Nas últimas décadas, a produtividade de diversas culturas agrícolas do Brasil evoluiu rapidamente. Hoje, somos referência mundial no agronegócio por conta da alta produção e exportação de diversas culturas.
Mas todo esse avanço no rendimento só foi possível diante de muito trabalho ao longo das décadas, com pesquisas científicas, tecnologia e uma persistência impressionante. Tudo isso fez com que as principais culturas nacionais apresentassem grandes saltos de produtividade: arroz (400%), milho (340%), trigo (300%), feijão (200%) e soja (200%).
Essa elevada eficácia fez com que o Brasil tivesse uma pauta de exportação cada vez mais diversificada, com o agronegócio ajudando o país a ter superávit comercial ano após ano.
Mas todo esse avanço não para aqui, já que o potencial produtivo das principais culturas do Brasil ainda é grande, com espaço para crescer via adoção de manejos e tecnologias específicas para o setor.
Evolução do agronegócio brasileiro: produtividade associada à tecnologia
É de conhecimento de todos que o agronegócio brasileiro está em constante desenvolvimento, aumentando sua presença na economia do país, a ponto de competir com outros recursos (como o petróleo), e se tornando um grande ativo para investir.
O levantamento da safra 1990/91 a 2020/21, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) comprova isso. Segundo eles, a produção de grãos no Brasil cresceu 339%, enquanto a área plantada cresceu apenas 82%.
Além disso, se o Brasil ainda estivesse usando as condições tecnológicas que estavam disponíveis nos anos 1990, seriam necessários mais 97 milhões de hectares para atingir a atual produção, o que, do ponto de vista técnico e ambiental, seria inviável.
Resultados de pesquisas da CONAB e adaptado pela ABAG/RP comprovam essa evolução e estão apresentados no gráfico a seguir.
A evolução do agronegócio brasileiro ao longo das décadas está associada a dois fatores importantes: aumento da população brasileira e o desenvolvimento da tecnologia no país.
Notavelmente, o crescimento da demanda por alimentos é proporcional ao crescimento populacional, e em consequência a tecnologia também ganha mais presença. O nicho segue em constante modernização, inovando desde grandes máquinas até em técnicas de cultivo.
Grandes feiras do setor, que agora estão voltando no período pós-pandemia, acompanham esse avanço, sempre exibindo o que há de mais novo no mercado. Saiba mais sobre as feiras do agronegócio neste outro artigo do nosso blog.
Números atuais das principais culturas do agronegócio brasileiro
Moderno, eficiente e competitivo, o agronegócio brasileiro é próspero, seguro e rentável. Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis, dos quais 90 milhões ainda não foram explorados.
Este cenário faz com que o país tenha uma vocação natural para a agropecuária e tudo que está relacionado às suas cadeias produtivas. O agronegócio é hoje a principal locomotiva da economia brasileira e responde por um em cada três reais gerados no país.
Dentre as diversas culturas, o Brasil apresenta grande destaque nas seguintes: soja, milho, feijão, arroz, algodão, trigo e sorgo, além de carne suína, bovina e de frango. Segundo dados da CONAB, essas culturas correspondem a aproximadamente 98,8% da área explorada no Brasil, e 99,3% de toda a produção de grãos.
Assim, tanto na produção quanto na exportação, o Brasil é líder ou está entre os maiores produtores/exportadores em diversos produtos do agronegócio, segundo informações da USDA e que são apresentadas abaixo.
Assim, quando o assunto é a produtividade do agronegócio, o Brasil já evoluiu bastante, tendo na soja o grande representante desse sucesso. Prova disso é que, em 2020, o país se tornou o maior produtor de soja do mundo, ultrapassando os Estados Unidos.
Mas além da soja, o país também é protagonista na produção de algodão, arroz, feijão, milho, trigo, café, mandioca, laranja, fumo, cana-de-açúcar, cacau, mandioca, e muitos outros produtos agrícolas. Todos eles são produzidos em larga escala no país, abastecendo o mercado interno e permitindo a exportação.
Na soja, o Brasil responde hoje por 50% do comércio mundial com uma produção de 135,409 milhões de toneladas, com uma produtividade de 3.517 kg/ha. As exportações brasileiras do grão somaram US$ 30 bilhões em 2020, e US$ 346 bilhões nas duas últimas décadas.
No milho, o país ocupou em 2020 a terceira posição na produção mundial, com 100 milhões de toneladas (8,2% do total), superado apenas pelos Estados Unidos e pela China. Em 2020, os produtores brasileiros do grão exportaram 38 milhões toneladas, representando 19,8% das exportações totais do produto, estando apenas atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2019, as exportações do milho brasileiro somaram US$ 6 bilhões.
