Mecanização da colheita agrícola: o que é e como ela pode otimizar a produtividade no setor

Conheça a colheita mecanizada e entenda por que ela é tão vantajosa em um cenário de demanda por alimentos cada vez mais crescente

Você pode até não se dar conta, mas provavelmente já ouviu falar da colheita mecanizada. Se está inserido no setor agrícola (seja como produtor ou em outra função), então decerto já a colocou em prática!

Popularizada na década de 1990, a técnica remete à operação de retirada de produtos agrícolas por meio do uso de equipamentos desenvolvidos especificamente para uma colheita rápida, eficaz e com menos perdas. Ela oferece uma série de vantagens, incluindo em termos de mão de obra e rentabilidade, das quais falamos neste artigo.

É por essas e outras que vale a pena nos debruçarmos um pouco sobre o assunto! Vem com a gente entender melhor do processo de mecanização.

O surgimento da colheita mecanizada

A mecanização da colheita agrícola chegou às lavouras brasileiras em meados da década de 1960, embora fosse baseada em equipamentos hoje considerados rudimentares. Tínhamos, por exemplo, máquinas colheitadeiras capazes de coletar cerca de 500 sacas de 60 kg de soja por dia. Para você ter uma ideia, hoje há equipamentos que colhem seis vezes mais que isso (ou seja, aproximadamente 3 mil sacas) em oito horas.

Ao longo do tempo, o maquinário passou por uma rápida evolução em tamanho, peso e recursos. Se antes as colheitadeiras eram lentas e um tanto limitadas, hoje elas oferecem muito mais: uma cabine espaçosa e confortável para o produtor que as utiliza, sistema de ar-condicionado, piloto automático e vários recursos conectados à internet. Aliás, isso aproxima ainda mais a agricultura da inteligência artificial (IA) e da Internet das Coisas (IoT), dois recursos fundamentais na agricultura inteligente.

Tipos de equipamentos utilizados

São vários os equipamentos utilizados para a colheita mecanizada. Veja só:

Colheitadeiras

Representam o maquinário mais comum nas lavouras, sendo utilizadas para processos como corte, limpeza e até separação de grãos e outros produtos agrícolas.

Ceifadeiras

Usadas no corte das plantas, muitas vezes próximo à base. Além de acelerar o processo, esses equipamentos já deixam o solo relativamente preparado para a safra seguinte.

Trilhadeiras

Fazem a separação dos grãos colhidos de outras partes das plantas. No geral, são utilizadas junto às colheitadeiras.

Plataformas de corte

Estruturas mecanizadas que ajustam a altura das plantas, estando associadas às ceifadeiras e colheitadeiras.

Veículos de transporte

Caminhões e outros veículos que levam toda a produção colhida até o destino certo.

Exemplo de colheitadeira, o equipamento mais comum na colheita mecanizada. Imagem: Reprodução/Imagem de Oleksandr Ryzhkov no Freepik.

As vantagens da mecanização agrícola

Agora que definimos a mecanização agrícola, passamos pelas suas origens e listamos os principais equipamentos utilizados nas lavouras modernas, é hora de falar sobre as vantagens da técnica – e são várias! Confira:

  • A principal vantagem é que ela elimina a necessidade de trabalhos manuais na colheita, além de conter os gastos com mão de obra.
  • Como dissemos, a mecanização diminui as perdas na safra – ao mesmo tempo que aumenta a qualidade dos produtos agrícolas colhidos.
  • Todo o processo de produção fica mais rápido, inclusive a etapa do plantio (afinal, equipamentos como a ceifadeira já deixam a área preparada para a safra que vem na sequência).
  • Como também já mencionamos, os equipamentos de colheita podem ser associados a aparelhos tecnológicos da agricultura inteligente – como drones, sensores e afins –, o que facilita a coleta de dados e permite que os produtores façam os ajustes necessários em tempo real.
  • Possibilita uma grande economia a longo prazo.

Como com toda inovação, há desafios

Como com toda inovação tecnológica – e apesar de ser usada há mais de meio século no Brasil –, a mecanização agrícola ainda apresenta desafios. Ou melhor, desafio: a boa notícia é que, em termos básicos, há somente um empecilho para a adoção da técnica.

Esse empecilho está no investimento inicial, tanto nos equipamentos quanto na contratação de profissionais capacitados para operá-los (ou na sua capacitação).

De todo modo, os benefícios da mecanização nas lavouras acabam compensando esse investimento com o tempo – inclusive no sentido de aumento na produtividade.

As culturas que se beneficiam da colheita mecanizada

Podemos dizer que todas as culturas se beneficiariam da mecanização da colheita, mas algumas chamam mais a atenção (até porque, em muitos casos, são os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil).

É o caso de cereais (trigo, arroz, milho, aveia, cevada e afins), oleaginosas (como soja e sementes de girassol), algodão, cana-de-açúcar (que inclusive já foi tema de uma matéria aqui no blog!) e até café e leguminosas (feijão e ervilha).

Exemplo de colheita mecanizada em uma plantação de milho. Imagem: Reprodução/Imagem de wirestock no Freepik.

Equipamentos a favor da segurança alimentar

Como sempre falamos aqui no blog, a segurança alimentar é uma questão essencial nos dias de hoje. Afinal, a população mundial está em vias de crescimento, o que aumenta consideravelmente a demanda global por alimentos.

A mecanização da colheita contribui com o suprimento dessa demanda, ainda que de formas “singelas”. Tudo muda, é claro, quando ela é aliada a outros recursos e técnicas (como a IoT, só para citar um exemplo).

Isso mostra, mais uma vez, que temos a faca e o queijo na mão quando se trata de formas de aumentar a produção ao mesmo tempo que buscamos a sustentabilidade e reduzimos as perdas desnecessárias. O futuro é promissor, desde que façamos um bom uso do que está à nossa disposição!

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