Plantas daninhas da soja: conheça as 6 principais e saiba como combatê-las

As plantas daninhas da soja são temidas por qualquer produtor do grão, afinal, uma única planta daninha é capaz de comprometer  a produtividade de toda a lavoura.

Frequentemente, o Brasil fica em 1° lugar no ranking dos maiores produtores de soja do mundo. Deste modo, a produção do grão assume um papel importante para a nossa economia.

Porém, produzir um volume tão alto de soja com qualidade é algo bem trabalhoso, afinal, empecilhos como pragas, doenças e mudanças climáticas sempre aparecem.

Mas, sabe qual é o “problemão” pouco comentado que tira o sono dos produtores? As plantas daninhas da soja! Para te ajudar com isso, separamos as 6 principais e como combatê-las. Confira a seguir:

Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

O capim-pé-de-galinha também é conhecido por capim-do-pomar ou pé-de-galinha. Essa planta daninha da soja anual ou perene, forma touceiras e a sua reprodução ocorre por sementes.

No Brasil, é comumente achado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Estima-se em até 50% as perdas em produtividade causadas pela presença desta planta daninha na cultura da soja.

Atualmente, existem diversos herbicidas registrados para o controle de capim-pé-de-galinha, sendo eles:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim, fluazifop, propaquizafop, tepraloxidim;
  • metribuzin;
  • sulfentrazone
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • carfentrazone + clomazone;
  • clomazone;
  • glifosato + imazethapyr;
  • glifosato + s-metolachlor.

Plantas daninhas da soja: Capim-amargoso (Digitaria insularis)

Praticamente todo produtor de soja já teve a “visita indesejada” do capim-amargoso. Também conhecido por capim-flecha, capim-açu e capim-pororó, suas características são: ciclo perene, herbácea, ereta e que forma touceiras. 

Sua reprodução acontece através das sementes e por meio de curtos rizomas, logo, seu controle é dificultado. Mas, qual é o potencial de perda de produtividade dessa planta daninha da soja? Pode chegar a 20% na presença de apenas uma planta de capim-amargoso/m².

Bem como, temos entre os herbicidas registrados para o controle de Digitaria insularis em soja:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim;
  • diclosulam, imazapir, imazetapir;
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • flumioxazin + imazetapir.

Igualmente, são usados para o controle do capim-amargoso os herbicidas em pré-emergência:

  • diclosulam (29,4 g i.a. ha-1);
  • trifluralina (1.200 g i.a. ha-1);
  • trifluralina + imazetapir (1.200 + 160 g i.a. ha-1);
  • s-metolacloro (1.440 g i.a. ha-1).

Para plantas perenizadas ou em áreas de elevada infestação de amargoso, são necessárias três aplicações sequenciais de herbicidas. Igualmente, o controle também pode ser feito por uma roçada e duas aplicações.

Em relação a escolha dos produtos, recomenda-se usar o glifosato junto com outros herbicidas. Por exemplo:

1° aplicação: glifosato + graminicida;

2° aplicação (rebrota): produto com ação de contato;

3° aplicação: não usar o mesmo graminicida da primeira aplicação.

Buva (Conyza spp)

A Buva é uma das principais plantas daninhas da soja, sendo comumente encontrada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Sua dispersão de sementes e invasão de lavouras acontece com facilidade, por isso, as diversas variedades da planta são espécies altamente agressivas.

Assim, suas principais características são:

  • Resistência ao glifosato em alguns biótipos, 
  • Germinação entre 20 a 25º c (temperatura ideal para germinação da soja);
  • Um só exemplar é capaz de produzir de 100.000 a 200.000 sementes durante a vida;
  • Sementes são dispersas pelo vento;
  • A planta pode atingir até 2,5 metros de altura.

Afinal, quais são os impactos da Buva na lavoura? Primordialmente, essa planta daninha afeta diretamente na nutrição da cultura implantada em sua lavoura. Ou seja, sua presença tem potencial de ocasionar:

  • Diminuição do desenvolvimento da soja;
  • Redução de até 80% da produtividade;
  • Queda na qualidade do produto;
  • Alto custo com o controle de plantas daninhas da soja.

