O agro é um setor em que o avanço tecnológico é bastante perceptível, mesmo para quem não trabalha no campo. Atualmente, boa parte desse avanço é viabilizado por Agtechs, modelo de startup definido como empresas que desenvolvem tecnologias inovadoras voltadas ao campo.
Nos últimos anos, essas empresas conquistaram um espaço cada vez mais significativo no mercado mundial e hoje são consideradas indispensáveis para vários países, especialmente para as potências mundiais de agricultura.
Muito disso se deve ao fato de que as Agtechs são capazes de oferecer produtos e serviços como softwares de gestão do campo e da pecuária, drones, biotecnologia, sensores, sistemas autônomos, entre outros.
Hoje todas essas tecnologias são fundamentais para o produtor que deseja alcançar os melhores resultados em sua propriedade. Além disso, as Agtechs são um modelo de negócios que possibilita a contínua inovação para o setor e maior praticidade e agilidade para o dia a dia do produtor rural.
Em meio a tudo isso, os investimentos em Agtechs têm sido cada vez maiores no mundo todo, afinal, essas empresas fazem toda a diferença não só no aumento da produtividade, mas também na redução dos impactos ambientais.
Nesse cenário, surge uma iniciativa global liderada pelos Estados Unidos e pelos Emirados Árabes Unidos com o objetivo de tornar a agricultura mais limpa. Para isso, será feito um investimento de nada menos que US$ 8 bilhões (R$ 41 bilhões) em tecnologias desenvolvidas por Agtechs.
As prioridades da iniciativa incluem nanotecnologias, biotecnologias, robótica e Inteligência Artificial (IA). “Parte disso pode ir para tecnologias emergentes. A noção de agricultura de precisão, desde sensores e drones até entender especificamente cada acre ou hectare de terra e o que precisa e o que não precisa, pode, por sua vez, reduzir os insumos e a pegada de carbono desses insumos”, disse o secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack à Forbes.
No início do ano, a Missão de Inovação Agrícola para o Clima (AIM for Climate) anunciou não só o compromisso de aumentar em 100% o financiamento, ao passar de US$ 4 bilhões para US$ 8 bilhões, mas também a adesão de outros seis países (Chile, Costa Rica, Egito, Guiana, Moçambique e Turquia) à iniciativa, conhecida como o principal esforço mundial para tornar a agricultura uma atividade mais limpa.
Agtechs no Brasil
O cenário também tem boa perspectiva no Brasil. De janeiro à primeira quinzena de maio desse ano, as Agtechs receberam US$ 54.7 milhões em investimentos no país, de acordo com levantamento divulgado pela plataforma Distrito, em relatório. O valor corresponde a pouco mais da metade do total de aportes de todo o ano passado, quando somaram US$ 109.2 milhões.
No país, a Agricultura de Precisão (AP) se mantém entre os destaques de investimento. De acordo com o levantamento, desde 2009 as Agtechs de AP receberam US$ 170.18 milhões de aporte, o que representa mais da metade dos investimentos feitos em Agtechs no país.
O relatório também destacou que já existem, em outros países, Agtechs especializadas em biotecnologia e “novel farming” (novas formas de fazer agricultura) com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão, as chamadas unicórnios.
“Levando em conta as potencialidades de setores estratégicos, acreditamos que há espaço para maior diversificação à medida em que mais investidores voltem sua atenção para as Agtechs brasileiras”, indicou a Distrito.
Outro destaque é que o número de startups do agro apresentou crescimento de 40%, entre 2019 e 2021, passando de 1.124 para 1.574, segundo o estudo Radar Agtech, realizado pela empresa de consultoria e pesquisa Homo Ludens Research & Consulting, em parceria com a Embrapa e o fundo de investimento em soluções de tecnologia para agricultura e alimentos em toda a América Latina, SP Ventures.
O Programa de Internacionalização de Startups, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) tem um papel importante nesse crescimento, uma vez que auxilia empresas a ampliar a captação de recursos e estabelecer operações no exterior. Somente em 2021, mais de 14.500 empresas participaram das iniciativas promovidas pela agência.
Agora, uma das prioridades no país é simplificar a internacionalização das Agtechs, o que deve ser feito com o apoio de agências de promoção internacional, como a ApexBrasil, e iniciativas de governos, fundos de investimento e empresas para a promoção de soluções tecnológicas, inovadoras e sustentáveis.
Conclusão
Com os constantes avanços tecnológicos no setor Agro, impulsionados, sobretudo, pela Agricultura de Precisão (AP), o cotidiano do produtor rural tem se modificado nos últimos anos. Hoje são muitas as tecnologias que possibilitam um aumento considerável na produção e uma diminuição bastante importante nos impactos ambientais.
Muitas dessas tecnologias são desenvolvidas por Agtechs, startups que buscam desenvolver tecnologias para o campo. Esse tipo de empresa se consolidou como fundamental para a agricultura e, por isso, vem ganhando um merecido espaço em todo o planeta, especialmente em países como Brasil, Estados Unidos e China, três das maiores potências mundiais na produção de alimentos.
Não por acaso, diversas iniciativas têm surgido a cada dia para investir nessas tecnologias e, assim, possibilitar que a agricultura se torne uma atividade cada vez mais eficiente e menos prejudicial ao meio ambiente.
Esse tipo de investimento tem se tornado cada vez mais comum, inclusive no Brasil, e tende a dar resultados grandiosos nos próximos anos, até porque importantes tecnologias surgem a cada dia, com o objetivo de tornar o cotidiano do produtor rural mais fácil, produtivo e, claro, sustentável.
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