Saiba mais sobre os solos brasileiros

Nesse artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre os tipos de solos brasileiros, suas características e as melhores maneiras de classificá-los.

Quem está diariamente no campo sabe a importância do solo para o agro e para natureza. É dele que as plantas extraem todos os nutrientes que necessitam, garantindo um bom crescimento e desenvolvimento. Por isso, é essencial conhecer suas especificidades e classificações. Só no Brasil são diversos tipos, que variam em cor, textura, quantidade de matéria orgânica e porosidade.

Nesse artigo, você vai conhecer mais sobre as classificações, as regiões do país em que são mais comuns, a composição e as especificidades dos tipos de solo do Brasil.

Conceito de solo

Solo é tudo que é formado pela decomposição de rochas. É a camada mais superficial do planeta terra e, no Brasil, corresponde a aproximadamente 70% do território.

A principal função do solo é dar sustentação às plantas. Por ser uma massa de matéria viva – resultante de variáveis climáticas e biológicas -, é capaz de fornecer nutrientes que, somados à luz, calor, gás carbônico (CO2) e oxigênio (O2), garantem um bom desenvolvimento da vegetação.

As propriedades químicas de cada solo vão sendo alteradas ao longo do tempo por um processo de intemperismo, que nada mais é que a fragmentação das rochas e a degradação das partículas que as compõem. Com isso, formam-se camadas superficiais e subsuperficiais cuja composição é decisiva para o crescimento das raízes.

Camadas do solo

Cada camada de solo possui características bem específicas e, tanto na camada superficial quanto na subsuperficial, recebem o nome de “horizontes”.

Veja abaixo como funciona essa divisão:

Fonte: Uol Educação
  • Camadas subsuperficiais
    • Horizonte D ou R: é a composto pela rocha mãe que vai passar pelo processo de intemperismo que dará origem ao solo;
    • Horizonte C: formado por materiais provenientes da rocha mãe, é caracterizado pela presença de blocos de rocha que estão se transformando em solo;
    • Horizonte B: é a zona de acumulação de argilas, óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio;
  • Camadas superficiais
    • Horizonte A: é o primeiro horizonte mineral do solo e contém uma quantidade de húmus maior que os horizontes B e C;
    • Horizonte O: é a última camada do solo, a mais visível. Composto de matéria orgânica proveniente de restos de plantas e animais, é o que apresenta cor mais escura.

Classificação por partículas

Outro fator que ajuda a classificar o tipo de solo são as partículas que o formam. Eles podem ser encontrados na natureza separadamente ou misturados, como indica o diagrama de Shepard, que determina a granulometria predominante em cada solo.

A variação das misturas de solo é ampla, mas as principais classificações por granulometria são:

  • Areia: tem entre 0,05 e 2 milímetros (mm) de diâmetro e, por isso, sua textura é áspera e com muito atrito. É composta principalmente de quartzo, mas também pode se originar de rochas como turmativa, mica, magnetita, muscovita e outras;
  • Silte: é composto por uma partícula com um diâmetro que pode variar entre 0,05 e 0,002 mm, o que dá a ela uma textura mais sedosa. É composta por feldspato, biotita, piroxênio, anfibólio, entre outros;
  • Argila: as partículas desse tipo de solo são muito pequenas, menores que 0,0022 mm. Tem uma textura plástica e pegajosa e é composta por ilita, montmorilonita e caulinita, que são minerais secundários.

Classificação baseada na fertilidade

Os solos também estão organizados segundo a disponibilidade de matéria orgânica em cada um deles. Podem ser classificados em:

  • Arenoso: é pobre em nutrientes e contém uma alta quantidade de areia. É permeável e poroso e não favorece a agricultura, pois é formado apenas de cristais de rochas, principalmente quartzo, e minerais primários
  • Argiloso: é rico em nutrientes e, por isso, é agricultável. Se bem irrigado, absorve a água e se torna mais arejado, facilitando a nutrição da planta;
  • Humoso: composto principalmente de matéria orgânica em decomposição, é altamente fértil e, por isso, ideal para agricultura.