Para controlar a Buva é importante conhecer bem o histórico da lavoura onde ela foi encontrada, qual o sistema de produção e as práticas de manejo integrado já realizadas. Contudo, para combatê-la use algum dos herbicidas registrados:

  1. C. sumatrensis: 2,4-D, chlorimuron e diclosulam;
  2. Imazethapyr, glifosato e saflufenacil: C. canadensis;
  3. C. bonariensis: 2,4-D, sulfentrazone, saflufenacil, diclosulam, dicamba, diquat, chlorimuron, flumioxazin, imazapyr, glufosinato e glifosato.

Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla)

Essa planta daninha é conhecida por diversos nomes, como: leiteiro, flor-dos-poetas ou café-do-diabo. Bem como, seu ciclo é anual, sendo uma planta ereta, pouco ramificada, lactescente e com reprodução por sementes.

O amendoim-bravo apresenta algumas características que o produtor deve se atentar, como: 

  • Longa viabilidade das sementes, que permanecem por mais tempo no solo;
  • Germinação em maiores profundidades;
  • Velocidade de crescimento vegetativo.

Atualmente, para combater o leiteiro que aflige a soja temos os seguintes herbicidas registrados:

  • 2,4-D;
  • acifluorfen + bentazon;
  • chlorimuron;
  • dicamba;
  • diclosulam;
  • diquat;
  • fluazifop + fomesafen;
  • sulfentrazone;
  • saflufenacil;
  • lactofen;
  • imazethapyr;
  • imazaquin;
  • imazamox;
  • glufosinato;
  • glifosato + imazethapyr.

Estudos realizados por Ramires et al. (2010) demonstram a associação de herbicidas no controle de leiteiro com uma a três folhas, atingindo controle acima de 90% quando associado glifosato com cloransulam, flumiclorac, chlorimuron, imazethapyr, bentazon, fomesafen ou lactofen.

Caruru

A presença do caruru na cultura da soja é capaz de reduzir o rendimento em até 80%, além de inviabilizar a colheita mecânica. Bem como, essa planta daninha se apresenta em diversas espécies, que são:

  • Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus);
  • Caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus);
  • Caruru (Amaranthus hybridus var. patulus);
  • Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus);
  • Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus); caruru-de-mancha (Amaranthus viridis).

Caracteriza-se por ser uma planta herbácea, ereta, de caule cilíndrico, estriado longitudinalmente, liso ou com pouca pilosidade. Contudo, quando ereto é pouco ramificado, medindo de 60 a 100 cm de altura.

O caruru é uma planta anual, com ciclo vegetativo curto, de 60 a 70 dias. A propagação ocorre por sementes.

Portanto, o ideal é fazer o controle de maneira contínua e por meio de diferentes técnicas de manejo integrado. Assim, é indicado o uso de herbicidas em pré-emergência da cultura e das plantas daninhas.

Trapoeraba (Commelina benghalensis)

Sabia que a trapoeraba costuma aparecer mais no período final do ciclo da cultura da soja? Sim, e embora pareça uma folha larga, é classificada como folha estreita devido às suas características morfológicas e fisiológicas.

Portanto, a falta de controle no ciclo da soja pode prejudicar a próxima safra. Esta espécie é uma planta complexa porque, além de tolerante ao herbicida glifosato, produz sementes aéreas e subterrâneas.

Os herbicidas usados ​​no manejo da trapoeraba incluem:  2,4-D, glufosinato, chlorimuron, sulfentrazone, glifosato + imazethapyr, dicamba, clomazone, carfentrazone, lactofen, imazethapyr, s-metolachlor, fomesafen e flumioxazin.

Contudo, lembre-se de consultar a seletividade da cultura da soja na bula de cada produto.

Confira também algumas dicas para um manejo sustentável da soja no Brasil!

Conclusão

Acima é possível perceber que o manejo através do uso de herbicidas é eficiente contra as plantas daninhas da soja. Entretanto, para que a lavoura não sofra danos, o melhor a se fazer é detectar rapidamente o crescimento dessas ervas, assim, a produção e qualidade dos grãos não é afetada.

Por fim, essas são as 6 principais plantas daninhas da soja. Como você pode ver, eles podem afetar fortemente as culturas. Portanto, faça a prevenção e o manejo adequados para não comprometer a produtividade da sua lavoura.

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