A primavera começa sempre no dia 22 ou 23 de setembro – quando termina o inverno – e acaba em 21 ou 22 de dezembro, dando lugar ao verão. Saiba como será a estação esse ano!
O clima desempenha papel fundamental na agricultura, afinal, qualquer evento climático é capaz de proporcionar impactos à produção, sejam positivos ou negativos. Cada estação do ano tem suas próprias características e exige do produtor rural cuidados especiais devido a fatores como temperaturas elevadas, baixas temperaturas, chuvas, estiagens, secas, ventos, entre muitos outros.
No caso da primavera, que começa no dia 22 de setembro, os cuidados merecem atenção extra, já que neste ano, segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação do ano terá influência do fenômeno La Ninã pelo menos até novembro.
A situação é tão atípica que acontece pela terceira vez em um período de quarenta anos. Segundo especialistas, a expectativa é que nos próximos meses o fenômeno continue agindo da mesma forma que tem ocorrido durante o inverno, ou seja, aumentando o volume de chuvas nas regiões Norte e Nordeste e provocando chuvas abaixo da média na região Sul. De acordo com o Inmet, também são esperadas quedas de temperatura nas regiões Sudeste e Sul e distribuição irregular de chuvas pelo país.
O La Ninã tem atuado no Brasil desde outubro do ano passado e se tornou o responsável pelo aumento do frio entre abril e junho e entre julho e a primeira quinzena de agosto deste ano. O fenômeno é causado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, que banham o Oeste da América do Sul, em quatro países: Chile, Peru, Equador e Colômbia. Esse resfriamento altera a circulação atmosférica tropical e impacta nas temperaturas e na quantidade de chuvas em todo o mundo.
Cuidados necessários
Para muitos produtores brasileiros, a primavera é o período em que se inicia a pulverização, atividade essencial para o sucesso da lavoura. Para que esse processo seja efetivamente realizado, no entanto, diversos fatores devem ser observados, como o clima, o volume de chuvas, a velocidade dos ventos, entre outros.
Nesse contexto, é indispensável se atentar à previsão do tempo, especialmente por conta dessa situação incomum provocada pelo La Ninã.
Mesmo assim, é fundamental que o produtor não se esqueça da importância de realizar a pulverização, afinal, existem mais de 100 mil espécies de fungos, 10 mil espécies de insetos, 30 mil espécies de plantas daninhas e 4 mil espécies de nematoides em todo o planeta, capazes de provocar graves danos à lavoura, inclusive, perda total.
Por isso, cabe ao produtor levantar todas as informações necessárias (especialmente no que se refere à previsão do tempo) para escolher o melhor momento para fazer a pulverização em sua propriedade.
Deve levar em conta não apenas os eventos climáticos comuns na primavera, mas também os característicos do La Ninã para que, somente assim, tome as melhores decisões em prol de sua lavoura.
Isso porque vários eventos climáticos podem afetar ou até mesmo colocar em risco a eficiência das pulverizações. A temperatura, por exemplo, é um dos fatores mais relevantes no momento de realizar a aplicação, já que temperaturas muito altas podem causar evaporação muito rápida, enquanto temperaturas abaixo de 15 graus fazem com que a planta apresente uma taxa baixa de metabolismo, dificultando a absorção do produto.
Os ventos muito fortes durante a pulverização podem causar deriva, ao passo que situações extremamente calmas podem causar inversão térmica, fazendo com que as gotas fiquem suspensas na atmosfera durante mais tempo, o que gera desperdício.
Há também a questão da quantidade de chuvas, uma vez que o excesso pode causar uma lavagem da superfície das folhas, o que impede a ação do produto.
Entenda os efeitos do La Niña na produção agrícola brasileira
Retorno à normalidade
Como dito anteriormente, a expectativa de especialistas é que os efeitos do La Ninã continuem até novembro, com a possibilidade de serem cada vez mais amenos até lá. Após esses meses, uma primavera mais “comum” é esperada, com características típicas da estação, como temperaturas amenas, aumento da umidade e crescimento da pluviosidade. Apesar disso, é indispensável que o produtor continue atento à previsão do tempo, pois novos fenômenos podem surgir a qualquer momento.
Conclusão
A primavera está prestes a chegar e traz um cenário incomum em 2022, com a continuidade dos efeitos do fenômeno La Ninã. Com isso, o produtor pode ter uma estação bem diferente da esperada, especialmente se sua propriedade estiver em uma das regiões mais afetadas pelo fenômeno. Dentre os acontecimentos já previstos estão chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste e abaixo da média na região Sul, além da queda de temperatura nas regiões Sudeste e Sul.
Contudo, com as muitas tecnologias disponíveis atualmente, especialmente aquelas ligadas à Agricultura de Precisão (AP), o produtor pode ter em seu celular ou computador todos os dados necessários para que sua lavoura sofra o menor impacto possível nessa primavera atípica e, assim, alcance os melhores resultados no que se refere à quantidade e qualidade de sua produção.
Essas tecnologias, inclusive, podem auxiliar na escolha do melhor momento para fazer a pulverização, procedimento iniciado em todo o país durante a primavera. Nesse caso, o produtor deve se lembrar que chuvas, altas temperaturas, baixas temperaturas e ventos impactam diretamente a pulverização, daí a importância de definir com cautela a data da realização desse procedimento.
Por fim, cabe ao produtor monitorar diariamente informações que podem impactar sua produção, especialmente aquelas ligadas ao clima, já que os cenários estão constantemente sujeitos a mudanças e cada um deles exige um tipo diferente de estratégia.
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