Classificação por características morfológicas

Informações sobre a profundidade do solo, relevo, material de origem, organismos presentes e o tempo que levou para ser formado. De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SIBCS), o Brasil possui  vários tipos de solo e os principais são:

Classificação dos solos brasileiros por características morfológicas
Fonte: Classes de solos do Brasil, FONTANA, Ademir; BALIEIRO, Fabiano de Carvalho (Embrapa Solos). PEREIRA, Marcos Gervásio (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), 2019.
  • Argissolos: contém argila nos horizontes subsuperficiais, o que faz com que apresentem uma tonalidade gradiente. Sua composição é majoritariamente caulinítica, oxídica ou alítica, o que faz com a cor varie bastante entre acinzentada até matizes de amarelo e vermelho, que são os mais comuns;
  • Cambissolos: esse tipo de solo é marcado por um baixo desenvolvimento pedogenético, com pouca diferenciação dos horizontes e baixa variação de tonalidade e estrutura em um mesmo perfil. Entretanto, se apresenta de várias formas na natureza de acordo com a origem, com ampla variação química e de granularidade;
  • Chernossolos: os chernossolos têm um horizonte superficial espesso, com boa agregação, de tonalidade escura e concentração argilomineral. Apresenta de alta a média concentração de carbono e elevadores teores de cálcio e magnésio;
  • Espodossolos: esse tipo de solo apresenta um horizonte subsuperficial e é marcado pelo acúmulo de matéria orgânica e/ou alumínio – com ou sem ferro. Em geral, apresentam composição granulométrica com predominância de fração de areia;
Classificação dos solos brasileiros por características morfológicas
Fonte: Classes de solos do Brasil, FONTANA, Ademir; BALIEIRO, Fabiano de Carvalho (Embrapa Solos). PEREIRA, Marcos Gervásio (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), 2019.
  • Gleissolos: caracterizados por um baixo grau de desenvolvimento pedogenético e variações hídricas, esse tipo de solo apresenta uma variação de tonalidades acinzentadas e variegadas. Isso acontece graças aos processos de oxidação e redução do ferro;
  • Luvissolos: esse tipo de solo é marcado por um alto teor de argila em subsuperfície, com mudança abrupta na textura ao longo do perfil. Em geral, são solos rasos, com coloração avermelhada ou amarelada e estruturas de blocos ou prismas. Têm alta saturação por bases e elevada capacidade de troca catiônica;
  • Neossolos: os neossolos são pouco evoluídos em termos de transformação de solo. Por essa razão, ainda apresentam muitas características do material originário, o que ocasiona uma alta variabilidade em seus subtipos;
  • Latossolos: em resumo, são tipificados por diversas transformações no processo de formação. Possuem coloração avermelhada ou amarelada e textura argilosa, além de estrutura de grãos. É o tipo mais comum de solo no Brasil, representando 39% do território do país.

Acesse também nosso artigo sobre tipos de equipamentos para fazer amostragem de solos

FieldScan: facilitando o processo de classificação de solos

O FieldScan é uma plataforma que facilita o controle de solos, consolidando dados de fertilidade, nematóides, compactação, plantas daninhas e muito mais. Por meio da imagens de satélite, chuva e drones, entrega processos automatizados e ROI claros que ajudam a garantir um bom resultado na colheita.

Além disso, o FieldScan contém um módulo de solos que ajuda a definir os melhores pontos para coleta de amostras. Também é capaz de fazer análises de forma automatizada, permitindo criar recomendações de fertilizantes e corretivos diretamente para o maquinário.

Outra vantagem do FieldScan é a geração de relatórios personalizados em PDF e na própria plataforma, permitindo a comparação de mapas de fertilidade com imagens de drone e satélites. Para saber mais sobre o FieldScan, basta ler o conteúdo que preparamos aqui.

Referências:

Boas Práticas Agronômicas

Agropós

Embrapa

Cientista social, mestranda em Educação com pesquisa na área de Ideologia da Família. Apaixonada por antropologia, psicanálise, historiografia, literatura e música. Atua como Designer instrucional, produzindo materiais didáticos em diversas mídias, conteúdo para redes sociais e marketing (B2B e B2C), usando técnicas de UX e Copywriting. Longa experiência com revisão de textos - acadêmicos e para a web -, redação e produção de conteúdo educacional.

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