Nas últimas décadas, a presença de mulheres no agronegócio brasileiro se tornou um campo fértil, transformando o setor com uma nova visão de liderança, sustentabilidade e responsabilidade social. Hoje, as mulheres estão à frente de mais de 30% das propriedades rurais no Brasil, gerando um impacto que transcende os limites do setor econômico e se estende para o campo político, social e cultural
Este crescimento reflete mudanças na sociedade, onde o papel feminino não se restringe mais ao apoio, mas à liderança e protagonismo. Movimentos culturais e iniciativas políticas têm impulsionado essa evolução, promovendo a inclusão e o empoderamento feminino no campo, enquanto políticas públicas e programas de capacitação trabalham para fortalecer e ampliar essa presença. Além disso, as mulheres no agronegócio trazem consigo valores que geram um impacto positivo na sustentabilidade e na inovação do setor
A Contribuição Econômica das Mulheres no Agro
O agronegócio é responsável por cerca de 27% do PIB brasileiro e, à medida que as mulheres assumem papéis de liderança, elas vêm transformando a produtividade e a lucratividade das operações agrícolas. Com práticas de gestão que priorizam a sustentabilidade, muitas mulheres contribuem para o desenvolvimento de propriedades mais resilientes e lucrativas. Estudos indicam que 59,2% das mulheres no setor são proprietárias ou sócias, e 30,5% ocupam cargos de direção, reforçando a importância de seu papel na economia nacional.
Essas líderes também ajudam a atrair investimentos, pois empresas e cooperativas que têm mulheres em posições de liderança tendem a adotar práticas mais responsáveis e inovadoras. O exemplo de grandes empresas e cooperativas que incorporam lideranças femininas demonstra que a diversidade impulsiona o crescimento sustentável, o que atrai investidores interessados em apoiar iniciativas agrícolas que respeitam o meio ambiente e promovem uma produção ética.
Perspectivas Políticas: Apoio e Desafios para Mulheres no Campo
O movimento de inserção feminina no agronegócio brasileiro tem encontrado apoio em políticas públicas e programas de incentivo que buscam capacitar e empoderar mulheres rurais.
Programas de apoio, como o “Prêmio Mulheres do Agro” e o “Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar” (PRONAF), foram desenvolvidos para fornecer crédito e suporte técnico às mulheres, que enfrentam desafios únicos, como a resistência cultural e a escassez de recursos para investimentos.
Essas políticas também promovem a visibilidade das mulheres no agronegócio, um passo fundamental para garantir que elas continuem a avançar. No entanto, há desafios ainda a serem enfrentados, como a discriminação de gênero e o preconceito estrutural, que ainda persistem, especialmente em áreas rurais mais tradicionais. As lideranças femininas no setor agrícola defendem que a superação desses obstáculos passa pelo desenvolvimento de políticas mais inclusivas e de ações que incentivem a educação e a qualificação das mulheres do campo.
Aspectos Culturais: Mudança de Paradigmas e Fortalecimento da Comunidade
A crescente participação feminina no agronegócio também tem efeitos culturais profundos, gerando uma mudança significativa nos paradigmas sociais. Mulheres como Paula Roberta Fandriollo e Carla Rossato representam essa nova geração que desafia os estereótipos, reforçando a ideia de que o setor agrícola não é mais um espaço exclusivamente masculino. Essa transformação cultural permite que as mulheres do campo assumam papéis diversos, desde a gestão de propriedades até funções técnicas, e servem como inspiração para futuras gerações.
O envolvimento feminino nas comunidades rurais também fortalece o tecido social, promovendo uma cultura de cooperação e empoderamento. A visibilidade de mulheres que assumem papéis de liderança e gestão inspira outras a acreditarem que o agro também pode ser uma carreira de sucesso para elas. Além disso, muitas mulheres gerenciam suas propriedades em conjunto com suas famílias, garantindo que o conhecimento e as práticas sustentáveis sejam transmitidos para as próximas gerações.
Inovação e Sustentabilidade: O Olhar Feminino para um Agro Moderno
As mulheres no agronegócio têm sido líderes em sustentabilidade e inovação, abordando a produção agrícola com uma visão de longo prazo e buscando práticas que respeitem o meio ambiente e as necessidades das comunidades locais. Elas implementam tecnologias para monitoramento de recursos hídricos, conservação do solo e controle biológico de pragas, promovendo uma produção mais ecológica. Essa abordagem inovadora e sensível às necessidades ambientais permite que o agronegócio brasileiro mantenha sua competitividade internacional enquanto se alinha com as demandas globais de práticas sustentáveis.
Empresas como Nutrien e BRANDT, por exemplo, incentivam o desenvolvimento e a promoção de tecnologias e práticas de manejo sustentável que são adotadas por suas líderes femininas no campo. Dessa forma, o papel feminino no agro está diretamente ligado à evolução do setor, promovendo um desenvolvimento que equilibra lucro e responsabilidade socioambiental
Mulheres no Agronegócio como Símbolo de Transformação
A ascensão feminina no agronegócio brasileiro é um marco não só para o setor, mas para a sociedade como um todo, representando o avanço em direção a uma indústria mais diversa, inclusiva e sustentável. Mulheres líderes estão quebrando barreiras e desafiando tradições, ao mesmo tempo em que promovem uma gestão colaborativa e inovadora. Com o apoio de políticas públicas e programas de incentivo, o setor agro brasileiro continuará a se beneficiar das contribuições femininas, que trazem consigo práticas inovadoras e uma nova perspectiva de responsabilidade socioambiental.
Esse movimento não só fortalece o agro como pilar da economia nacional, mas também representa uma mudança social de longo alcance. Com mais espaço, oportunidades e visibilidade, as mulheres estão pavimentando o caminho para um futuro onde o agronegócio brasileiro se tornará mais inclusivo, responsável e competitivo.
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