O Brasil é também o quarto maior produtor de feijão no mundo, mas não está entre os maiores exportadores, visto que a maior parte da produção se destina ao consumo interno. Os maiores produtores são a China, Índia e Myanmar, representando mais de 60% de toda a produção em 2020.
Com relação ao algodão, o país ainda tem muito a evoluir, mas já foi o quarto maior produtor e o segundo maior exportador, atrás apenas dos Estados Unidos.
Carnes: o país é um grande produtor e exportador a nível mundial
No ano de 2020, o rebanho bovino brasileiro foi o maior do mundo, representando 14,3% do rebanho mundial, com 217 milhões de cabeças, seguido pela Índia com 190 milhões de cabeças.
Mas, mesmo sendo o maior produtor de bovinos do mundo, ao adicionarmos a produção de aves e de suínos, o país passa a figurar na terceira posição mundial, com uma produção que corresponde a 9,2%, em 2020, ou 29 milhões de toneladas, atrás da China e dos Estados Unidos.
Mas em quantidade de carnes exportadas (bovina, suína e aves), em 2020, o Brasil passou a ocupar o segundo lugar, com uma produção de 7,4 milhões de toneladas ou 13,4% de todo o volume mundial.
Dentro de um recorte sobre a carne bovina, o país foi o maior exportador do mundo, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional. Em seguida, aparecem a Austrália, Estados Unidos e Índia.
No ano de 2020, o Brasil se tornou o maior exportador de frango com 4,3 milhões de toneladas (20,9%), à frente dos Estados Unidos, que deteve 18,2% do volume total exportado. Já as exportações brasileiras de carne de aves renderam US$ 6,6 bilhões no ano.
Grande representação no cenário de frutas, açúcar e café
O Brasil é também muito forte na produção e exportação de frutas, sendo o terceiro maior produtor do mundo, com 58 milhões de toneladas produzidas, o que corresponde a 5,4% do total mundial. Os maiores produtores foram a China com 28,1%, seguida da Índia com 11,5%, ambos com crescimentos na participação mundial.
No caso de exportação de frutas, o Brasil vem evoluindo, com maior destaque à laranja e ao suco da fruta, com o país sendo o responsável por produzir três quartos da exportação mundial do suco. Fato esse que faz do país o maior produtor e exportador do mundo.
A participação brasileira na produção mundial de açúcar também tem se elevado, com 1/3 da produção mundial, seguido da Índia com 17%.
Já na produção de café, em 2020, o Brasil liderou com 30,3% do total, ou 3,1 milhões de toneladas, à frente do Vietnã, com 16,9% e Colômbia, com 8,5%. Quanto à exportação deste grão, o Brasil foi responsável por mais de um quarto (25,5%) das exportações, comercializando cerca de 2 milhões de toneladas, seguido do Vietnã com 20,2% e da Colômbia com 10,7%.
O que falta para o Brasil ser um grande celeiro?
Já ocupamos uma posição de destaque entre os maiores produtores de alimentos de todo o mundo, mas temos muito a evoluir, com o agronegócio nacional precisando investir ainda mais em sustentabilidade e em produtividade.
Além disso, a busca por maior espaço no comércio internacional é uma demanda antiga do agronegócio que precisa ser intensificada. Mas como fazer isso?
Para quem atua no setor, é consenso que uma imagem de alta produtividade atrelada às práticas sustentáveis é fundamental para ajudar o país a conquistar novos mercados e a desmistificar preconceitos, estes baseados em erros pontuais do passado que vêm sendo corrigidos com melhores tecnologias e manejos baseados em sistemas mais eficientes que garantam maior segurança de alimentos no Brasil.
De acordo com um levantamento realizado em 2015 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) o Brasil contabiliza uma perda média quantitativa de 30% em cada ciclo de pós-colheita de grãos.
Pesquisadores e analistas do agronegócio afirmam que, em países desenvolvidos como Estados Unidos e China, as perdas de grãos representam cerca de 10%. Nos Estados Unidos, por exemplo, a média de perda é de 5%.
Sendo assim, é nítido que, apesar do cenário agrícola brasileiro sustentar níveis de crescimento invejáveis a qualquer país de primeiro mundo, ainda há espaço para evoluirmos quanto à produtividade, através dos investimentos em modernização dos equipamentos e estruturas de estocagem, frotas, malha rodoviária e portos.
A verticalização da produção tem papel fundamental nesse crescimento. Para produzir mais em uma mesma área, o uso de tecnologia no campo é crucial, e plataformas como o FieldScan auxiliam o produtor a atingir a excelência.
Quem sabe, assim, poderemos, de fato, ser considerados o legítimo “celeiro do mundo”.
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