Da agricultura moderna à patronal, descubra os tipos mais realizados em território brasileiro
Não dá para subestimar a importância do agronegócio para a economia brasileira. Entre janeiro e novembro do ano passado, para você ter ideia, as exportações do agro ultrapassaram US$153 bilhões de dólares – o que corresponde a consideráveis 49,3% das exportações brasileiras nesse intervalo.
É claro que o agronegócio vai muito além da agricultura propriamente dita, mas ela ainda é uma das atividades que mais definem o Brasil. Basta parar e pensar: todo mundo tem pelo menos um parente ou conhecido, mesmo distante, que pratica a agricultura. Mas será que é tão simples assim definir a atividade?
A resposta é não. Existem diversos tipos de agricultura – e, se você é leitor assíduo aqui do blog, deve se lembrar de que já falamos de alguns deles por aqui. E o nosso foco de hoje é explorar outros mais a fundo!
Agricultura moderna
Talvez o termo mais “guarda-chuva” que vamos utilizar neste artigo, a agricultura moderna surgiu na primeira fase da Revolução Industrial (entre os séculos XVIII e XIX). Caracterizada pelo desenvolvimento intensificado dos sistemas de produção, com tecnologias que transformaram as lavouras de forma mais drástica, ela é responsável pela aceleração dos processos entre o plantio e a colheita – e, por consequência, do aumento em rentabilidade.
Dizemos que o termo é “guarda-chuva” porque a agricultura moderna incorpora outros tipos, como a agricultura digital (e vamos falar delas mais adiante).
Agricultura extensiva
A agricultura extensiva, também conhecida como tradicional, é o tipo mais marcado pela utilização de processos de produção vistos como básicos ou rudimentares. Ela tem pouca adesão a tecnologias e insumos, o que impacta diretamente a produtividade.
É que, com menos inovações, não é possível atender a grandes demandas. Por esses e outros fatores, sua adoção é muito comum como meio de subsistência por pequenos produtores.
Lavouras onde se pratica a agricultura extensiva costumam contar bastante com mão de obra humana, que realiza procedimentos pouco mecanizados (ou completamente manuais). Aqui, há uma maior dependência de condições naturais como temperatura e umidade.
Agricultura intensiva
A agricultura intensiva teve sua origem pouco depois da moderna, no século XX, aparecendo à medida que a demanda por alimentos crescia de forma exponencial em todo o mundo.
Este tipo de agricultura tem como características a utilização de recursos tecnológicos com o objetivo de acelerar e otimizar a produtividade, desde o plantio até a colheita. Para isso, ele envolve equipamentos de ponta e a construção de grandes estufas relativamente autossuficientes – ou seja, não há necessidade de contratar uma mão de obra tão extensa (embora ela precise ser mais qualificada).
Agricultura orgânica
A agricultura orgânica é aquela que não envolve a utilização de fertilizantes, agrotóxicos, sementes e outros insumos que tenham passado por modificações genéticas.
Seu objetivo é produzir alimentos saudáveis sem gerar impactos ambientais. Por isso, todo os processos e os insumos aplicados são de origem natural: esterco animal, adubação verde, rotação de culturas etc.
Este tipo de agricultura vem ganhando força tanto em países desenvolvidos quanto em países que estão se desenvolvendo. No entanto, uma das suas características mais relevantes é o menor volume de produção – o que afeta diretamente o preço e pode ser um empecilho para a população menos abastada.
Agricultura familiar
Um dos tipos mais simples de entender (e produzir), a agricultura familiar é aquela realizada por pequenos agricultores, alguns trabalhadores contratados e suas famílias. Aqui, tudo que é colhido é consumido pela própria população.
A agricultura familiar é a maior responsável pelo abastecimento interno no Brasil, correspondendo à principal atividade da grande maioria das propriedades rurais no país. Portanto, sua importância é inegável mesmo diante da falta de tecnologias mais avançadas.
Todo mundo conhece pelo menos uma pessoa que pratica a agricultura, muitas vezes a familiar. Imagem: Reprodução/Imagem do Freepik.
Agricultura patronal
Concluímos nossa lista com a agricultura patronal, também conhecida como empresarial, que serve como contraponto à agricultura familiar. Nela, a produção é voltada tanto para o mercado quanto para a exportação – ou seja, não para famílias ou pequenas comunidades.
Aqui, temos o uso de tecnologias avançadas, mão de obra qualificada e insumos específicos para gerar mais lucro para negócios de médio e grande porte, o que garante um abastecimento suficiente e estável.
Apesar das semelhanças aparentes, cada tipo é único
Além das especificidades que citamos em cada tipo de agricultura, eles se diferenciam também por alguns outros fatores. Os principais exemplos estão:
- No tamanho das plantações;
- No mercado que os produtores buscam suprir e os meios e métodos que eles usam para produzir;
- E, claro, nas condições climáticas de cada área.
A agricultura intensiva, por exemplo, sempre busca incorporar inovações tecnológicas conectadas à internet, como a inteligência artificial (IA) e Big Data (a chamada agricultura digital, mais um temo para você adicionar de vez ao seu repertório).
A agricultura extensiva, por sua vez, se sustenta com técnicas mais antigas. Como dissemos, seu foco não costuma ser a produção em larga escala: muitas vezes, o produtor busca obter o meio de subsistência ou safras suficientes para atender a um mercado mais limitado.
Agriculturas pensadas por um objetivo em comum
Não importa o tipo, o que une as várias faces da agricultura é a preocupação cada vez mais presente com a sustentabilidade da produção, sempre alinhada à busca por suprir as demandas alimentares de uma população que continua crescendo em número.
Produzir alimentos de forma sustentável e otimizada: o objetivo comum de todo os tipos de agricultura. Imagem: Reprodução/Imagem de gpointstudio no Freepik.
Apesar dos desafios que a agricultura e seus produtores enfrentam – dos quais sempre falamos aqui –, o futuro é promissor. Muito disso se dá em função do trabalho árduo de tantas pessoas inseridas no setor. De um jeito ou de outro, o mais importante agora é nos prepararmos para esse futuro e para a adoção de novos recursos, novas técnicas e até novos hábitos (de produção e até consumo). É assim que vamos garantir muitas décadas sustentáveis à frente!
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