Buscando maior sustentabilidade, eficiência e rentabilidade, os produtores rurais recorrem cada vez mais às inovações tecnológicas para otimizar seus processos. Uma delas é a tecnologia de irrigação de precisão.
As mudanças climáticas impulsionadas pelo aquecimento global têm proporcionado diversas transformações na forma de se produzir no campo. E, por conta disso, as atuais ferramentas utilizadas pelo produtor rural são bem diferentes daqueles usadas no passado, ainda que seja um passado recente.
Diante desse cenário, a Agricultura de Precisão (AP) tem inovado a cada dia, na busca por métodos que possibilitem o uso otimizado de todos os recursos necessários para a agricultura, especialmente aqueles que vêm da natureza.
Exemplo recente é a busca pela irrigação perfeita, ou seja, aquela capaz de alcançar excelentes resultados no que se refere à produção, ao mesmo tempo em que evita ao máximo qualquer tipo de desperdício.
Essa busca tem sido realizada pelo mundo todo e se faz muito importante. Somente no Brasil, por exemplo, 8,2 milhões de terras agrícolas são irrigadas, atualmente. Em 2017, esse número era de 7 milhões. Do total, 65% usam água de mananciais e apenas 35%, água de reuso. Nesse cenário, as novas tecnologias que visam otimizar os recursos utilizados na rega das lavouras se tornam indispensáveis.
Soma-se a isso o fato de que o crescimento da população demanda mais água, como pode ser constatado no fato de que no último século, o consumo global de água doce sextuplicou. Até 2030 é esperado um aumento de quase 25%, segundo o documento “Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos”, elaborado pela ONU.
Diante de tudo isso, os analistas da consultoria Business Wire, que pertence à Berkshire Hathaway, estimam que entre 2020 e 2027, o setor de irrigação de precisão cresça nada menos que 47%, ao passar de US$ 8,67 bilhões para US$ 16,44 bilhões.
Novas tecnologias
Em meio a uma situação tão desafiadora, as agtechs (modelo de startup que se definem como empresas que buscam soluções inovadoras no agronegócio) vêm desenvolvendo ferramentas que buscam identificar e fornecer a quantidade exato de água para cada situação no campo, também levando em conta o momento ideal e o local adequado para que haja a irrigação. As pesquisas recentes levam em conta elementos como internet das coisas, inteligência artificial e data analytics.
Não por acaso, hoje a irrigação de precisão já possibilita a redução em 25% no consumo médio de água pelas lavouras. E a previsão é que esse número melhore nos próximos anos, já que muitas empresas buscam ferramentas para alcançar resultados ainda mais expressivos.
Exemplo disso aconteceu no 31 de janeiro, de 2023, quando a empresa neozelandesa Crop X, uma das líderes globais no gerenciamento agronômico de fazendas, anunciou a compra da quarta startup focada em irrigação de precisão desde 2020. Antes, foram adquiridas a norte-americana CropMetrics, a neozelandesa Regen e a holandesa Dacom Farm Intelligence.
Fundada em 2014, na Califórnia, com o apoio da aceleradora Y-Combinator, a startup Tule Technologies é uma das pioneiras do setor. Seu sensor é o único do mundo a medir, em tempo real, a evapotranspiração das lavouras, ou seja, a perda de água do solo por evaporação e a das plantas, por transpiração. A tecnologia já está em uso em vinhedos, pomares e fazendas de nozes californianas.
“A indústria agrícola está na linha de frente dos desafios globais para equilibrar a segurança alimentar com o uso racional de água e outros recursos naturais”, diz John Gates, vice-presidente e chefe mundial de produtos da CropX, em comunicado.
Além de resultar em economia de água e de dinheiro, a irrigação de precisão é capaz de aumentar a produtividade e a qualidade das lavouras, ao regar as plantações na quantidade, tempo e local corretos, inclusive levando em conta questões como o estágio de desenvolvimento de cada planta.
Com a rega adequada, os alimentos produzidos ficam ainda mais nutritivos e saborosos, além de mais duráveis e menos suscetíveis a pragas.
Conclusão
A irrigação é indispensável para a produção de alimentos, no entanto, isso não significa que a água pode ser utilizada de forma irrestrita em lavouras, uma vez que se trata de um recurso natural finito.
Diante disso, a Agricultura de Precisão (AP) tem desempenhado um importante papel na preservação desse bem, ao desenvolver um meio de evitar desperdício no campo: a chamada irrigação de precisão.
Em meio ao constante crescimento da população mundial e questões que dizem respeito ao aquecimento global, economizar ainda mais água parece ser algo necessário para o futuro da humanidade.
Diante disso, diversas agtechs têm buscado meios para desenvolver tecnologias capazes de utilizar a água de maneira ainda mais precisa na produção agrícola.
Um exemplo é a startup Tule Technologies, que tem um sensor capaz de medir, em tempo real, a evapotranspiração das lavouras, ou seja, a perda de água do solo por evaporação e a das plantas, por transpiração.
A tecnologia já está em uso em vinhedos, pomares e fazendas de nozes californianas e certamente se desenvolverá ainda mais a partir de agora, pois foi comprada pela neozelandesa Crop X, uma das líderes globais no gerenciamento agronômico de fazendas. Essa empresa, aliás, tem colocado a busca pela irrigação perfeita como uma das prioridades, inclusive por meio da compra de agtechs que têm desenvolvido pesquisas relevantes nesse segmento.
A expectativa, a partir de agora, é que a irrigação de precisão continue avançado em ritmos cada vez mais acelerados, assim como tem ocorrido com muitas outras técnicas e tecnologias utilizadas pela Agricultura de Precisão (AP), como drones e softwares.
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