda envolver outros países, como os do continente africano e do Oriente Médio”, afirmou.
O presidente da Embrapa, Celso Moretti, concorda. “É uma parceria de importância estratégica para o desenvolvimento de pesquisas e da inovação agropecuária”, disse, ao referir-se ao incremento do desenvolvimento sustentável e competitivo, a partir de projetos conjuntos e do intercâmbio de pesquisadores.
O embaixador italiano, Francesco Azzarello, também ressaltou a importância da cooperação bilateral firmada. “O Brasil é reconhecidamente líder mundial no setor agropecuário e a Embrapa representa a concretização desse sucesso”, enfatizou.
Parceria de sucesso
A cooperação entre a Embrapa Instrumentação e o Instituto de Materiais Nanoestruturados (ISMN), que pertence do CNR, começou em 2021, com projetos voltados à recuperação de rejeitos de minério e nanomateriais cerâmicos sintéticos. Hoje tem como foco pesquisas para aplicação de nanotecnologia para o desenvolvimento de tecnologias que reduzam o impacto ambiental.
Outra novidade é que estão sendo desenvolvidos nanocompósitos para aplicações no agronegócio na forma de membranas biodegradáveis, bactericidas e com proteção no ultravioleta visível.
Segundo a Embrapa, o interesse em formalizar um acordo geral de cooperação é ampliar a abrangência, para novas áreas de pesquisa e unidades.
Questões climáticas
Em sua passagem pelo Brasil, a presidente do Conselho Nacional de Pesquisa (CNR), Maria Chiara Carrozza, também ressaltou a importância da parceria com a Embrapa no que se refere à proteção ao meio ambiente. “O Brasil tem um papel muito importante na luta contra as mudanças climáticas. Tem muitas áreas protegidas na Amazônia e em outras regiões, o que representa um capital para o Brasil e para o mundo todo”, disse.
“É preciso desenvolver modelos científicos que saibam antecipar os eventos climáticos que antes não existiam. Na Itália, há fenômenos sem precedentes e não temos modelos para preveni-los”, enfatiza.
Ainda segundo ela, é necessário desenvolver um trabalho que antecipe o impacto das atividades humanas e sociais sobre o ambiente, sobretudo nas áreas protegidas. “Levarei muitos sinais positivos à Itália e a Itália tem a necessidade de redescobrir o Brasil”, completou, ao anunciar que a parceria com a Embrapa proporcionará um intercâmbio de pesquisadores entre o Brasil e a Itália.
Conclusão
Nos últimos anos, a tecnologia tem sido uma das principais aliadas da agricultura, por meio de pesquisas realizadas todos os dias com o objetivo de aumentar a produção (com alimentos mais saudáveis e resistentes) e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos ambientais.
Nesse contexto, as parcerias entre instituições que se dedicam à pesquisa são muito bem-vindas, especialmente quando reúnem duas entidades consideradas referências para o setor, como é o caso do acordo firmado nesse mês pela Embrapa e o CNR da Itália.
Com foco em áreas como Agricultura de Precisão (AP), aplicações industriais da pesquisa, como biotecnologia, nanotecnologia, inteligência artificial e drones agrícolas, a parceria tende a gerar importantes resultados para os produtores não só dos dois países, mas do mundo todo, afinal, tanto a Embrapa e o CNR da Itália desenvolvem tecnologias utilizadas no mundo todo.
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