Formas alternativas de controle de daninhas

Com o constante aumento nos preços dos defensivos agrícolas nos últimos meses, o produtor rural precisa se atender aos meios alternativos para manter a qualidade da produção e, ao mesmo tempo, reduzir os seus custos. No que se refere ao controle de daninhas, são muitas as possibilidades de fazer o combate.  

Esse trabalho, inclusive, é fundamental, já que as plantas daninhas são capazes de reduzir consideravelmente a produtividade de culturas agrícolas, desde o seu crescimento até o seu desenvolvimento. Além disso, podem servir como hospedeiras de pragas com potencial de colocar em risco as safras posteriores.  

Diante disso, o manejo e o controle das plantas daninhas podem evitar maiores problemas na produção e reduzir os custos de controle. Vale destacar, no entanto, que não se tratam de procedimentos simples, afinal, eles têm diferentes etapas, todas igualmente importantes.  

Outro aspecto que merece atenção é o fato de que essas formas alternativas de controle devem ser adotadas de maneira proativa, ou seja, devem pensar na lavoura como um sistema e não como cultivos isolados.  

Uma das alternativas mais utilizadas é o manejo entressafra das culturas agrícolas, realizado com a finalidade de priorizar o controle de plantas daninhas persistentes nas áreas de cultivo. Ter uma boa cobertura do solo também é fundamental para reduzir a germinação das plantas daninhas, uma vez que elas necessitam de luz para iniciar seu processo germinativo.  

Outra técnica comum é o cultivo de milho consorciado com braquiária, alternativa bastante eficiente para obter um controle cultural das plantas daninhas. Por meio dessa técnica, a braquiária continua atuando como cobertura do solo após a colheita do milho.  

Uma dica importante é se atender às novas tecnologias voltadas ao manejo de plantas daninhas, como a Enlist e a Xtend, além da rotação de culturas, técnica que possibilita o manejo integrado de plantas daninhas, pragas e até mesmo doenças. 

Métodos de controle de daninhas

Pensar apenas em defensivos agrícolas como meio de controle para as plantas daninhas é um grande erro. Isso porque o método químico é apenas um meio de lidar com problema, já que também existem as técnicas preventivas (como limpar cuidadosamente máquinas e equipamentos agrícolas e utilizar sementes de elevada pureza), culturais (escolher variedades bem adaptadas às condições de clima e solo, variar no espaçamento e na densidade do plantio, utilizar práticas de manejo e conservação da água e do solo, manter a adubação verde e fazer o plantio na época adequada), mecânicas (arranque manual, capina manual e roçada) e biológicas (uso de inteligente de inimigos naturais das plantas daninhas, como vírus, fungos, bactérias, insetos e até animais, como aves ou peixes).  

Com um manejo preventivo bem realizado, torna-se possível evitar a entrada, a disseminação e o estabelecimento das plantas daninhas nas áreas de cultivo, inclusive aquelas de difícil controle como a Cyperus rotundus (tiririca), a Commelina benghalensis (trapoeraba) e Ipomoea sp. (cordas-de-viola). 

Dentre as técnicas que podem ser utilizadas (algumas, inclusive, já citadas), as mais indicadas são controlar as plantas daninhas durante a entressafra; evitar o florescimento das plantas daninhas; lavar as máquinas e os implementos agrícolas de maneira adequada; evitar o uso de esterco, palha, composto, sementes e mudas com a presença de propágulos de plantas daninhas e limpar periodicamente os canais de irrigação e carreadores.  

Defensivos 

Há situações, no entanto, que o uso de defensivos agrícolas se faz indispensável. Isso acontece, principalmente, quando as plantas daninhas já se reproduziram bastante e, por isso, podem colocar em risco toda a produção.  

Nesse caso, o mais indicado é que o produtor rural busque consultoria de um profissional adequado, para que assim tenham uma análise mais precisa da situação. Esse profissional, geralmente um engenheiro agrônomo, consegue avaliar se o uso do defensivo realmente é necessário e, caso seja, é capaz de indicar a maneira adequada para utilizá-lo na busca pelos melhores resultados possíveis.  

Dicas de boas práticas para o controle de daninhas
Imagem: Corteva Agriscience 

Confira também: 10 dicas para aumentar a eficiência no controle de plantas daninhas

Conclusão 

As plantas daninhas oferecem sérios riscos à produção agrícola, já que se instalam com facilidade no plantio, atrapalham o crescimento e o desenvolvimento das plantas, além de servir como hospedeiras de pragas com potencial de colocar em risco as safras posteriores.  

Diante disso, muitos produtores acreditam erroneamente que o problema só pode ser resolvido com o uso de defensivos agrícolas. A boa notícia, especialmente nesse momento em que os preços desses produtos continuam a subir, é que existem muitas outras maneiras de lidar com o problema.  

Além dos métodos químicos, existem os meios preventivos, culturais, mecânicos e biológicos de enfrentar a situação. Essas técnicas devem ser utilizadas de maneira precisa e fazer parte do cotidiano do produtor. 

Algumas das mais comuns incluem fazer a cobertura do solo, realizar a rotação de culturas, controlar as plantas daninhas durante a entressafra, evitar o florescimento das plantas daninhas, lavar as máquinas e os implementos agrícolas de maneira adequada, evitar o uso de esterco, palha, composto, sementes e mudas com a presença de propágulos de plantas daninhas e limpar periodicamente os canais de irrigação e carreadores. 

Ao adotar todas essas medidas de maneira correta, o produtor deixa de depender exclusivamente dos defensivos agrícolas e, assim, consegue economizar sem que tenha qualquer tipo de prejuízo no que se refere à qualidade da produção.  

Referências

Mais Soja 

Revista Brasileira de Herbicidas 

Embrapa 

e-Tec Brasil 

Portal do Agronegócio 

Corteva Agriscience 

Jornalista, mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação, revisor e redator freelancer. Atua como repórter e assessor de imprensa e já publicou dois livros como autor independente. Tem interesse por cinema, literatura, música e psicanálise.

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