Tecnologia agrícola: Conheça os cinco países com mais desenvolvidos

Conheça os países mais avançados em tecnologia agrícola e saiba como eles ditarão algumas das tendências a serem observadas nos próximos anos.

Nos últimos anos, o mundo todo tem acompanhado uma verdadeira transformação tecnológica no campo da agricultura. A cada dia surgem novidades focadas em produtividade e sustentabilidade, abrangendo todas as etapas do trabalho desenvolvido no campo, desde a semeadura até a pós-colheita. 

Nesse contexto, alguns países se destacam na produção e no uso dessas tecnologias, afinal, o cenário de hoje é muito diferente daquele vivenciado no passado. Atualmente muitas ferramentas estão à disposição do produtor para que ele consiga produzir mais, ter maior qualidade em seus produtos e ainda utilizar recursos naturais e insumos da maneira mais eficiente e econômica possível, o que beneficia o meio ambiente e ainda reduz os custos de produção. 

Dentre os países considerados referências mundiais em tecnologia agrícola estão os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, o Canadá, a Austrália e a China. Mas afinal, com o que conta cada um desses lugares? Confira a seguir: 

Estados Unidos

Considerado um dos principais produtores de alimentos do mundo, os Estados Unidos têm alcançado resultados cada vez mais expressivos na agricultura, graças à tecnologia utilizada por produtores. Hoje o país tem nada menos que 3.475 agritechs e é considerado o mais avançado em tecnologia agrícola, tanto que, sozinho, tem mais startups voltadas ao agro que a soma de todos os outros países do mundo. Alguns dos destaques incluem verdadeiras gigantes do mercado, como Apeel, Plenty, Indigo, GrubMarket e Ginkgo Bioworks.

Além disso, os Estados Unidos se destacam em tecnologias implantadas na Agricultura de Precisão (AP) e na Agricultura Vertical Interior, tanto em softwares quanto em hardwares.  

Grã-Bretanha

O segundo lugar fica com a Grã-Bretanha, que inclui Escócia, Inglaterra e País de Gales, com 689 startups no campo da agrotecnologia e da agricultura inteligente. Toda essa representatividade se deu a partir de um intenso desafio vivido pela Grã-Bretanha, uma vez que grandes faixas de terra foram prejudicadas pela produção agrícola intensiva. A situação é tão grave que em 2017, Michael Gove, na época secretário de meio ambiente do país, alertou que o Reino Unido estava a 30 ou 40 anos da completa perda da fertilidade do solo em muitas partes do país.

Diante disso, o governo passou a investir intensamente em soluções agritech, o que levou ao surgimento da indústria de agricultura inteligente, avaliada em US$ 17 bilhões em 2018. Em 2021, a indústria adicionou mais US$ 1,6 bilhão ao seu valor por meio de negócios em grande escala de capital de risco e crowdfunding. 

Hoje, algumas startups que se destacam no país são a FarmDrop, a Eider Vertical Farming e a Intelligent Growth Solutions.

Canadá

O Canadá, com 632 agritechs, ocupa a terceira colocação no ranking e vem tentando acelerar em direção à agricultura sustentável. Somente em 2021, as exportações de agricultura do Canadá totalizaram US$ 82 bilhões e a participação de mercado da agricultura de precisão no país atingiu cerca de US$ 0,9 bilhão, o que representa um aumento de 11,5% em relação ao ano anterior. Suas principais empresas no ramo agrícola são a Semios, a Goodleaf Farms e a 80 Acres Farms. 

Austrália

Quarta colocada no ranking, a Austrália tem 526 startups de agrotecnologia que fornecem produtos e serviços de agricultura inteligente. Além disso, o país da Oceania tem implementado diversas tecnologias na Agricultura de Precisão, com destaque para a irrigação inteligente focada na conservação de água, por meio de empresas como a Farmbot, a Goanna AG e a Stacked Farm.

China

Referência mundial na produção de alimentos, a China aparece no quinto lugar do ranking, com 368 agritechs e uma indústria agrícola que representou 7% do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2021. 

A China é a segunda nação mais populosa do mundo e, por isso, tem o desafio de alimentar mais de um bilhão de pessoas. Esse fato, aliás, foi fundamental para impulsionar a tecnologia agrícola, uma vez que o país tem o compromisso de ser autossuficiente, para que assim possa garantir segurança a todos os moradores do país. 

O mercado chinês de agricultura inteligente passou de US$ 14 bilhões em 2015 para US$ 27 bilhões em 2020, o que impulsionou o surgimento de startups de tecnologia agrícola como a FJ Dynamics.

Mas e o Brasil?

Também essencial na produção mundial de alimentos, o Brasil não aparece entre os países com mais tecnologia agrícola, mas é considerado referência em plantio direto e tem a melhor tecnologia agrícola entre os países tropicais. 

Outro destaque é que o Brasil é o segundo maior exportador de alimentos do mundo e tem adotado cada vez mais tecnologias no campo. Não por acaso, equipamentos como drones e sistemas de irrigação eletrônica deixaram de ser raros nas lavouras brasileiras e se tornaram comuns até entre os pequenos e médios produtores. 

Conclusão 

A tecnologia agrícola tem avançado rapidamente em diversos países do mundo, com destaque para a Agricultura de Precisão (AP) e o surgimento de agritechs. Hoje, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e China são os países com mais recursos tecnológicos à disposição, embora outros – inclusive o Brasil – também se destaquem bastante. 

Todo esse avanço – embasado, sobretudo, na ciência e na sustentabilidade – é muito importante para que a produção de alimentos continue a crescer sem colocar em risco os recursos naturais, afinal, eles são finitos.

Leia também: Investimentos em Agtechs crescem entre os maiores produtores mundiais de alimentos

Fontes

Agrolink

Folha de Londrina

Jornalista, mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação, revisor e redator freelancer. Atua como repórter e assessor de imprensa e já publicou dois livros como autor independente. Tem interesse por cinema, literatura, música e psicanálise.

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