Compreender termos próprios do agronegócio sempre foi fundamental não só para produtores, mas para os mais diversos profissionais envolvidos nas muitas etapas das atividades agrícolas. Nos últimos anos, no entanto, a tecnologia e as startups colocaram em evidência muitas termos ligados à tecnologia, hoje fundamentais para acompanhar o cotidiano de vários setores, inclusive o agro.
Porém, antes de apresentar esses termos é importante explicar como as startups se tornaram tão relevantes para o agronegócio, a ponto de inserir no dia a dia do produtor rural palavras que até então faziam parte apenas do universo ligado à tecnologia.
Cada vez mais populares no mundo todo e nos mais diversos segmentos, as startups estão ligadas à tecnologia e surgem a partir de ideias inovadoras. No Brasil, elas se tornaram populares nos últimos anos e, rapidamente, ganharam espaço no agronegócio. Isso aconteceu principalmente porque o setor investe bastante em tecnologia e, devido ao papel que desempenha na economia brasileira, tem constante demanda para soluções que facilitem o dia a dia dos profissionais envolvidos no agro.
Para se ter uma idéia da relevância das startups para o agronegócio brasileiro, basta observar que a edição 2020/2021 do Radar Agtech Brasil – elaborado por meio de uma parceria entre a Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens Research and Consulting, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – apontou que o Brasil já conta com 1.574 startups atuando no agronegócio (chamadas de agtechs), número 40% maior que o registrado no Radar Agtech Brasil 2019.
O levantamento também demonstra que o estado de São Paulo tem a maior quantidade de agtechs do país, com 48% do total, e identificou 78 instituições que investiram e apoiaram o empreendedorismo de 223 startups do setor agropecuário no Brasil, sendo que 62% delas estão no estado de São Paulo.
Ao levantar esses dados, o Radar Agtech Brasil 2020/2021 busca dar mais visibilidade às agtechs e gerar informações que estimulem as oportunidades de negócios. Com esse trabalho, consegue aproximar empreendedores, universidades e instituições de pesquisa, agricultores, pecuaristas, investidores e representantes do governo, ampliando o ecossistema de inovação aberta.
O trabalho desenvolvido pelas startups brasileiras tem sido responsável por colocar o país na vanguarda da inovação tecnológica voltada ao agronegócio. “O país teve uma adoção digital que cresceu durante a pandemia. Essa realidade o coloca em uma posição diferenciada que pode facilitar as transições para a competitividade e o futuro do setor agropecuário, fomentando diferentes ferramentas para abordagens como agroecologia, bioeconomia, agricultura urbana, sistemas alimentares, agricultura vertical, smart farming (agricultura inteligente) ou agricultura digital”, avalia a diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin.
Confira abaixo alguns dos termos comuns em startups que vêm ganhando cada vez mais espaço no agronegócio:
Agtech
Bastante popular no Brasil nos últimos anos, o termo agtech surgiu nos Estados Unidos e denomina empresas que promovem inovações no setor do agronegócio a partir de novas tecnologias aplicadas ao campo. O trabalho realizado passa pelo desenvolvimento de softwares, iniciativas voltadas à criação de alternativas energéticas, aproveitamento de resíduos, controle ambiental, monitoramento e biotecnologia.
Agile
Consideradas alternativas às gestões tradicionais de projetos, as metodologias ágeis – chamadas de agile – focam em entregas, relações profissionais e colaborações, com o objetivo de responder às mudanças do mercado da maneira mais rápida e eficiente possível. De certa forma, elas representam muito bem a maneira como as startups são organizadas.
Benchmark
O benchmark é uma espécie de comparação com o trabalho oferecido por outras empresas – muitas vezes concorrentes – para analisar quais são os pontos fortes e os aspectos falhos de um negócio.
KPI
Os números têm uma relevância muito grande no agronegócio, motivo pelo qual o KPI (Key Performance Indicator) se faz tão importante. O seu objetivo é utilizar dados como produção no fim do mês e número de problemas solucionados a cada semana para acompanhar o desempenho de empresas, indústrias e fazendas, por exemplo.
MVP
O Minimum Viable Product (MVP) é, em tradução livre, o produto mínimo viável, ou seja, uma espécie de primeira versão de algo que se deseja lançar no mercado. No setor agro, esse tipo de produto aparece com muita frequência em feiras agrícolas, eventos que servem como um termômetro de aceitação das novidades em desenvolvimento.
Pitch
Cada vez mais comum em várias áreas, o pitch é uma apresentação concisa, que deve resumir propostas e objetivos, na maioria das vezes para atrair investidores.
C-level
Por fim, há de lembrar que os títulos dos cargos também já não são os mesmos. Hoje muitos nomes iniciados com a letra C (de chiefs) também chegaram ao setor agro, como o CEO (Chief Executive Officer), geralmente o principal líder de uma empresa, e o COO (Chief Operating Officer), responsável por toda a estrutura de operações da empresa.
Conclusão
O agronegócio, mais do que nunca, tem passado por constantes mudanças, impulsionadas principalmente pelo desenvolvimento tecnológico. Nos últimos anos, as startups ganharam espaço em diversos segmentos e, a partir disso, incluíram no vocabulário do brasileiro diversos termos importantes para o mundo dos negócios.
Por sua importância na economia nacional, o setor agro não poderia ficar de fora. Por isso, atualmente é indispensável que produtores conheçam esses termos e os utilize no dia a dia, afinal, a inovação do agro não para.
Fontes consultadas
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