Aquele pãozinho quente do café da manhã, o macarrão que reúne a família em torno da mesa no almoço de domingo, o bolo que nossa avó assa para nos receber… Sabe o que essas coisas têm em comum (tirando o fato de que são verdadeiras tradições alimentares no Brasil)? Todas elas possuem como base uma semente que está presente no dia a dia, mas nem sempre faz parte das nossas conversas: o trigo.
Segundo cereal mais consumido no mundo, atrás somente do arroz, o trigo tem uma história rica, assim como excelentes valores nutricionais. Essas e outras características o tornam um dos produtos mais importantes de toda a agricultura mundial. Aqui no Brasil, por exemplo, seu plantio e consumo tiveram um início singelo, na década de 1970, mas aos poucos alçaram o país ao posto de 8º maior importador do cereal no mundo.
Pensando justamente nessa forte presença do trigo na nossa alimentação, hoje no Blog Sensix vamos falar sobre o cultivo do cereal nas lavouras brasileiras. Venha conosco conhecer mais sobre as origens, as características e os benefícios do grão!
Da origem mesopotâmica a um dos principais cereais no mundo
Apesar de estar em segundo lugar no quesito consumo mundial, o trigo é top 1 em outra categoria: é a planta cultivada há mais tempo pelo homem, com indícios de produção e consumo que datam de cerca de 12 mil anos atrás.
Sua origem está associada à Mesopotâmia, mais especificamente no Crescente Fértil, região que hoje cobre partes do Egito e do Iraque. O grão não demorou para se popularizar em todo o mundo, incluindo na China e em partes da Europa, muito em função de sua alta adaptabilidade a diferentes climas e solos.
Antigo mapa da Mesopotâmia, indicando os Rios Tigre e Eufrates. A região é considerada o berço do trigo. Imagem: Reprodução/Imagem de Nadsadh.
Trazendo a disseminação geográfica do trigo aos dias de hoje, os maiores produtores atuais no mundo são justamente a China, a União Europeia, a Índia, a Rússia e os Estados Unidos. O Brasil não chega ao top 10, afinal a produção local é menor… Mas, como dissemos lá em cima, estamos entre os principais importadores da commodity.
E o cenário de produção também vem mudando: entre as safras do ano passado e de 2024, o trigo apresentou um aumento de 9% em produção, com expectativas de que alcance 8,4 milhões de toneladas.
Características do trigo
Agora, partimos para o tópico que talvez desperte o maior interesse para produtores: as características do trigo, incluindo sua estrutura. Em primeiro lugar, é importante saber que o cereal é uma rica fonte de proteínas, carboidratos, fibras, gorduras e
minerais essenciais, como ferro e ácido fólico. Ou seja, ainda bem que está tão presente na nossa alimentação diária.
Os três principais tipos de trigo cultivados no mundo recebem os nomes científicos Triticum aestivum (trigo-mole, ou trigo comum), Triticum monococcum (Einkorn) e Triticum turgidum (Durum), sendo que o primeiro da lista é o mais produzido no Brasil.
Em termos de estrutura, a planta do trigo-mole é composta por um caule reto que pode ter de 0,5 m a 1,5 m de altura. Cada espécime possui de seis a nove folhas, que têm formato longo e estreito. O trigo também possui flores, que em grupos de três a cinco formam as espiguetas e, de 15 a 20, espigas.
Detalhe de uma espiga de trigo. A planta está entre as mais fáceis de reconhecer na agricultura. Imagem: Reprodução/Imagem de KamranAydinov no Freepik.
Essas características nutricionais e estruturais tornam o trigo uma cultura bastante versátil, cuja variedade deve ser escolhida com muito cuidado – sempre levando em consideração as condições de solo, clima, os objetivos de produção e afins. E falando em produção…
Formas de cultivo do trigo
Como você deve saber, toda lavoura depende de métodos e processos específicos para render boas safras. Com o trigo não é diferente: para realizar uma boa colheita, o
produtor precisa se atentar a alguns fatores essenciais em relação ao solo, às condições climáticas, aos equipamentos que utiliza, entre outros. Confira:
1. Escolha e preparação do solo
O primeiro passo para cultivar trigo é escolher e preparar o solo, de preferência com um mês de antecedência. Recomenda-se utilizar um substrato de textura intermediária, entre argiloso e arenoso, e que possua boa drenagem.
Outros procedimentos essenciais aqui são corrigir o pH com calcário (se necessário), de modo que ele chegue a 6,0, e fazer a aeragem para facilitar a expansão das raízes. A adubação com nitrogênio, fósforo, potássio e outros nutrientes também vem como parte fundamental logo no início.
2. Semeadura
No Brasil, a semeadura costuma ser realizada entre abril e julho, mas tudo depende da região e da variedade escolhida. Quanto ao espaço, as sementes devem estar distribuídas com algo entre 17 e 20 cm de distância umas das outras, enquanto a profundidade ideal vai de 2 a 5 cm – tudo para otimizar o desenvolvimento da planta.
3. Emergência, crescimento e florescimento
Após a semeadura, ocorrem uma série de processos sequenciais que dizem respeito ao desenvolvimento da planta de modo geral. Ao longo do tempo, o trigo passa pelo crescimento vegetativo e começa a florescer, assim como formar espigas que dão origem aos grãos.
Durante essas etapas, a principal função do produtor é realizar o monitoramento constante da lavoura: irrigação, aplicação de herbicidas para controle de pragas (como a broca-do-colo), distribuição de fertilizantes, e assim por diante.
4. Colheita
Cerca de 110 a 120 dias após a semeadura, o trigo está pronto para a fase final: a colheita. Ela costuma ser realizada entre setembro e novembro, no ápice da maturidade dos grãos, geralmente com o auxílio de colheitadeiras e outras ferramentas tecnológicas (que reduzem as perdas). A partir de então, o trigo precisa ser armazenado nas devidas condições até ser processado.
Aqui, vale a pena mencionar as fases do ciclo do trigo. Elas começam logo após a germinação e terminam somente depois da colheita. Veja só:
• Plântula: fase inicial, que ocorre após a germinação da planta; aqui, as primeiras folhas começam a surgir no solo (1 a 2 semanas após a germinação). • Perfilhamento: fase em que o trigo passa a desenvolver perfilhos, brotos laterais, que aumentam o potencial produtivo de toda a planta (2 a 4 semanas após a plântula).
• Alongamento: fase intermediária, em que o caule cresce em preparação para sustentar as espigas que surgirão em breve (3 a 5 semanas após o perfilhamento).
• Espigamento: fase de florescimento, quando as espigas passam a formar grãos e ocorre a polinização da planta (1 a 2 semanas após o alongamento). • Maturação: fase final, em que o trigo seca aos poucos e os grãos ficam prontos para a colheita (3 a 6 semanas após o espigamento).
As fases do ciclo do trigo após a plântula. Veja o quanto a planta cresce ao longo de 110-120 dias. Imagem: Reprodução/Adaptado de Mark A. Marsalis e Natalie P. Goldberg.
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Com as informações que trouxemos hoje sobre o trigo, você certamente tem uma noção mais clara da importância do grão para a nossa agricultura (ou melhor, para nossa vida). Com um processo de cultivo que não tem segredo, não é à toa que ele ocupa um lugar tão significativo na alimentação de milhões de brasileiros. E agradecemos muito por isso!
Tem dúvidas sobre o cultivo do trigo? Deixe seu comentário ou fale conosco!
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