Se você está por dentro do que acontece no agro, provavelmente sabe que viver da agricultura não é fácil. O produtor precisa se preocupar com uma série de fatores: a economia, o solo, o homem (a principal mão de obra, mesmo com os constantes avanços tecnológicos) e, claro, o clima. Tudo isso afeta desde o volume à qualidade da produção, tão necessária para a manutenção da segurança alimentícia no Brasil.
Quando falamos das condições climáticas, especificamente, não podemos negar que os últimos anos (ou melhor, as últimas décadas) têm apresentado novos desafios frente aos efeitos do El Niño e outros fenômenos – que, apesar de naturais, acabam exacerbados pelo aquecimento global e pela má administração dos nossos recursos naturais.
Foi pensando nisso que criamos este artigo: para explorar mais a fundo de que forma as condições do clima impactam a nossa agricultura, em especial a produção de soja, milho e algodão. Boa leitura!
Precisamos falar (novamente) sobre o El Niño
Alguns meses atrás, falamos aqui sobre como a intensificação do El Niño afeta o setor agrícola. Para refrescar a sua memória, o fenômeno se trata de uma ocorrência natural que envolve aspectos oceânicos e atmosféricos, sendo marcado por um aumento atípico nas temperaturas do Oceano Pacífico.
Duas das consequências do El Niño têm a ver com a água: a primeira é o excesso de chuvas, enquanto a segunda é a escassez hídrica. Esta, em particular, limita a irrigação nas lavouras e gera um efeito dominó que chega à produção final. O fenômeno merece destaque pelo simples fato de estar se “prolongando”: a previsão é que ele perca força somente a partir de abril, sendo que começou em junho do ano passado.
De acordo com o relatório Acompanhamento da safra brasileira de grãos, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em janeiro deste ano, o El Niño gerou impactos significativos nas produções de soja, milho e algodão em vários estados em 2023. Mas…
…O El Niño não está sozinho nessa
Chuvas intensas ou estiagens prolongadas prejudicam a produção agrícola em mesma medida. Como nosso foco está na soja, no algodão e no milho, três das nossas principais commodities, criamos um quadro comparativo com alguns dos efeitos mais alarmantes dessas condições climáticas atípicas. Confira:
O quadro mostra como três das nossas principais commodities reagem a fenômenos climáticos envolvendo a água
Os produtores podem se resguardar de grandes perdas
Nem tudo tem solução quando estamos à mercê das condições climáticas, mas ainda há medidas capazes de conter os danos. Antes do cultivo, por exemplo, os produtores precisam elaborar um planejamento detalhado sobre a lavoura. Encontrar terrenos adequados, realizar as medidas corretivas necessárias, escolher sementes que sejam mais resistentes aos efeitos das possíveis variações climáticas e assim por diante.
É claro que esses cuidados são importantes não só nas primeiras etapas, mas também durante o desenvolvimento das culturas. Cabe aos produtores fazer um monitoramento atento de doenças, eliminar as pragas da forma mais natural possível, adaptar a irrigação… A lista é extensa.
O que queremos mostrar aqui é que, apesar das limitações impostas pelo próprio planeta na forma do El Niño e outros fenômenos, os produtores não estão de mãos atadas: eles são capazes de adotar estratégias relativamente simples para conter os prejuízos (inclusive com o apoio da Sensix!).
Com determinadas estratégias, das simples às complexas, é possível conter os prejuízos das condições climáticas extremas. Imagem: Reprodução/Imagem de wirestock no Freepik
Planeta, clima e agricultura: engrenagens em um grande relógio
Para fazer uma analogia um tanto simples, mas certeira, podemos dizer que o planeta é como um relógio. Ele só funciona corretamente quando suas engrenagens estão devidamente instaladas e girando no ritmo esperado. Tanto no sentido macro quanto no micro, isso também vale para o clima e a agricultura: tudo precisa correr bem, dentro dos padrões de normalidade, para que a produção não sofra quedas significativas – e, assim, não gere as instabilidades alimentícias e econômicas que tanto queremos evitar.
O que está claro para nós, e esperamos que também esteja para você, é que nossos produtores podem (e precisam) se ajustar de acordo com as circunstâncias. E mais: a responsabilidade por conter as mudanças climáticas também é nossa, afinal cada pequena ação que realizamos gera um impacto no futuro.
Deixe um comentário