Créditos de carbono e sua importância para o meio ambiente

Os créditos de carbono são uma forma de poder de compra baseada na redução das emissões de gases do efeito estufa.

Comemorado em 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente busca conscientizar sobre a importância da preservação dos recursos naturais e chamar a atenção para os problemas ambientais, inclusive o aquecimento global. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia.  

De lá para cá, o tema ganhou grande destaque em todos os setores da sociedade e se tornou uma das prioridades para governantes do mundo todo, que adotaram diversas iniciativas como forma de amenizar os impactos ambientais. 

Um dos exemplos mais conhecidos, sem dúvidas, é o crédito de carbono, instituído a partir do Protocolo de Kyoto, em 1997, com o objetivo de diminuir os gases de efeito estufa, que provocam diversos problemas ambientais associados às mudanças climáticas. 

O crédito de carbono funciona como uma moeda em um mercado próprio. Por isso, tem um valor específico: cada tonelada de dióxido de carbono não emitida na atmosfera gera um crédito de carbono, com direito a uma certificação emitida pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).  

Na prática, os créditos recebidos funcionam como uma gratificação financeira, já que os países que os recebem podem comercializá-los para nações que não alcançaram suas metas de redução de poluição.  

A geração de crédito acontece por meio de iniciativas e projetos que visam o desenvolvimento sustentável, como campanhas de consumo consciente, uso de fontes alternativas de energia, entre muitos outros. 

Comércio 

O mercado de carbono abrange o mundo todo e é regulado por legislação específica em cada país. O valor do crédito, porém, pode variar de acordo com a forma de cooperação entre os países envolvidos na transação. Isso porque o modo de cooperação entre as nações pode ser unilateral, bilateral ou multilateral. 

No primeiro caso, a redução da emissão de gases acontece dentro do território do país que detém o crédito de carbono, com iniciativas próprias. Por isso, ele pode estipular o valor no crédito no momento de comercializá-lo.  

No modo bilateral, o projeto elaborado por um país é executado no território de outro. Assim, o crédito fica com o país responsável pelo projeto, mas é o país hospedeiro que define o valor do crédito no momento de comprá-lo.  

Por fim, o modo multilateral contempla projetos financiados por fundos internacionais, sendo eles os responsáveis por definir os valores dos créditos de carbono.  

Esse mercado movimenta bilhões de euros a cada ano e tem bolsas próprias espalhadas pelo mundo todo, como a Bolsa de Mercadorias do Futuro (Brasil), a Chicago Climate Exchange (Estados Unidos) e a European Union Emissions Trading Scheme (Europa).  

Imagem: Syngenta Digital 

MDL 

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) busca implantar projetos de redução de emissões em países (especialmente os em desenvolvimento) que tenham metas de redução de emissões de acordo com o Protocolo de Kyoto. Seus principais objetivos incluem promover o desenvolvimento sustentável e estimular a transferência de tecnologia dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. 

Vale destacar que antes de o crédito de carbono ser endereçado a um país, é feita uma rigorosa análise para avaliar se as iniciativas desenvolvidas realmente reduziram a emissão de gases. Em um primeiro momento, a avaliação é feita pela entidade nacional designada de cada país e, em seguida, por organizações internacionais.  

Ciclo de compensação de  créditos de carbono
Imagem: Viridis Blog 

Setor agro e crédito de carbono 

No Brasil, assim como em muitos outros países, o setor agro desempenha um papel bastante importante na redução na emissão dos gases de efeito estufa, já que mantém importantes iniciativas voltadas a essa finalidade. As ações incluem a agricultura sustentável, o plantio de árvores, a redução das áreas de pastagem, entre muitas outras.  

Há também iniciativas como a Carbono Bayer, que visa recompensar agricultores do Brasil e dos Estados Unidos pela geração de créditos de carbono e, assim, incentivar as práticas agrícolas sustentáveis, capazes de contribuir com a redução da emissão dos gases de efeito estufa. 

Agricultura de Precisão 

Muito do avanço da redução dos impactos ambientais nos últimos anos tem ligação direta com a Agricultura de Precisão (AP), conjunto de técnicas que utiliza a tecnologia para aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir os danos ambientais. Dentre as principais ações estão a redução do uso de água e fertilizantes e a distribuição adequada dos insumos, o que diminui os danos ao solo e aos mananciais. 

Conheça mais sobre as vantagens da AP em nosso artigo.

Conclusão 

Nos últimos anos, o meio ambiente tem ganhado cada vez mais destaque em todos os setores da sociedade, especialmente depois de a humanidade ter percebido que os recursos naturais são finitos. Desde então, muitas iniciativas têm sido adotadas por governantes, grandes empresas e sociedade com o objetivo de reduzir os impactos ambientais. O setor agro também tem feito sua parte com iniciativas como a agricultura sustentável (baseada, sobretudo, em técnicas da Agricultura de Precisão), o plantio de árvores e a redução das áreas de pastagem. 

Para acelerar a redução dos impactos ambientais foi criado o crédito de carbono, que visa diminuir a emissão dos gases de efeito estufa em todo o mundo. Os créditos são concedidos a países que reduziram consideravelmente a quantidade desses gases (cada tonelada de dióxido de carbono não emitida na atmosfera gera um crédito de carbono) e podem ser comercializados para países que não atingiram as metas estabelecidas.  

A iniciativa tem grande importância para o meio ambiente e tem contribuído para que as nações se atentem às questões ambientais sem que isso prejudique o seu desenvolvimento, sendo a agricultura um grande exemplo de que o desenvolvimento sustentável é, sim, possível.  

Referências

Brasil Escola 

Sustainable Carbon 

Mundo Educação 

IPAM Amazônia  

Syngenta Digital 

Bayer 

Viridis Blog 

Jornalista, mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação, revisor e redator freelancer. Atua como repórter e assessor de imprensa e já publicou dois livros como autor independente. Tem interesse por cinema, literatura, música e psicanálise.

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