Exportações agrícolas de concorrentes brasileiros: o que esperar em 2024?

Desde os anos 2000, o comércio de produtos agrícolas tem crescido constantemente. Impulsionado pelo crescimento e destaque de regiões como a América do Sul e da Ásia, a competitividade ficou mais acirrada e a qualidade dos alimentos também.

Por isso, as exportações agrícolas é um tema que deve ser interesse dos agricultores brasileiros. Pois, como somos um país que exporta para todo o mundo, é necessário se informar sobre o mercado de exportações e saber quais as previsões dos concorrentes, para manter a produtividade, eficiência, investimentos e até mesmo o preço cotado para a cultura.

Pensando nisso, abaixo preparamos um conteúdo completo sobre as previsões para 2024 das exportações agrícolas de concorrentes brasileiros. Assim, você produtor, se informa e fica por dentro das novidades do agro.

Boa leitura!

Como foram as exportações agrícolas brasileiras em 2023?

2023 foi um ano de recordes. Sim, as exportações brasileiras do agronegócio atingiram US$ 166,55 bilhões, ou seja, 4,8% superior em comparação a 2022, o que representa um aumento de US$ 7,68 bilhões. 

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o motivo do recorde foi influenciado, principalmente, pela quantidade embarcada. Assim, o agronegócio foi responsável por 49% da pauta exportadora total brasileira em 2023, sendo a participação em 2022 de 47,5%.

E os destaques no mercado exterior foram: complexo soja; complexo sucroalcooleiro e cereais, farinhas e preparações e sucos.

Previsões para as exportações agrícolas brasileiras em 2024

Para 2024, os estudos mostram que não terá ganhos e nem perdas, pois há uma perspectiva de menor produção de commodities agrícolas, sobretudo de grãos. Desse modo, pode haver uma acomodação de preços na maior parte das commodities e alta das cotações. 

Ou seja, a previsão é neutra, já que estamos lidando com uma alta nos mercados e as mudanças climáticas também podem impactar nas safras, isso quer dizer que o Brasil pode ter uma produção menor do que era esperado. 

Como serão as exportações agrícolas de concorrentes brasileiros?

Diante do cenário mundial em constante mudança, as exportações agrícolas dos concorrentes brasileiros tendem a melhorar, porém, devido aos recordes de 2023, as previsões são de que os nossos resultados se mantenham ou fiquem neutros, o que é favorável.

Nesse sentido, os principais concorrentes do Brasil na exportação do agronegócio são a Argentina, Ucrânia, China e Estados Unidos. Abaixo separamos as previsões de cada país, confira!

Argentina

A Argentina, vem enfrentando uma seca rígida (a maior em 6 décadas) e isso afetou bastante sua produção de soja. Para se ter uma noção, o país perdeu o posto de maior exportador de soja para o Brasil e ainda precisou importar soja brasileira para obter o farelo de soja e se manter no mercado internacional.

E, mesmo que o plantio da safra de soja 2023/24 tenha sido marcado por uma série de desafios, a Argentina está se recuperando e as previsões é de que sua produção possa gerar impactos no mercado global de grãos, gerando influência no mercado brasileiro. 

As estimativas de produção são de cerca de 163 milhões de toneladas para o Brasil e para a Argentina, próximo de 50 milhões de toneladas. Além disso, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires projeta a área de soja na Argentina em 17,1 milhões de hectares em 2023/24, isso representa um aumento de 5,6% ano a ano e supera em 2,3% a média dos últimos cinco anos.

Ucrânia

A Ucrânia era uma das maiores potências exportadoras de grãos, porém devido a guerra em seu território, houve uma queda nas safras e nas transações comerciais. 

Por exemplo, de acordo com o Ministério da Agricultura ucraniano as exportações de grãos da Ucrânia até o momento na temporada de comercialização de julho a junho de 2023/24 caíram para cerca de 19,4 milhões de toneladas, em comparação com quase 23,6 milhões de toneladas na mesma etapa do ano passado.

E os números não vão bem, o volume já exportado nesta temporada inclui 7,8 milhões de toneladas de trigo, 10,3 milhões de toneladas de milho e 1,2 milhão de toneladas de cevada. Na temporada anterior, a Ucrânia exportou 8,6 milhões de toneladas de trigo, 13,3 milhões de toneladas de milho e 1,7 milhão de toneladas de cevada.

Índia

Diferente da Ucrânia, a tendência na Índia é uma alta nas exportações no ano fiscal de 2023/24 em relação ao ano passado, de acordo com o ministro do Comércio, Piyush Goyal. 

Lembrando que o país é o segundo maior produtor mundial de trigo, arroz e açúcar. Ano passado, as autoridades restringiram as exportações dos commodities dessas culturas como uma tentativa de controlar o aumento dos preços internos.

Essa decisão, não impedirá o crescimento das exportações, contudo, pode causar um déficit de cerca de 4 bilhões a 5 bilhões de dólares na economia indiana em 2024.

China

Com um crescimento rápido em dezembro de 2023, as exportações da China estão mantendo vivas as expectativas de mais medidas de afrouxamento monetário para sustentar a economia, devido às pressões deflacionárias do ano passado.

Nesse sentido, o comércio global está melhorando e as exportações cresceram em dezembro 2,3% mais em relação ao ano anterior. Em comparação com um aumento de 0,5% em novembro, o país se mantém em uma curva lenta de crescimento. 

Estados Unidos

De acordo com o relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de milho foi levemente revista para cima: de 1,220 bilhão de toneladas (novembro) para 1,222 bilhão de toneladas (dezembro), mantendo o país no primeiro lugar do ranking de exportação. 

Já a soja, o USDA revisou para baixo a estimativa de produção global em 1,5 milhão de toneladas: de 400,4 (novembro) para 398,9 milhões de toneladas (dezembro). O ajuste é reflexo da redução da produção brasileira em 2,0 milhões de toneladas, assim, a oferta dos EUA se manteve em 112,4 milhões de toneladas (- 3,2%) e a Argentina também veio com o mesmo valor do último mês, de 48,0 milhões de toneladas. 

Nesse sentido, os estoques globais dos Estados Unidos foram levemente alterados para baixo, mas devem crescer 12,0% em relação ao ciclo passado, fechando em 114,2 milhões de toneladas. 

No relatório do algodão estima-se uma produção global de 24,6 milhões de toneladas, 3,2% inferior à safra 2022/23, o que resulta também em uma queda no consumo global da pluma: antes estava em 25,1 milhões de toneladas e agora em 24,8 milhões de toneladas. 

Portanto, podemos ver que o Brasil irá se manter no mercado global, porém com a queda e alta nas produções dos concorrentes, pode ser que influencie as safras de 2023/2024 em relação aos preços e na demanda do plantio de 2024/25. Por isso é importante seguir os informes de exportações agrícolas de correntes brasileiros para se manter no mercado e gerar lucros para a nossa economia.

Gostou do conteúdo? Clique aqui e saiba como funciona a relação de influência da Argentina na produção de soja no Brasil.

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