Agricultura de Precisão aumenta a produtividade e reduz danos ambientais.
Nos últimos anos, a Agricultura de Precisão (AP) vem ganhando cada vez mais espaço em diversos países, inclusive no Brasil. Seu objetivo principal é reverter o método de produção até então predominante na agricultura, ou seja, aquele que enxerga toda a extensão de uma propriedade como homogênea e, por isso, utiliza em toda a área a mesma quantidade de fertilizantes, insumos, água, etc.
Com isso, há uma grande perda de produtividade nas mais diversas culturas, uma vez que esse olhar padronizado não leva em conta as especificidades de cada local. É exatamente nesse contexto que surge a Agricultura de Precisão, como uma alternativa muito mais eficiente e especializada, capaz de alcançar resultados mais produtivos, lucrativos e benefícios ao meio ambiente.
Para alcançar esses resultados, a Agricultura de Precisão oferece um manejo de produção integrado e bastante tecnológico, responsável por fazer, antes de qualquer coisa, um levantamento detalhado a respeito de toda a área de produção, para que assim consiga observar as características e necessidades de cada pedaço de terra.
Com esse manejo diferenciado, a Agricultura de Precisão é capaz de aumentar a eficiência na produção e alcançar resultados cada vez mais positivos em aspectos como quantidade, qualidade e impacto ambiental.
Vale destacar, no entanto, que a Agricultura de Precisão vai muito além de identificar as características e necessidades do solo, uma vez que também contempla o monitoramento de cada setor, o acompanhamento da atividade agrícola desenvolvida e os aspectos relacionados à redução de danos ao meio ambiente.
Ou seja, além de aumentar as possibilidades de lucro para o produtor rural, a Agricultura de Precisão tem um compromisso ambiental, capaz de amenizar de maneira significativa qualquer tipo de dano ao solo e aos mananciais.
Na prática, os benefícios da AP para o produtor rural incluem redução dos custos da produção, possibilidade de tomada de decisão rápida e precisa, aumento do controle em todas as etapas da produção, maior produtividade da lavoura, mais tempo livre para o administrador, redução nos impactos ao meio ambiente (devido ao menor uso de defensivos agrícolas), aumento dos rendimentos de colheita e lucros, registros mais precisos e detalhados sobre toda a área de produção, redução nos custos com fertilizantes e insumos e redução da poluição.
História
A Agricultura de Precisão surgiu ainda na década de 1990, embora tenha levado certo tempo até se tornar mais popular entre os produtores brasileiros. Em 20004, foi realizado o primeiro Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (ConBAP) e em 2016, criada a Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (AsBraAP), que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico, inovação e difusão do uso de práticas, técnicas e tecnologias de Agricultura de Precisão.
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A Universidade de São Paulo (USP), por meio da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), também tem contribuído bastante para difundir os benefícios proporcionados pela Agricultura de Precisão, ao realizar, periodicamente, simpósios sobre o tema. Os eventos, voltados a produtores, universitários e pessoas ligadas de alguma forma ao setor agro, buscam evidenciar a atual condição da Agricultura de Precisão no país e apresentar um retrospecto das modificações já proporcionadas pela AP em todo o Brasil.
Desde então, a AP tem crescido de maneira significativa e constante em todo o país. Para que isso se tornasse realidade, no entanto, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico desempenharam papéis primordiais.
Alguns exemplos que podem ser destacados incluem o uso de drones para captura de imagens e o uso de sistemas GNSS para orientação de máquinas e mapeamento da fertilidade do solo para aplicação localizada de fertilizantes e corretivos.
Também são exemplos de tecnologias utilizadas na Agricultura de Precisão, o GPS (equipamento que associa dados de latitude e longitude às subdivisões da propriedade agrícola), o GIS (softwares que manuseiam e armazenam dados geográficos, inclusive em forma de gráfico), sistema de mapeamento de colheita (utilizado para gerar informações sobre produtividade), sensores de solo (que fornecem dados de composição do solo, nitrogênio, compactação e salinidade), entre muitos outros.
Clima
A AP é capaz de auxiliar o produtor até mesmo em questões relacionadas ao clima. É o que mostra um estudo recente conduzido por cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A pesquisa demonstrou que a utilização de zonas de manejo, definidas com base nos mapas de produtividade de soja, que relacionam a produtividade com a posição geográfica precisa, permite que o produtor estabeleça um plano estratégico para minimizar os impactos dos anos secos, incluindo a substituição dos cultivos de maior risco.
Os experimentos, realizados desde 2011, foram conduzidos na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, no Rio Grande do Sul, e realizados em uma área de 13 hectares cultivados com soja durante o verão e pastagem de azevém durante o inverno. Ao fim do estudo, foi possível traçar um mapa e identificar a variabilidade da produtividade e relacioná-las com as características de solo e clima nos diferentes anos.
Conclusão
A Agricultura de Precisão tem revolucionado a produção agrícola das mais diversas culturas em todo o mundo. Hoje, ao contrário do que acontecia há décadas, os produtores conseguem levar em conta características e necessidades de cada espaço de suas propriedades e, a partir disso, tomar as decisões mais adequadas para alcançar resultados cada vez melhores.
A AP utiliza um conjunto de tecnologias, desenvolvidas a partir de muita pesquisa, como drones, GPS, sistema de mapeamento de colheita, sensores de solo, entre outros, para alcançar os melhores resultados possíveis não apenas no que se refere à produtividade ou ao lucro, mas também em relação ao meio ambiente.
Reduzir danos ambientais, inclusive, é uma das preocupações da Agricultura de Precisão, que vem provando nos últimos anos que é possível utilizar a tecnologia para aumentar a produtividade ao mesmo tempo que os danos ambientais e os cursos de produção são reduzidos.
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