Os estádios fenológicos de uma planta se referem à qual etapa de seu desenvolvimento ela se encontra. Esses estádios podem ser caracterizados por fases evolutivas apresentadas na própria planta, como a emergência do cotilédone, o crescimento de ramos primários ou o aparecimento de flores e frutos. Em alguns estádios é possível diagnosticar pragas ou doenças na planta e realizar os determinados métodos de manejo, como cuidados com a nutrição da planta, aplicação de hormônios, visando a manutenção do vigor e robustez da plântula, gerando uma boa produção.
Os estádios fenológicos do algodão
O algodoeiro, por ser uma cultura de ciclo indeterminado, possui uma das morfologias de planta mais complexas, apresentando uma grande variação de período de ciclos, com cultivares de 130 dias de ciclo até outras que passam de 170 dias.
Culturas como soja, milho e trigo possuem escalas de desenvolvimento conhecidas como “Escala de Fehr e Caviness”, “Hanway” e “de Zadocks” respectivamente. Com o intuito de auxiliar nas metodologias de manejo o IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná criou a “Escala do Algodão”, publicado em 2003 pelos pesquisadores Eng. Agr. D.Sc Celso Jamil Marur e Eng. Agr. M.Sc Onaur Ruano.
O algodão tem seu ciclo dividido em 4 estádios fenológicos totais, sendo que em cada um, há divisões nos períodos evolutivos da planta : Estádio Vegetativo, Estádio de Botões Florais, Estádio de Florescimento e Abertura dos Capulhos.
Com o conhecimento dos estádios do algodão, é possível também, esquematizar seu período de produção e planejar as safras subsequentes.
Estádio Vegetativo (Vn)
Consiste no período em que a planta desenvolve sua estrutura vegetativa, evoluindo de estádio a medida em que seja formadas cada folha verdadeira, que por sua vez consiste em uma folha com o comprimento de pelo menos 2,5 cm.
V0: A primeira etapa deste estádio fenológico está relacionada ao período entre a emergência da plântula até os 2,5 cm da primeira folha verdadeira.
V1: A partir da medição anterior até que a segunda folha atinja 2,5 cm de comprimento.
V2: Período dado a partir do final do V1 até a terceira folha alcançar 2,5 cm de comprimento.
Vn: Medições aplicadas a partir do estabelecido nas etapas anteriores.
Estádio de Botões Florais (Bn)
Consiste na etapa de evolução da planta a partir do primeiro botão floral no primeiro ramo reprodutivo. À medida que outros botões aparecem nos ramos superiores evolui-se o estádio B até que a primeira flor se abra. Aqui é importante ressaltar que, mesmo que novas folhas continuem surgindo, o estádio a partir do primeiro botão passa a ser B, e não mais V.
B1: Essa fase se inicia quando há o surgimento do primeiro botão floral no algodoeiro.
B2: Ocorre o aparecimento do primeiro botão floral no segundo ramo frutífero.
B3-n: Há o surgimento do primeiro botão floral no terceiro ramo frutífero. Nesta etapa, ainda ocorre a visualização do segundo botão floral no primeiro ramo frutífero visível.
B4-n: As medições sucessores seguem o mesmo padrão. Após o primeiro botão abrir para a floração, é considerado o fim desse estágio.
Estádio de Florecimento (Fn)
Esta etapa consiste no período em que o primeiro botão floral no primeiro ramo flora até o efetiva observação da abertura do primeiro capulho.
F1: Nessa fase, abre-se o primeiro botão floral do primeiro ramo frutífero, dando início à floração.
F2: Dando continuidade ao processo, no F2, ocorre a abertura do primeiro botão no segundo ramo frutífero.
F3-n: As observações seguintes, seguem o mesmo parâmetro das anteriores. Nota-se nesta fase, a abertura do segundo botão floral do primeiro ramo.
Estádio de abertura dos capulhos (Cn)
É a última fase de desenvolvimento do algodoeiro, onde os capulhos se abrem e as fibras passam a ficar visíveis na lavoura. A evolução do estádio aqui segue a mesma lógica dos estádios anteriores, sendo o estádio C1, correspondente à abertura do primeiro capulho no primeiro ramo frutífero.
C1: No estádio final, ocorre inicialmente o rompimento da primeira bola (maçã ou botão), localizada no primeiro ramo, em capulho.
C2: Então, por conseguinte, a etapa se dá com a abertura da primeira bola do segundo frutífero, em capulho.
C3-n: As demais averiguações seguem os mesmos requisitos.
Calendário de manejo do algodão
Agora que você já sabe como determinar o estádio fenológico da planta de algodão, seguem algumas das principais práticas de manejo do algodoeiro e em que fases são mais comuns a incidências de pragas, doenças e insumos fisiológicos e nutricionais.
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Referências
Artigo “ESCALA DO ALGODÃO – UM MÉTODO PARA DETERMINAÇÃO DE ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO” – por Celso Jamil Marur e Onaur Ruano – http://www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/EB769E04A0D3A15983257AA2005B0E12/$FILE/Page3-4-105.pdf
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