Drones híbridos conquistam espaço no mercado nacional

Dentre as muitas ferramentas utilizadas pela Agricultura de Precisão (AP) no dia a dia, os drones estão entre as principais, afinal, esse equipamento se tornou indispensável para uma boa gestão da fazenda, já que ele opera em importantes atividades como aplicação de insumos em taxa variada, monitoramento do índice de vegetação e mapeamento de áreas de plantio.

Não por acaso, drones cada vez mais modernos têm surgido no mercado a cada dia. No Brasil, inclusive, já existe uma opção aos drones mais comuns (aqueles fabricados na China e com funcionamento a base de baterias elétricas). Trata-se da tecnologia de propulsão híbrida com eletricidade e gasolina ou etanol. 

Um dos exemplos que tem conquistado espaço no território nacional é o Dractor 25A, desenvolvido pela XMobots, localizada em São Carlos (SP) e maior indústria de drones da América Latina e 14ª maior do mundo.

O equipamento é utilizado para mapeamento e pulverização, tem autonomia de mais de quatro horas, funciona a partir de um sistema híbrido, com propulsão a bateria e combustão, e tem tanques que comportam até 12,5 litros de combustível.

Além disso, quando utilizado para pulverizar, o Dractor é capaz de fazer a dispersão de defensivos em área localizada, conhecida como catação, além de aplicar 10 litros de calda em até uma hora de voo.  

Especializada em drones de alto desempenho para monitoramento ambiental, a empresa fabrica drones agrícolas desde 2015 e, além da fábrica em São Carlos, está construindo novas unidades em Itajubá (MG) e Manaus (AM).

Também localizada em São Carlos, a Arys, empresa brasileira de tecnologia aeroespacial, é a responsável pelo Stratus H12, drone que tem um motor a combustão movido a gasolina, com maior autonomia e menor custo para o produtor.

De acordo com a empresa, a autonomia de voo é de 45 minutos, ao passo que o drone elétrico consegue, em média, de 10 a 12 minutos. “Em um país como o Brasil, que tem dimensões continentais, muita diversidade agrícola, climática, e com sazonalidades de mercado complexas, percebemos logo no início que as tecnologias existentes no mercado internacional estavam longe de conseguir atender o país com escalabilidade, qualidade e rentabilidade”, observa o CEO e fundador da empresa, Luis Felipe Mellão.

Durante a Agrishow, em maio desse ano, a Arys também lançou seu primeiro híbrido de 30 litros, o Stratus H30, que tem capacidade de pulverizar até 16 hectares por hora com a mesma autonomia de 45 minutos.

O aumento na capacidade do drone foi um grande salto, mas não o último. “Os drones vão passar do limite de hoje de 30 litros. No futuro, teremos drones de 70 litros movidos a gasolina”, destaca Mellão. 

Além disso, nesse momento a Arys aguarda a liberação de mais um ambicioso projeto: uma aeronave de asa fixa para mapeamento em larga escala, que promete 12 horas de autonomia de voo, com capacidade de fazer até mesmo voos interestaduais. Para isso, no entanto, a empresa depende de uma certificação emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que ainda está pendente.

Novo sistema

Outra tecnologia que tem chamado a atenção é a startup Liconic Technology, com sede em Sorocaba (SP), que nos últimos três anos tem desenvolvido um sistema híbrido de energia para drones de pulverização de grande porte movidos a etanol. A tecnologia promete substituir baterias, dispensar o descarte dos componentes e fomentar o uso do biocombustível sustentável. 

O LTU (Liconic Power Unity) substitui a bateria por uma unidade de bioenergia movida a etanol e proporciona uma redução de custos operacionais de até 40%, além de gerar mais eficiência e agilidade no abastecimento. 

Bateria

Por outro lado, algumas empresas continuam a apostar na bateria, sem deixar de lado, é claro, os avanços tecnológicos. Um bom exemplo é a gaúcha Skydrones, fundada em 2008 e responsável por desenvolver o Pelicano 2022, um drone de pulverização fácil de ser controlado e de baixa manutenção.

“A eletrificação de veículos é uma tendência em todos os mercados, e, apesar dos custos de aquisição, as baterias não exigem regulagem, manutenção, troca de óleo, filtros e têm maior durabilidade do que os motores usados em drones”, defende o diretor da empresa, Daniel Estima Bandeira.

Dados oficiais apontam que o Brasil tem, atualmente, 163 aeronaves remotamente pilotadas (ARP) e 53 operadores cadastrados no Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro) do Ministério da Agricultura. O Sindag, por outro lado, afirma que o número é muito maior e deve crescer ainda mais nos próximos anos.

Conclusão

Cada vez mais os drones têm conquistado um espaço maior na Agricultura de Precisão (AP), afinal, esses equipamentos são os responsáveis por funções primordiais, como aplicação de insumos em taxa variada, monitoramento do índice de vegetação e mapeamento de áreas de plantio. 

Por isso, novos drones surgem a todo momento, sendo que alguns deles têm feito a diferença por utilizar tecnologias de propulsão híbrida com eletricidade e gasolina ou etanol. É o caso do Dractor 25A (desenvolvido pela XMobots), do Stratus H12 e H30 (desenvolvidos pela Arys) e da tecnologia LTU (da Liconic Technology).

Todos são brasileiros e vem ganhando força como opções aos drones convencionais, com funcionamento a bateria. Há, por outro lado, empresas que continuam investindo em drones movidos a bateria por acreditarem que essa ainda é a melhor opção. 

É necessário, portanto, que o produtor conheça cada uma das tecnologias e pesquise a respeito de suas características, capacidades e autonomia, para que assim tenha plenas condições de escolher o equipamento que melhor se adequa às suas necessidades. 

Leia tambéms: Drones na agricultura: como aplicar essa tecnologia?

Fontes

Globo Rural

Blog Aegro

O Presente Rural

Gestor de Conteúdos - Sensix | Jornalista e Pós-graduando em Gestão de Agronegócios

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